andei a ler, no verão, o de l'amour, de sthendal. confesso que achei um bocado seca, eu que tenho a cartuxa de parma entre os meus romances favoritos. antes disso, tinha lido excertos de um livro, colectânea de artigos e ensaios, de unamuno (acho eu, de repente estou com dúvidas, às vezes a minha memória trai-me -- ok, já me lembrei, um dia depois: é de ortega y gasset, afinal).
um e outro tentam dissecar o amor e os amantes e os seus tipos. o resultado não é famoso. o amor dá-se mal com ensaios. é decerto na ficção que melhor sobrevive. na ficção e, de vez em quando, naquilo que passa por verdade diarística. a blogosfera é um bom lugar para os diários de amores -- mas é sempre, porquê?, nos dos amores infelizes, traídos, acabados, em cinzas, que mais cintila e estremece.
há no amor uma vocação trágica que corre para o fim, para esse cume de sentimento e loucura que tão bem visconti filmou em 'sentimento'. amor que não mata e esfola e esventra de amor não é amor, talvez -- é assim, pelo menos, que o aprendemos na literatura e no seu sucedâneo cinematográfico, no fado e em toda a pop, na ópera e em todas as grandes líricas.
um dia, há muitos anos, alguém me perguntou, durante um jantar: 'então você gosta de tragédias, é?'. é verdade. não resisto a uma boa tragédia. acenem-me com um bom abismo (ou a possibilidade dele) e eu galopo.
dizia fanny ardant, em la femme d'a coté, de truffaut, deitada na cama de hospital depois de tentar matar-se, 'estive a ouvir rádio, estas canções pop palermas que dizem sempre a mesma coisa e é tudo verdade: não posso viver contigo nem sem ti'. talvez alguns de nós estejam formatados, fadados, prometidos, a amores infelizes. pode ser porque não há outros. ou porque não os sabemos de outro modo.
(para a eterna descontente)
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