São 400 páginas que se lêem num ápice – eu li numa tarde e numa noite… Tempo recorde, mas, já sabem, aquela coisa das costas!…
O livro, o segundo editado pelo historiador Luís Nuno Rodrigues depois de “Salazar-Kennedy - a Crise de uma Aliança”, é uma biografia de Costa Gomes – “Marechal Costa Gomes – No centro da tempestade” (Esfera dos Livros).
É um trabalho notável. Pela documentação completíssima e alguma dela inédita – dos arquivos norte-americanos, do espólio do marechal no Centro de Documentação 25 de Abril, por exemplo.
Costa Gomes é uma personagem intrigante e complexa na vida política portuguesa.
General do Estado Novo, com formação NATO nos Estados Unidos, comandou milhares de tropas na “África Portuguesa”, apesar de desde cedo ter considerado que a vitória sobre os movimentos independentistas era impossível (provavelmente antes de Spínola, que publicou a tese no livro “Portugal e o Futuro”), crítico de Salazar e Caetano, a ponto de ser votado pelos jovens capitães para presidente da Junta de Salvação Nacional (JSN) após o 25 de Abril. Negociador, conciliador.
Essa forma furtiva de encarar as crises, especialmente durante os anos da revolução, valeu-lhe o epíteto de “Rolha” ou “Chico Cortiça”, de que compreensivelmente não gostava…
A sua paciência teve um papel central em 1975 para evitar que o país resvalasse para uma guerra civil. Apesar de todas as suspeitas de colaboração com “os comunistas”, foi, “malgré tous”, um elemento de apoio dos Estados Unidos e dos países ocidentais na tentativa de travar o ímpeto das extrema(s)-esquerda(s), da esquerda militar, dos comunistas.
Um dos aspectos interessantes é a hipótese de “chantagem” do PCP sobre o general, alegadamente feita pelo filho de Costa Gomes. Era o que pensavam Mário Soares e Salgado Zenha e o que diziam ao embaixador Carlucci. Em Washington, claro, pedia-se para a embaixada clarificar e explorar o assunto. Henry Kissinger e “associates” devem ter ficado a salivar...
Mas Costa Gomes, “malgré tout” e apesar de toda a fama de “rolha” ou “esquerdalho”, acabou por ser um dos “pontos de contacto” dos Estados Unidos, em quem os norte-americanos estavam “condenados” a confiar assuntos de realmente importantes: NATO; ponte aérea com Angola; descolonização...
“Marechal Costa Gomes – No centro da tempestade” é um livro bom, muito bom. É uma biografia e eu gosto de biografias. Depois, tem outra característica: está bem escrito.
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