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sábado, outubro 14

e cristo, nao decidiu morrer?, visto da atlantico

não, paulo (http://revista-atlantico.blogspot.com/2006/10/cinco-dias-tresler.html).

eu não 'comparo' (http://dn.sapo.pt/2006/10/13/opiniao/e_cristo_decidiu_morrer.html) a morte de cristo à eutanásia. o que eu escrevo é que aceitar que cristo decidiu morrer e incensar essa decisão (para quem crer que ele decidiu morrer, ou seja, que se ofereceu como o tal cordeiro para o sacrifício) é contraditório com a recusa de permitir essa decisão aos outros.

pelo meio dos dois parágrafos que cita há outros parágrafos -- convém não os saltar sob pena de, de facto, tresler e convidar à tresleitura.

quem recusa a eutanásia fá-lo por crer que a vida vale mais que o sujeito dela, é maior que quem vive -- que a vida de cada um, em suma, não lhe pertence.

cristo, porém, dispôs da sua. é claro que a doutrina diz que ele o fez porque essa era a vontade de deus, sendo ele próprio deus também -- mas se não pudesse não o ter feito, ou seja, se não pudesse ter decidido de outra forma e se essa decisão não fosse difícil, então o seu gesto não teria valor.

ter preconceitos, creio, é impossibilitarmo-nos de olhar para as coisas com outro olhar que não o habitual, o do hábito. todas as história podem ser vistas de outra maneira. esta é uma delas -- a não ser que queira fixar as formas de ver a história.
|| f., 01:51

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