Ora
aqui está uma resposta atipica da blogosfera: civilizada e reconhecendo o erro. Clap, clap, clap. Mas vamos à matéria de fundo:
Miguel Vale de Almeida (MVA)
afirma: "
Os artigos críticos surgidos na imprensa portuguesa [sobre a cimeira UE-África]
não chegaram para contrabalançar a operação de publicidade do governo."
Devo dizer que segui mal a cobertura audiovisual (TVs e rádios). Ouvi amigos meus jornalistas criticarem-na duramente, considerando-a
one-sided pró UE (ou seja, não ouvindo a parte africana nem permitindo que ela se fizesse ouvir). Admito. Quando MVA fala da
operação de publicidade do governo presumo que esteja a falar, sobretudo, da cobertura audiovisual, sobretudo da televisiva.
Asseguro-lhe uma coisa: entre as TVs e os media escritos a "batalha" é absolutamente desigual. É a partir das TVs que se estabelece a opinião pública (e até muita da publicada). Quem quer ter uma visão minimamente isenta sobre as coberturas mediáticas em Portugal não pode deixar-se cair nesta ratoeira. Levam os justos pelos pecadores.
MVA escreve ainda que "
Sócrates conseguiu fazer passar, em Portugal, a ideia de que a cimeira [UE-África]
foi um triunfo". Esta é daquelas afirmações que eu só faria tendo na mão algo que medisse o "sentir" nacional (uma sondagem, por exemplo). Empiricamente digo: tenho dúvidas, tenho mesmo muitas dúvidas. Fiquei com a sensação que não foi bem visto o excesso de "proximidade" de Sócrates com tipos como Mugabe ou Khadafi ou o tipo do Sudão.