Glória Fácil...

...para Ana Sá Lopes (asl), Nuno Simas (ns) e João Pedro Henriques (JPH). Sobre tudo.[Correio para gfacil@gmail.com]

sexta-feira, outubro 31

Mais um post corporativo

1.Evidentemente, sou favorável à existência de um registo de interesses público de preenchimento obrigatório pelos jornalistas (com actualização periódica). Onde constem as filiações (políticas, clubisticas ou outras), os rendimentos, os activos móveis e imóveis e - muito importante! - as carteiras bolsistas (nos jornalistas de todas as áreas e não só dos económicos).

2. Ontem, na Quadratura do Círculo, Pacheco Pereira explicou a governamentalização da comunicação social falando da "transumância" de jornalistas entre redacções e gabinetes de assessoria. Já escrevi que a matéria deveria ser regulamentada, impondo períodos de nojo no regresso às redacções dos jornalistas que passaram por assessorias (governamentais ou outras). Não havendo regulamentação, isto funciona (lamentavelmente) a olho.

3. Infelizmente, Pacheco Pereira não percebe o mais óbvio: esses jornalistas (os que saiem para assessorias e depois regressam às redacções) são justamente os mais escrutinados inter pares.

4. Ou seja, o problema não são esses jornalistas. São os que, sem que ninguém se aperceba a tempo, estão as redacções produzindo o seu trabalho mas já secretamente em trânsito para uma qualquer assessoria (política ou outra).

5. Isso aconteceu de forma escandalosa em 1995. Alguns (demasiados) dos que cobriram a campanha vencedora de Guterres transitaram semanas depois das eleições para gabinetes governamentais. Não me lembro de um único que agora esteja de novo numa redacção. Se me lembrar aviso.

6. Em 2005, que eu me lembre, um único jornalista foi assessorar um ministro depois de ter coberto a campanha de Sócrates. Continua assessor (mas já não do ministro).

7. Quando fala desta "transumância" Pacheco Pereira parece ter casos concretos em mente. Não revela um único. Não revela por uma única razão: os casos são demasiado residuais para permitirem generalizações. Se descesse ao concreto, Pacheco Pereira não teria argumento. Não é pela "transumância" que o gato vai às filhozes.

8. Convinha que Pacheco Pereira entendesse uma evidência: o facto de a actual direcção do PSD não estar a conseguir "passar a mensagem" (foi a expressão que ele usou na Quadratura) deve-se, acima de tudo, à sua própria incompetência para o efeito. Não invente fantasmas alheios; descubra-os na sua própria casa.
|| JPH, 11:34

1 Comments:

Uma quadratura sem contraditório ( excepção os pezinhos de lã), falta esquerda no debate.
Blogger josé manuel faria, at 5:45 PM  

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