Glória Fácil...

...para Ana Sá Lopes (asl), Nuno Simas (ns) e João Pedro Henriques (JPH). Sobre tudo.[Correio para gfacil@gmail.com]

quinta-feira, novembro 9

Causas pequeno-burguesas (V)

Caro João,

Já calculava que iria pegar - o João ou alguém do seu blogue - pela questão da obrigação (imposta pelo Estado) de as empresas criarem creches. É precisamente o carácter muito rudimentar (por isso digo preguiçoso) do liberalismo que se defende no seu blogue que o torna altamente previsível, para não dizer absolutamente pavloviano. Pedindo-lhe antecipadamente desculpa pela dureza da imagem, a coisa funciona assim: fala-se em Estado e alguém saliva; fala-se em obrigação imposta pelo Estado e alguém ladra. É tiro e queda.

Seja como for, e indo à substância do problema, já aqui tinha reflectido sobre esse problema. Admito, em tese, que não seja necessária uma imposição, devendo-se antes avançar pela via dos incentivos (via benefícios fiscais). Acontece que como não acredito na verdade fiscal de grande parte das nossas empresas, vejo com muita reserva essa solução.

Sendo assim, faço meu um comentário colocado na caixa do seu post por alguém que se assina "Nuno Magalhães": "Se o Estado não obrigasse as empresas a dar férias aos funcionários a maioria não as dava. Se não fixasse salário mínimo andava tudo a ganhar à chinesa e se não fixasse tectos laborais de 40 horas só se saía dos escritórios em redor das 23 h, depois da entrada às 7h45. Há quem confunda responsabilidade social com interferência. Falam muito de liberdade, mas é só para negociar. "

Dito isto, pergunto-lhe, caro João: acha ou não que seria benéfico para o interesse das empresas (a sua produtividade, logo a sua rentabilidade) terem creches para os filhos dos seus funcionários? Não seria? Não sabe? Não quer dizer?

PS. Faço notar que não tenho qualquer interesse directo nesta matéria. A prole está toda devidamente encaminhada. Se a minha empresa criasse uma creche eu não a utilizaria.
|| JPH, 11:53

0 Comments:

Add a comment