Na caixa de comentários deste
post do João Caetano Dias (JCD) debate-se a questão das creches nas empresas (
I e
II). No meio da habitual canalhice anónima, há comentários interessantes.
JCD comenta a ideia no quadro da habitual ortodoxia liberal do blogue onde escreve. Uma ortodoxia sempre muito simples, mentalmente preguiçosa e assente em esquemas ideológicos confrangedoramente rudimentares. No seu sectarismo são apenas simétricos do sectarismo marxista de há umas décadas atrás. E a lógica é a do costume: do conformismo e da passividade, do deixa andar e do encolher de ombros.
Só que há um problema - e aí reconheço que o que eu escrevi pode ter induzido o JCD em erro, como aliás induziu outros comentadores da proposta. Não defendo que
todos os trabalhadores de uma empresa com creche devam descontar para a dita creche. Nem defendo - pelo contrário - que os trabalhadores de uma empresa com creche sejam obrigados a utilizar esta creche e não outra fora.
Defendo sim que esse serviço deve ser pago
exclusivamente pelos respectivos utentes. E que as mensalidades (e respectivas actualizações) podem ser estabelecidas em função do vencimento líquido de quem as paga. Cinco por cento? Dez por cento? Falei em cinco por cento mas não tenho nenhuma ideia fechada. Acho apenas - evidentemente - que não se pode impor a uma empresa um serviço que lhe dê prejuizo. Por outras palavras: a forma como vejo esta ideia implica necessariamente a
salvaguarda dos interesses económicos da empresa. Tanto no curto-prazo (que a creche não crie uma despesa incomportável) como no longo prazo (do ponto de vista da produtividade).
Quanto à questão do número mínimo de trabalhadores por empresa, é também de pormenor. A ideia foi deixar claro que não me parece que esta solução seja viável em empresas pequenas.