...para Ana Sá Lopes (asl), Nuno Simas (ns) e João Pedro Henriques (JPH). Sobre tudo.[Correio para gfacil@gmail.com]
quarta-feira, abril 27
A Igreja e o preservativo (II)
Mas é claro que pode sempre acontecer o que sempre tem acontecido com a Igreja Católica - no Holocausto, por exemplo, só para dar o exemplo mais próximo.
A Igreja continuará na sua, advogando radicalmente o não uso do preservativo. Daqui a 60 anos um qualquer Papa com talento mediático irá a um qualquer sítio simbólico dizer às famílias das vítimas da Sida que "
estamos profundamente tristes com o comportamento daqueles que, ao longo do curso da história, causaram sofrimento a estes teus filhos e, pedindo o teu perdão, manifestamos o desejo de nos comprometermos a uma irmandade genuína".
Há 60 anos não foi por falta de avisos que o Papa da altura (Pio XII) nada disse que censurasse a Alemanha nazi. Avisos não faltaram.
Hoje, avisos não faltam, também. E, ao contrário do que acontecia há 60 anos, o mundo está mil vezes mais mediatizado. Hoje, eles - as vítimas da Sida - morrem à nossa frente. Há 60 anos o mundo só se apercebeu de todo o horror, em toda a sua industrial (e demencial) dimensão, depois de os campos serem abertos. Isto serviu durante muito anos à passividade papal.
Hoje, portanto, não há abolutamente razão nenhuma para, na questão do preservativo, a hierarquia da Igreja se manter irracionalmente fiel à sua filosofia de morte. E, sobretudo, o que não há mesmo é razão para os leigos propagandearam os ditames de uma hierarquia à qual não devem, de facto, qualquer obediência. Isto tem um nome: colaboracionismo. Com toda a História que a palavra carrega.
|| JPH, 17:13
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A Igreja e o preservativo
Background: O Paulo Pinto Mascarenhas decidiu
responder a este
meu post e a
um outro do Francisco, que por sua vez respondiam a uma
provocação inicial do próprio Paulo.
Resposta oficial: A Igreja tem todo o direito de ser profundamente conservadora. Sou até compreensivo. O carácter conservador da instituição, por exemplo na moral sexual, é o que lhe confere identidade própria. A afirmação conservadora é uma afirmação de existência própria. Raciocínio La Palisse: se a Igreja não fosse o que é, era outra coisa; e se fosse outra coisa, não era a Igreja. Dissolvia-se nas práticas comuns. Deixava de fazer sentido porque deixava de ser diferente. Perdia a marca identitária. Compreendo, portanto, o conservadorismo da Igreja face, por exemplo, aos homossexuais e o discurso radical na questão do aborto. Não concordo - mas compreendo.
A questão do preservativo é muito diferente. Um pílula impede uma gravidez; um preservativo impede isso e muito mais: doenças, doenças fatais, para as quais não há cura. A ausência de um preservativo mata. E é de uma grande irresponsabilidade exigir a todos os homens e a todas as mulheres que se comportem, no capítulo da sexualidade, como se fossem deuses. Cito o
Pedro Mexia - com quem, nesta matéria, estou completamente de acordo: "
Por razões evidentes, é isto que eu peço: uma exigência moral que tenha em conta a complexidade humana e não defenda apenas o puro primado proibitivo."
Por amor à vida, a Igreja podia - e devia - fazer aqui o seu caminho. Fazê-lo não censurando o uso terapêutico do preservativo.
O Paulo fala também do desperdício de milhões por parte das agências da ONU que fazem o combate à proliferação da Sida. Dou-lhe inteira razão. Mas não assobie para o lado desvalorizando o papel importantíssimo da Igreja na difusão de um discurso anti-preservativo cujos custos são os que se sabe. Vi em Timor-Leste a Igreja boicotar activamente campanhas da ONU de distribuição de preservativos, campanhas essas que tinham como único fim a salvaguarda da saúde pública.
Um último comentário a esta frase do Paulo: "
Só que, como conservador liberal que sou, compreendo que esta mesma Igreja é uma instituição respeitável, com mais de 2000 anos de existência, que tem as suas regras e as suas leis próprias - e não vou ser eu que as vou pôr em causa."
Pois, por acaso é pena. Porque no caso do preservativo não se trata só de uma "lei própria", trata-se de um discurso para fora, com peso e influência entre milhões de pessoas. E seria muito mais eficaz que esse "pôr em causa" viesse de dentro do rebanho do que fora (o meu caso e o do Francisco). A frase reflecte, apenas, uma relação de militância acéfala com a "
instituição respeitável" que é a Igreja ("
não vou ser eu que as vou pôr em causa"). Isto a mim faz-me confusão: seja com a Igreja, um clube de futebol ou um partido qualquer. É a inteligência entre parentesis.
PS - Li também
uma síntese que o Martim fez desta discussão. Martim, meu caro, faço-te apenas um pedido: quando tiveres uma ideia própria, avisa.
|| JPH, 12:26
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terça-feira, abril 26
25 de Abril (II)
Há alguns deputados para quem a data do 25 de Abril é indiferente. Por acaso até os compreendo. Seriam deputados à mesma, com ou sem revolução.
|| JPH, 12:40
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25 de Abril (I)
Dizem-me que alguns deputados faltaram à sessão parlamentar comemorativa do 25 de Abril. Aproveitaram o dia para descansar de um fim de semana cansativo. A história repete-se: o 25 de Abril apanha-os sempre a dormir. Ainda bem.
|| JPH, 12:31
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sexta-feira, abril 22
Nos campeonatos distritais
Não concordo com a Sofia da Natureza do Mal. Eu acho que é a jogar à bola, nos campeonatos distritais.
|| asl, 21:55
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Pode ser que isto mude
Ainda decorrem as negociações, mas o acordo está em vias de estar fechado. O Glória Fácil deverá, muito em breve, contar com um novo elemento, um extraordinário elemento, um muito talentoso elemento. Eu espero que ela não se corte, à última hora. Se ela disser que sim, será feita a remodelação que eu, JPH e Simas, reunidos em Congresso em Pombal, considerámos decisiva para um novo ciclo do Glória Fácil.
Ah, eu gostava de mudar o "template"´, mas os gajos não querem.
|| asl, 21:40
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Ao menos que o blog sirva para isto
NMP preciso muito de falar contigo. Liga-me sff.
|| asl, 21:38
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Um post sobre nada
Podia escrever um post. Devia escrever um post. Não sei porque é que não me apetece escrever um post. Até há assunto, um ou outro. O alegado papa de transição (mas quem inventou isto, Deus?)e outros. Ou a mulher do café (as mulheres dos cafés do meu bairro dão todas post) que hoje gritou com o patrão que gritava com ela. "Eu não lhe pertenço, ouviu?! Eu não lhe pertenço!". A estranha matemática do grito e da pertença.
Mas nem isto, que dava um post, faz disto um post. boa noite.
|| asl, 21:28
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quarta-feira, abril 20
...A Igreja não escolheria a propagação da Sida como método primeiro de controlo do crescimento populacional.
|| JPH, 12:58
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"Habemus Papam" (II)
Juro-vos, meus caros, estive quase-quase a converter-me. Apesar de educado na mais rigorosa escola republicana mata-frades, sendo portanto alguém absolutamente desprovido de qualquer educação religiosa, estive mesmo quase-quase. Ontem, confesso, emocionei-me (ligeiramente, é certo) quando vi o fumo branco. E quando os sinos tocaram. E quando a multidão rejubilou com a boa nova. Mas tudo se esfumou quando a escolha anunciada foi a do cardeal Ratzinger. Sinceramente, queria muito que o eleito fosse o nosso D. José Policarpo. E assim, meu caro
Rui, ainda não é desta que me vais ver a aderir à fé sportinguista.
|| JPH, 12:47
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"Habemus Papam" (I)
Definitivamente, o
Barnabé já não é o que era. Passou quase um dia sobre a eleição do novo Papa ainda ali não surgiu um vigoroso:
-
Heil Ratzinger!
|| JPH, 12:39
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O novo Papa (um post mais ou menos a sério, uma espécie de declaração de princípios e tal...)
Desta vez, a Santa Madre Igreja e os seus cardeais não nos surpreenderam: escolheram para usar as “sandálias do pescador” o candidato que se esperava, o Cardeal Ratzinger, o defensor da pureza da fé - até nas bolsas de apostas o cardeal alemão estava à frente.
Na verdade, o cardeal que é “simpático”, “reaccionário”, “afável”. “neo-conservador”, “que gosta de Porto”, “rottweiler da fé”, “rottweiler de Deus”, “inteligente”, “muito culto” (poder-se-iam multiplicar as citações de jornais, nacionais e estrangeiros...) é apenas uma escolha na continuidade.
Foi um dos pilares do papado de João Paulo II, ele próprio um conservador empedernido, anti-comunista, naquilo que os “progressistas” mais criticaram em Karol Wojtila: a intolerância a correntes como a Teologia da Libertação, a resistência férrea a abertura da Igreja.
Não sei se isso é bom ou mau, tendo em conta que a Igreja tem 2000 anos de História, mas a crise das ideologias e das religiões poderá justificar outras experiências... na América Latina, por exemplo.
[Àqueles que nos jornais, no éter, na blogosfera vão dizendo que "Ratzinger ainda nos vai surpreender a todos", façamos como São Tomé: Ver para crer!]
|| portugalclassificado, 11:51
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terça-feira, abril 19
Apostas "papáveis" (ii)
O "papabile" português está a descer nas apostas.
No fim-de-semana, na correctora britânica
paddypower, as hipóteses de D. José Policarpo eram de 12-1; hoje são de 25-1...
|| portugalclassificado, 14:30
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domingo, abril 17
Apostas "papáveis"
Os britânicos são assim mesmo: há apostas para tudo. Apostas no futebol, nos cavalos e até para tentar adivinhar quem será o novo Papa. Quem quiser vote (e pague)
aqui.
O top é liderado pelo Cardeal Ratzinger (3-1). O Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, não está muito mal; tendo em conta as apostas feitas até agora, as hipóteses de D. José são 12-1.
Preços? Não sei. A corretora esclarece que o preço das apostas é variável!
|| portugalclassificado, 16:43
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O fantasma: Santana ainda é líder do PSD
Pedro Santana Lopes ainda é líder do PSD. Estranho, não é? Mas é verdade.
Uma semana depois do congresso que deu a vitória a Marques Mendes, Santana vai pairando "por aí". O PSD ainda não mudou o seu
site e é Santana quem "manda", embora virtualmente.
É a foto de um sorridente Pedro Santana Lopes que está em destaque na página do PSD, ao lado de uma foto de... Sá Carneiro (sempre ele, até na Internet).
Ora vejam!Dr. Marques Mendes, cuide-se!
[Os dias passam e a fotografia de Santana Lopes lá continua...]
|| portugalclassificado, 15:36
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sexta-feira, abril 15
Hoje acordei assim...
...apetecendo-me iscas. Acontece-me bastantes vezes: numas vezes iscas, noutras cozido à portuguesa, noutras canja de galinha (em dia de ressaca, geralmente), noutras entrecosto grelhado com arroz de feijão, noutras leitão. Mas hoje é iscas e, portanto, antes de me atirar às ditas, cultivei-me sobre o assunto.
"Ia-se às iscas. Ah!, mas não se julgue que as iscas eram o que são hoje. Não. Perdeu-se a poesia das iscas. (...) O cozinheiro era sempre galego, conhecido em calão por frege-moscas, e o segredo da sua preparação culinária, quanto a nós, devia-se a dois factores especialmente: primeiro, à espessura quase inverosímil da isca. Espessura negativa, que exigia na sua confecção adestramento e faca; segundo, a que nunca se lavava a frigideira a não ser de anos em anos, quando os cozinheiros iam à terra, para deixar malparados os créditos do substituto.(...) Com banha de porco e baço raspado, as iscas saídas do alguidar onde estão de molho em vinagre, sal, pimenta, louro e alho, saltam na ponta do garfo e espalham-se na frigideira. O fígado penetra-se do gosto dos condimentos e abre num cheiro maravilhoso.(...)Com as iscas comia-se uma conserva que os galegos denominavam conserva à portuguesa, composta de tiras muito finas de cenoura e pimentos verdes, que era um verdadeiro achado a junção dos dois petiscos. Isso tudo se perdeu."
Assim escrevia, em 1940, Albino Forjaz de Carvalho, no seu magnífico ""Volúpia (a nona arte: a gastronomia)", edições Editorial Notícias. Compra-se num hipermercado por cinco euros. Conheço um sítio em Lisboa, na zona de Picoas, onde ainda não se perdeu "a poesia das iscas" - sim, porque ela existe, a tal da "poesia das iscas", o Forjaz de Carvalho sabia do que falava. É para lá que me vou dirigir. Agora, justamente agora, nem antes nem depois, agora, disposto a tudo.
|| JPH, 13:15
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quinta-feira, abril 14
Underground TV
Há dias uma amiga, a Matilde, chamou-me a atenção para o facto. Já não se consegue andar de Metro descansado.
Agora (há uns meses, enfim...) puseram uns ecrãs nas estações do Metropolitano a debitar som e imagens e uns quantos anúncios - muitos, porque é isso que dá dinheiro aquela nova fórmula de canal de televisão.
Já não se consegue estar descansado. Era no Metro (e também nos autocarros) que ia ouvindo uns quantos discos, apaixonando-me por uns, detestando outros. Ou que ia lendo jornais ou um livro em dia de folga (li, na estação da Baixa-Chiado e depois numa carruagem a abarrotar de gente, o livro do Pipi, e fiz uma posta sobre essa experiência transcendental).
Mas isso é grave? Não, mas é um belo motivo de conversa. Trivialidades, é certo, mas... vai dando para meter conversa. Até aqui no blog!
|| portugalclassificado, 23:03
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A entrevista mais fácil (actualizada)
O primeiro-ministro, José Sócrates, está a falar há um ror de minutos na entrevista à RTP e parece que ainda está em campanha eleitoral!
Só generalidades e promessas. É o estado de graça do Governo e dos socialistas, perante o estado de desgraça da oposição. De relevante nada e a culpa não é de Judite de Sousa.
Esta é a entrevista mais difícil para Judite de Sousa e a mais fácil para Sócrates!
[Quanto à entrevista no seu todo, fica um balancete. O tom foi de campanha eleitoral e as promessas as mesmas que fez (vá lá, não mudou): que não vai aumentar os impostos; que vai combater a fuga e a evasão fiscais... Preparando-nos para o pior, anunciou que o défice real estará próximo dos 6%. Embrulhou-se nas explicações sobre os referendos (aborto e europeu)e atirou a decisão sobre as presidenciais lá para o Verão ou depois das autárquicas de Outubro.]
|| portugalclassificado, 22:47
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sábado, abril 9
"Uma autêntica palhaçada"
Helena Matos, directora de uma publicação (a "Atlântico")que só existe à boleia de outra (o "Público"), critica hoje duramente um partido (os Verdes) que só existe à boleia de outro (o PCP). Sim, tem razão: é uma "autêntica palhaçada".
|| JPH, 11:45
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terça-feira, abril 5
A morte em "prime time" (V)
Se há critica justa a fazer à cobertura mediática é aquela que o João fez no Terras do Nunca (terrasdonunca.blogspot.com):
"Estamos mergulhados numa liturgia global. A falta de distanciamento é total. E geral.
Os media, voluntariamente (dir-se-ia que entusiasticamente...), são porta-vozes do Vaticano. Haverá hipótese de fuga?"
Já alguém se lembrou de dizer que este Papa foi aquele que censurou as mulheres engravidadas por violação na guerra da Bósnia por quererem abortarem? Convém ver o filme completo - é o que eu quero dizer.
|| JPH, 15:40
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segunda-feira, abril 4
Depardieu
O paquiderme continua a fazer de Cyrano, de Gérard, de paquiderme, de colosso de Rhodes, de Depardieu. Em "Os Tempos que Mudam" (um Techiné com Deneuve, mas um bocado seca), a única coisa que interessa é o mistério da espantosa sensualidade paquidérmica, a que não muda. Mesmo que Depardieu, dizem, já só faça o papel de Depardieu, ou o de paquiderme, ou o de colosso de Rhodes, ou o de elefante branco.
|| asl, 16:28
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domingo, abril 3
A morte em "prime time" (IV)
E só mais uma coisinha: o Vaticano colocou o cadáver do Papa em exposição pública. O Vaticano trata da recolha de imagens e distribui. Essas imagens estão a passar há várias horas nas televisões do mundo inteiro e, amanhã, serão certamente capa de jornais do mundo inteiro.
A exposição pública do cadáver do Papa, que o Vaticano agora está a propiciar (e a distribuir), contraria, objectivamente, o que o Papa pediu na Constituição Apostólica "Universi Dominici Gregis", escrita em 1996: "Não é lícito a ninguém fotografar nem captar imagens do Sumo Pontífice, seja pelo meio que for, quer doente na cama quer já defunto, nem gravar em fita magnética as suas palavras para depois reproduzi-las".
Quem é abutre quem é?
|| JPH, 18:38
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Mitos de esquerda (II)
Está aceso o debate sobre a (des)montagem do mito de Catarina Eufémia.
Hoje, Natália Santos responde, no Público, a Helena Matos. E, nos
estudossobrecomunismo, somam-se os comentários (já vão em 31...). Quem diria?
|| portugalclassificado, 16:10
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A morte em "prime time" (III)
Há neste criticismo à actuação dos 'media' em acontecimentos como os da morte do Papa uma forte componente pavloviana, ou seja, resulta de puro automatismo. Como tal, nunca apreende as diferenças, isto é, só analisa caso a caso. É totalmente incapaz de registar as evoluções que deram (por exemplo) nas televisões portuguesas desde o absoluto desastre que foi a cobertura dos acontecimentos de Entre-os-Rios até aos dias de hoje.
Este criticismo - que nunca deixará de existir porque fazer outra coisa implica trabalho - nunca foi capaz de registar, por exemplo, que na cobertura da morte de Feher nunca se viu um plano da cara do jogador e que isso só foi assim porque o realizador de serviço decidiu que fosse assim. Quer dizer: está-se a fazer um caminho - que não acabou nem nunca vai acabar - e um caminho no bom sentido, no sentido da sobriedade.
O criticismo remete portanto para comportamentos pavlovianos.
Os chamados "circos mediáticos" são os ossos que fazem espumar. Basta vê-los para isso acontecer. O osso até pode ser de plástico - isto é, não ser aquilo a estão habituados - mas não faz mal. Espumam à mesma. Por mim, não me admiro. Saberiam os cães do sr. Pavlov que eram os "cães de Pavlov", com tudo o que isso implicava? Não, evidentemente. Toda a gente sabia menos eles. O que a ninguém pode estranhar: são cães, não sabem nada. Uma graça de Deus como outra qualquer.
|| JPH, 13:15
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A morte em "prime time" (II)
O resto é a conversa (ignorante e pavloviana) do costume. Que, neste caso, persiste em iludir o óbvio. Foi o próprio Vaticano, directamente comandado pelo próprio Papa, quem providenciou o "espectáculo" da agonia papal. Ou foi algum jornalista abutre que obrigou Karol Wojtyla àquela sua última aparição à janela dos seus aposentos? Ou, ainda, foi algum desses jornalistas que lhe colocou uma câmera de televisão no seu "papa mobile" para o último regresso do hospital a casa? Ou foram os jornalistas que foram emitindo sucessivos boletins médicos dando conta do progressivo agravamento da saúde do Papa?
|| JPH, 13:06
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A morte em "prime time" (I)
Vasco Lobo Xavier, zangado com a comunicação social, escreve no seu Mar Salgado (marsalgado.blogspot.com): "Admito que [a comunicação social] esteja zangada pelo facto de João Paulo II não morrer em directo, preferencialmente em horário nobre".
Pela boca morre o peixe. O Papa morreu às 21h37. Mais "horário nobre" do que isto dificilmente se pode pedir. Nas próximas horas ou dias VLX há-de censurar este "timing" ao Papa, estou certo. Ou não estou?
|| JPH, 12:47
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Prémio "O silêncio é de ouro, senhor bispo"
Ora leiam esta pérola de D. Serafim Ferreira e Silva, que, em Fevereiro, quando morreu irmã Lúcia, confirmou que a vidente de Fátima já tinha chegado ao Céu no dia seguinte à sua morte.
Papa/Óbito:João Paulo II "já deu um beijinho a Jacinta" - Bispo
de Leiria-Fátima
Fátima, 03 Abr (Lusa) - O bispo de Leiria-Fátima, D. Serafim Ferreira e Silva, mostrou-se hoje convencido de que João Paulo II "já deu um beijinho a Jacinta, ao Francisco e já se encontrou com a Irmã Lúcia".
"Isto pode parecer misticismo, mas não, eu acredito que é uma vida que se prolonga para além deste acidente mortal que é o elemento cósmico do regresso à terra", disse o bispo, que elogiou os últimos dias de vida do Papa falecido sábado aos 84 anos.
O bispo disse ter saudade da amizade e presença do Papa e negou estar "dramaticamente em luto", dado estar plenamente confiante na passagem de João Paulo II para a vida eterna.
"A vida é sempre um itinerário curto, marcado no tempo, e não é uma surpresa (a morte de João Paulo II). Não é ter pena, é talvez saudade", afirmou D. Serafim Ferreira e Silva aos jornalistas.
O bispo de Leiria afirmou ter pressentido os instantes da morte do Papa que "Fátima não vai esquecer".
|| portugalclassificado, 00:21
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Silêncio
As televisões de todo o mundo estão a dar imagens de milhares e milhares de pessoas a rezar e a chorar pelo Papa João Paulo.
Não deixa de impressionar, mesmo agnósticos como eu.
As TV´s fazem um apelo à emoção (não é crime!). E não é por acaso que algumas das estações televisivas optaram por uma música: "Requiem", de Mozart, no andamento "Lacrimosa".
|| portugalclassificado, 00:00
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