às vezes vens sem avisar. quando olho para o teu lugar vazio, ao fundo, na diagonal do meu olhar. quando te encontro na avenida, a rapariga de óculos escuros e ipod. quando me lembro de ti sem me lembrar primeiro. quando passo pelo teu nome na lista do telefone. quando penso num certo táxi em madrid e na noite em branco antes da boda do felipe e no primeiro beijo dos princípes na varanda do palácio e no understatement irónico do teu sorriso. quando te vejo em atocha, recortada no nome dos mortos, a morder as lágrimas. quando me lembro de nós na final do euro 2004, a claque de duas na bancada a fazer concorrência aos gregos.
quando
a intérprete pergunta onde estás
e faço as contas ao que sobrevivemos e ao que vamos sobreviver