A Igreja, ou pelo menos parte dela, continua a ser tão reaccionária... Foi domingo, em Fátima.
O arcebispo lituano de Vilnius, cardeal Audrys Backis, sublinhou hoje o papel da fé católica na resistência do povo lituano durante “os 50 anos de opressão comunista”.
Ao falar aos jornalistas na conferência de imprensa que antecedeu o início da peregrinação internacional aniversária ao Santuário de Fátima, o prelado lembrou que “o comunismo destruiu muitos valores”, pelo que a transição para a liberdade “foi difícil”.
“Com o ingresso na União Europeia, fomos libertados do jugo soviético, mas fomos invadidos não só por coisas boas e da liberdade, mas da ditadura do relativismo, como disse Bento XVI”, de acordo com o arcebispo de Vilnius.
“Um país, que era como uma grande prisão, de repente encontrou-se livre: de fazer o que se quer, de escolher o que se quer, de viajar para onde se quer, de procurar o que me agrada”, observou o prelado.
“Reencontrar-se em liberdade, em cada dia, a escolha quotidiana é muito difícil se não há convicções nem raízes profundas”, referiu.
O arcebispo admitiu que na Lituânia “o cristianismo já não é de massas, onde tradições mantêm a fé mas sem conteúdo sólido”, citando como exemplo: “Todos na Lituânia se casam pela Igreja e depois temos 50 por cento de divórcios”.
Audrys Backis recordou que “um dos problemas mais urgentes da Europa é viver na verdade, sobre o que é o homem”.
“Viver na liberdade não quer dizer fazer o que quero, mas fazer o que devo fazer para responder aos desígnios de Deus”, sublinhou, considerando que “a mensagem de Fátima é válida ainda hoje, para o século XXI”. Pena não ter agradecido, penhorado, a Nossa Senhora de Fátima. E já agora ao Cardeal Cerejeira e a Oliveira Salazar - em espírito, claro!