não sei o que faz as empatias, esse reconhecimento imediato, como de outra vida, de alguém que nunca vimos e de quem nada sabemos. quando entrei no dn, em 2004, conhecia pouca gente. havia uma massa de rostos a perder de vista, poucas referências, aquela sensação algo paranóica que nos assalta nos primeiros dias num lugar novo, de que todos falam de nós mas não connosco.
lembro-me de que reparei nela. não me lembro do que me fez reparar nela, mas quando a conheci melhor percebi que tinha acertado. a zé era direita e leal, de uma inteligência larga, sem a compartimentação esconsa que muitos jornalistas do dia desenvolvem por defesa e preguiça. gostava de joy division e cure e de bandas negras e de boa literatura. tinha um sentido de humor acerado que exercitava no messenger com a rute, a suzete, a ângela e comigo (e mais gente que eu não sei). escrevia em blogues que escondia e dos quais pedia segredo.
quando a sophia morreu, foi a ela que mandei uma sms sobre a vez em que, para uma entrevista, visitei a casa e o jardim onde a sophia vivia e fumava os seus cigarros fininhos e tossia, tossia, cigarro após cigarro, e me disse 'nunca se percebe nada, não há nada para perceber'.
sophia, que vivia perto da casa da zé, falava das biografias e do esbulho das cartas, dos papéis, dos 'testemunhos' dos amigos e inimigos, do que fica depois.
a zé morreu, não há nada para perceber. só a falta, e a dor, e esta sensação de que, como escreveu tereza coelho quando morreu al berto, todas as ruas estão vazias.
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chanyuan2017.06.08