O
Público e o
DN recordam hoje a história, a propósito da notícia de buscas da PJ: três dias depois das últimas eleições legislativas (20 de Fevereiro de 2005) - repito:
três dias depois das eleições -, o Governo ainda em funções, chefiado por Pedro Santana Lopes, adjudicou um concurso de 600 milhões de euros - repito:
600 milhões - para criação de uma rede de comunicações que ligaria entre si os principais organismo de socorro do País (vulgo: SIRESP).
O caso tresanda, pelas ligações ao consórcio vencedor (Sociedade Lusa de Negócios) a figuras como Daniel Sanches (então MAI) e Dias Loureiro (dispensa apresentações). Mas o que me traz aqui é só um pormenor da história: a adjudicação de um negócio de 600 milhões três dias depois das eleições, com o Governo em mais do que gestão corrente, foi viabilizada por um parecer jurídico do então auditor do MAI, um procurador chamado Gomes Dias. Sim: o mesmo que agora é vice-procurador-geral da República.
Há gente um bocadinho burra que ainda não tinha percebido as razões da contestação à escolha de Gomes Dias. Talvez agora as tenha percebido. Não são poucas. O SIRESP é só um entre vários exemplos de como Gomes Dias foi diligentemente fazendo as vontades a todos os governos de quem foi auditor jurídico. Podia-se falar do caso GAL. Ou do guarda Abel. Ou dos processos que levaram à reforma compulsiva de dirigentes sindicais da PSP. Havia imensos argumentos mais para não o escolher para número dois do MP. 600 milhões, pelo menos.
Cappice?