Américo Cardoso Botelho lançou em 2007 "
Holocausto em Angola", um livro sobre o período de transição para a independência. Nele se publica em
fac-simile uma carta do almirante Rosa Coutinho, alto-comissário português em Angola, dirigida, em Dezembro de 1974, ao líder do MPLA.
Lê-se na carta: "
Camarada Agostinho Neto, dá, por isso, instruções secretas aos militantes do MPLA para aterrorizarem por todos os meios os brancos, matando, pilhando e incendiando, a fim de provocar a sua debandada de Angola. Sede cruéis sobretudo com as crianças, as mulheres e os velhos para desanimar os mais corajosos. Tão arreigados que estão à terra esses cães exploradores brancos que só o terror os fará fugir."
Em 13 de Abril, no
Público, António Barreto dedica a sua crónica ao livro, tomando como verdadeira a carta de Rosa Coutinho. Surgem logo alertas públicos de que a carta era falsa, nomeadamente do Ferreira Fernandes, no DN. São inúmeras as referências ao caso na
blogosfera.
No
Público de hoje, António Barreto pede desculpa ao almirante e aos leitores por ter citado a carta. No Público de hoje, o provedor do leitor, Joaquim Vieira, interpela o director do jornal sobre o caso: "
José Manuel Fernandes começou por explicar que no dia em que foi paginada a crónica não se encontrava no jornal."
A resposta do costume, portanto.