Ontem
escrevi, sobre a morte de
O Independente: "No dia em que projectos jornalisticos politicamente dirigidos forem liderados por jornalistas de corpo inteiro, com os dois pés na profissão e sem necessidade de fazerem do jornal uma arma de combate partidário e de promoção política pessoal - aí sim, talvez um jornal de cor política assumida sobreviva."
João Vilalobos, do Corta-Fitas,
interpelou-me pedindo se podia explicar melhor. Então vou explicar: admito, em tese, a existência de jornais politicamente (ou ideologicamente, se preferirem) dirigidos (embora, na verdade, tenha dúvidas sobre a viabilidade económica de um projecto desses em Portugal). Falo portanto de jornais que assumam claramente ser de esquerda ou de direita ou neoconversadores ou o que queiram - como, por exemplo, a Atântico é, no seu formato mensal e de revista. Só que acho que esses jornais estão condenados ao fracasso se forem dirigidos por políticos transvestidos de jornalistas, como Paulo Portas foi, e não por jornalistas que só queiram ser jornalistas. Será ingénuo da minha parte? Admito perfeitamente.