O caso Charrua não fragilizou a directora regional de Educação do Norte, que continua a merecer a confiança do partido do Governo e não parece ter a demissão no horizonte. "Margarida Moreira está a fazer um bom trabalho e, por isso, vai continuar", garantiu ontem à Lusa o presidente da Federação Distrital do PS/Porto, Renato Sampaio. No entender do dirigente socialista, a directora "teve uma atitude correcta" no caso, que envolveu um processo disciplinar ao professor Fernando Charrua, acusado de proferir insultos visando a licenciatura do primeiro-ministro. "Houve um comportamento cívico incorrecto e censurável e ela teve a atitude correcta, suspendendo (Charrua) e abrindo um inquérito, que veio provar que ela tinha razão". (A notícia é da Lusa, mas o link é do JN)
Do deputado Renato Sampaio só se me oferece dizer (por assim dizer) uma frase simples: é mais papista que o Papa. Convém lembrar, por exemplo, a Renato Sampaio que José Sócrates, seu líder espiritual e também do PS, já disse, no início deste processo, que ninguém pode ser julgado/culpado por uma opinião… Mas também, enfim, pode ser a opinião do senhor...
Um espantoso discurso de Steve Jobs, o inventor dos Macs e do Ipod, em Stanford. Dura quase um quarto de hora (uma eternidade no YouTube) mas vale todo a pena, do princípio ao fim.
Mas no Brasil é assim. Até há jornalistas-cidadãos que não passam de vigaristas. Cá não. São todos santinhos, sobretudo os blogonautas. E ficam enxofradinhos quando lhes dizem que ser "cidadão" não é sinónimo de santidade cívica.
PS. E agora, evidentemente, vão zurzir no UOL por não ter verificado convenientemente a autenticidade da produção do "jornalista-cidadão". É claro que se um órgão de comunicação que ignora os jornalistas-cidadãos (que, no essencial, como se vê no YouTube, só produzem lixo) é tão criticado como aqueles que lhes dá guarida (e depois se engana). Preso por ter cão e preso por não ter.
A ministra da Educação arquivou o "caso Charrua". Percebe-se que o desenlace deste processo resulta directamente da tempestade mediática que gerou. Tivessem todos ficado caladinhos e o prof. Charrua estaria ainda mais no olho da rua do que já está. O caso, sempre apresentado como meramente administrativo, foi político do princípio ao fim. E, sendo assim, pergunta-se: quantos desenhos será preciso fazer à drª Margarida Moreira para ela perceber que tem de se demitir?
...que poucos ou nenhuns digam de Marques Mendes o que me parece da mais elementar justiça: que ele fez muito bem em mandar a câmara de Lisboa abaixo porque aquilo já cheirava a podre - devendo-se isso, acima de tudo, ao próprio Carmona que:
- Rebentou a aliança que tinha com a Maria José Nogueira Pinto
- e arranjou maneira de não ter nem uma nem duas nem três investigações judiciais à perrna mas sim bem para cima de uma dúzia, com o seu braço direito (Fontão) suspenso por ser arguido e o seu braço esquerdo (Gabriela Seara) idem idem aspas aspas.
Eu até nem percebo a surpresa com o resultado do PSD. Eles ganharam em Oeiras quando "expulsaram" Isaltino? Eles ganharam em Gondomar quando "expulsaram" o major? Não, não e não. Marques Mendes só será compreendido no seu modo de acção perante autarcas a braços com a justiça quando o "povão" acreditar na independência da justiça. O que acontecerá mais ou menos no dia de S. Nunca à Tarde. Gabo-lhe a obstinação.
Ora eu ia jurar - mas se calhar estou enganado - que aqui há uns anos o presidente da Câmara de Cascais tinha jurado demolir o Hotel Estoril-Sol porque aquilo era, dizia Capucho com toda a razão, um "atentado paisagístico". Se não foi isto foi algo muito parecido. Bem, entretanto sou informado (somos todos) que o sucedâneo é o belo mono que vemos na segunda foto, da autoria do arquitecto Gonçalo Byrne. Assim temos um mono substituído por outro e a prova provada que Capucho mentiu com quantos dentes tinha na boca quando prometia aos eleitorado cascalense (e eu sou um deles, por acaso, e desde que sou eleitor, ou seja, aí há uns dez anos, não mais) mandar o velho Estoril-Sol abaixo - onde até passei muitas felizes horas - porque aquilo era, por fora, um horror de bradar aos céus. Nem é preciso dizer mais nada porque a história fala por si. Depois admiram-se com o sucesso dos "independentes".
Juro que não entendo. Em tempos conheci Augusto Santos Silva (ASS). Pareceu-me uma pessoa civilizada, inteligente, moderada, culta, muito acima da média (como aliás também Francisco Assis) do aparelhismo brutal do PS-Porto, onde milita. Até me parecia de esquerda.
Hoje não o conheço. Deve ser a pressão das responsabilidades - digo eu, com bonomia, para não dizer assumida ingenuidade. Veja-se, por exemplo, uma carta que hoje assinou no Público sobre uma notícia de 5 de Julho passado. Nessa notícia, o jornal dava conta de um debate onde Santos Silva participara com Balsemão e onde este criticou violentamente a produção legislativa da maioria PS sobre comunicação social.
Na carta ao Público, ASS diz ser "falso" ter dito, como o jornal escreveu, "que a sua comunicação também poderia chamar-se 'as maldades de Santos Silva'". Ora afinal o que disse foi "que o tema do debate poderia ter sido "a política do Governo, a decisão do Parlamento ou as maldades de Augusto Santos Silva"; mas não era, e sim "os media e a transição para o digital". Onde é que está o desmentido? Em lado nenhum.
Depois refere-se ao facto de o jornal ter escrito que ele, ASS, "insinuou" que Balsemão fora mal-educado ao fazer um discurso contra o Governo quando o tema oficial do debate era "Os Media e a Transição para o Digital". ASS esclarece: Acrescentei, também, isso sim, que "quando convido pessoas tento ser educado com elas e explicar-lhes ao que vêm" - isto é, se as convido para debater um tema, é sobre esse tema que o debate se faz. Pergunta-se outra vez: se não desmente, então para quê a carta ao Público? Dou a resposta: para condicionar futuras notícias sobre ele, ASS. É básico - mas é assim.
No fim, a tradicional cereja em cima do inevitável bolo. ASS denuncia a "singular coincidência" do Público ter transmitido num dia a intervenção de Balsemão e só dia seguinte a dele próprio. E o jornal explica-se, assim como quem faz um desenho a uma criança: Balsemão fez chegar o seu discurso à redacção antes de o pronunciar. O mesmo não fez ASS, que só falou já passava das 23:00, quando a edição já estava fechada. Por isso só houve notícia do seu discurso dois dias depois.
Não sei o que se passa. Mas se calhar sou eu, e não o ministro, quem precisa de descanso. Talvez. Ou talvez não.