O que as mulheres devem a Karl MarxEscrito por Revista «O Militante»
01-Jul-2008 "(…) Marx nunca se ocupou da questão das mulheres «enquanto tal» e «em si». Contudo, a sua contribuição é insubstituível, é inteiramente essencial na luta que as mulheres conduzem para conquistar os seus direitos.
Com a concepção materialista da história, Marx não nos forneceu fórmulas acabadas sobre a questão feminina, ele deu-nos uma coisa melhor: um método justo, seguro, para a estudar e compreender. Só a concepção materialista da história nos permitiu situar, com clareza, a luta das mulheres no fluxo do desenvolvimento histórico geral, de aí ver a justificação e os limites históricos à luz das relações sociais gerais, de reconhecer as forças que a animam e a conduzem, os objectivos que persegue, as condições nas quais os problemas levantados podem encontrar solução. A velha ideia segundo a qual a posição da mulher na família e na sociedade era qualquer coisa de eterno e de imutável, produto de leis morais ou de prescrições divinas, afundou-se para sempre. Tornou-se evidente que, tal como as outras instituições e modos de existência da sociedade, a família estava submetida a um devir contínuo e a uma morte contínua e que, como aquelas, se transformava com as relações económicas e os sistemas de propriedade que lhe estavam na sua base. Ora, é o desenvolvimento das forças económicas produtivas que é o motor desta metamorfose, no sentido que transforma o modo de produção pelo facto de entrar em contradição com a ordem económica e o sistema de propriedade. "Para saciar toda a sua curiosidade, ler
aqui* Durante a ditadura, com Salazar e Caetano, esse dois democratas, havia quem, nos jornais, escrevesse Carlos Marcos em vez de Karl Marx para iludir a censura. Como também havia tontos com "lápis azul", até resultou algumas vezes.
Lendo até ao fim, percebe-se que o artigo é de 1903 e da autoria da conhecida militante revolucionária Clara Zetkin. A coisa perde bastante do suposto ridículo.
Nuno Ramos de Almeida