um dia, o meu pai contou-me como foi quando votou no humberto delgado. não me lembro se o meu pai me contou isto antes ou depois do 25 de abril.
o meu pai foi votar e quando lá chegou disseram-lhe que já tinha votado. ele insistiu que era falso e lá o deixaram votar.
é a memória mais poderosa que eu, que nasci no fim do salazarismo, tenho de salazar. chega-me perfeitamente. como definição de salazar e desse tempo que fazia heróicos os nossos gestos hoje banais. e do meu pai, claro.