...para Ana Sá Lopes (asl), Nuno Simas (ns) e João Pedro Henriques (JPH). Sobre tudo.[Correio para gfacil@gmail.com]
sexta-feira, setembro 30
fim do mundo
quando leio notícias como a do incêndio na barraca que matou a mãe guineense e os cinco filhos, há sempre informação que me falta. falta-me saber exactamente porque é que aquela mãe e aqueles cinco filhos viviam naquela barraca e porque é que vivem em barracas como aquela naquele sítio e em outros sítios como aquele mais umas centenas de mães e pais com as respectivas proles.
porque ainda não tinham sido realojados, dizem as notícias.
nem vale a pena esperar que não me interpretem mal pelo que vou escrever, mas eu escrevo na mesma: não foi isso que perguntei. o que eu queria saber era, precisamente, se não havia outra hipótese. se era mesmo forçoso que aquela mãe e aqueles cinco filhos vivessem naquela barraca, como vivem em barracas como aquela centenas ou até milhares de outras mães.
a tragédia não deixa de ser tragédia por se responder a essa pergunta -- mas nunca ninguém a quer fazer. como se nunca morressem pessoas queimadas em apartamentos pagos por elas e isso não fosse o fim do mundo na mesma.
só uma vez por outra gostava que me poupassem da porra do simbolismo e da porra dos simplismos. só uma vez por outra podiam surpreender-me
|| f., 17:20
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do u mean to be mean, or just meant to be?
o joão peter pan escreveu lá na never never land que aqui pontificam
'duas mulheres muito mulheres -- if you know what i mean'.
bem sabemos que o joão tem, digamos, um problema com a questão de género -- um problema do género insolúvel, diria eu (eheh, esta foi boa, desculpem mas até eu me ri).
mas tem de ser tão óbvio e insistente?
o que será ao certo uma mulher muito mulher? hum? como é que se reconhece? se estás usar os estereótipos (again and again and again and again, como cantavam os cure), não é suposto uma mulher muito mulher ser mandada por um ou mais homens e achar isso normal e desejável, como de resto o acham normal e desejável os homens muito homens? por outro lado, se estás a querer ser desconstrutivo, que há de mais normal que uma mulher muito mulher discutir com um homem muito homem as cores e formatos de um blogue porque se dá o caso de ele os ter mudado e lhe ter perguntado a opinião e ela achar que ele é um querido e mesmo não achando muita graça à farpela não querer fazer mais cena que um bater de pestanas e um amuo breve?
pensa lá nisso. e prá próxima falamos da calota polar, ou assim
|| f., 17:03
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Pró-americanismo primário
Alguma coisa acontece no meu coração/quando cruzo Ipiranga e avenida São João/ e vou ao site meter e vejo uns servers/ que são do Texas, West Virginia ou Mississipi
|| asl, 17:02
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Fatiotas e exercício de poder
O João
é venenoso. Ele sabe bem que o elogio do poder
provoca a sua erosão. E dá imediatamente pretexto a acusações de autoritarismo. O poder não se exibe nem se elogia; conquista-se e exerce-se. Compreendo agora o drama de Cavaco.
|| JPH, 16:02
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eclipse
Fosto de eclipses. Sobretudo por causa dos +cioyulos. Ficam.-me bem. GFosto tantop q que estou a agora a escrever este post comos ´coulços postops. Que tal=
|| JPH, 15:19
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O vestido e o capital
Um vestido é muito importante e o JPH não percebe nada de vestidos. A f. percebe. Mas toda a gente sabe, querido
João, que manda sempre o detentor dos meios de produção. É certo que quem manda não percebe nada do vestido. Mas que fazer?, como dizia o outro.
|| asl, 14:31
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Ó meninas, (III)
Do um leitor que assina José J.C. Serra recebemos o seguinte mail:
não acham que já chega de discussão sobre o vestido? toca mas é a postar! By the way, as mudanças de template melhoraram muito o aspecto gráfico do Glória Fácil. Serve como resposta, minhas lindas?
|| JPH, 11:43
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quinta-feira, setembro 29
chata
não quero ser chata, mas -- é assim que as pessoas chatas que sabem que vão chatear começam a chatice.
é que na verdade este formato me tolhe um bocado os movimentos. o outro era assim mais à larga. e as letras ficavam enormes, o que era bom para os míopes e assim (eu sou míope, caso não saibam -- sim, bem sei que não devia ter dito isto).
mas pronto, jph, não ligues. eu e a ana somos em certas coisas, sobretudo as afectivas, muito conservadoras. chatas, portanto.
|| f., 17:15
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Sóbrio muito sóbrio
Eu gostava daquele laranja mais à bruta. E do template piroso. Isto é muito sóbrio. Isto parece um blog de referência. Vamos mesmo ter que fazer disto um blog de referência, daqueles em que se posta todos os dias?
|| asl, 14:16
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quarta-feira, setembro 28
Ó meninas, (II)
|| JPH, 20:52
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olha
não me reconheço. gostava muito daquele cor de laranja.
sim, eu gosto de cor de laranja, porquê?
este formato e esta cor parecem-me um pouco soturnos -- e, já agora, parecidos com o dos outros. mas prontoS.
|| f., 17:34
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Ó meninas,
gostam da nossa nova fatiota? Que tal?
|| JPH, 11:40
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terça-feira, setembro 27
Uma justa homenagem
Nestes conturbados tempos da política autárquica portuguesa convém dar a conhecer à multidão de leitores do Glória Fácil um político impar na história da democracia brasileira. Falo do paulista
Adhemar de Barros (1901-1969).
Adhemar de Barros (também se escreve Ademar de Barros) nasceu numa família de abastados proprietários agrícolas de São Paulo. Em 1923 formou-se em Medicina, no Rio de Janeiro, pós-graduando-se em Berlim.
De regresso ao Brasil, tornou-se activista político. Em 1934 chegou a deputado estadual, eleito pelo Partido Republicano Paulista (PRP). Depois criaria um novo PRP (o Partido Republicano Progressista), que se transformaria no Partido Social Progressista (PSP), que fundou e presidiu. Fez o essencial da sua carreira política em São Paulo, onde deteve vários cargos, nomeadamente prefeito e governador. Participou no movimento militar que derrubou João Goulart, mas passou à oposição com o Acto Institucional nº 2 (AI-2), que extinguiu o pluripartidarismo.
Adhemar de Barros ficou conhecido por grandes obras em São Paulo, entre elas o Hospital das Clínicas, as rodovias Anhangüera e Anchieta. Isto além de ter promovido uma grande remodelação na malha urbana. Tudo obra que provocou um enorme défice nas contas públicas. Em 1966 o mandato de governador foi-lhe cassado, sob a acusação de corrupção. Fugiu para Paris. Nunca regressou. Morreu na capital francesa em 1969. Adhemar de Barros conquistou a imortalidade quando, numa das suas campanhas, os seus partidários lhe inventaram o slogan
Roubo mas faço.
[Fontes:
aqui e aqui]
|| JPH, 12:58
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Portugal no seu melhor
Estou feliz. Moro num sítio onde o presidente da câmara se recandidata com um dos
slogans mais imbecis da história do
marketing eleitoral:
Este ano o Natal começa em Outubro. Já decidiu: vou pedir-lhe uma Playstation.
|| JPH, 12:09
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segunda-feira, setembro 26
Alegre
Levo a sério a candidatura de Manuel Alegre. Espero sinceramente que vá a votos - digo-o sem qualquer ironia. Nos dias de hoje - particularmente nos dias de hoje - é muito salutar que alguém de dentro de um partido rompa com as suas imposições e exiba vontade própria. Arriscando o que tem de arriscar, contra quem tiver que ser. Pena que não haja mais gente assim. Porque, para Alegre, a parada é, de facto, altíssima. Convém deixarmo-nos de análises ultra-sofisticadas (como aliás o próprio Alegre faz): se Cavaco ganhar à primeira volta já se sabe que será Alegre o bode expiatório. É melhor que se prepare: à esquerda o jogo vai ser duríssimo. Porventura mais duro do que foi nas presidenciais de 1986.
|| JPH, 19:37
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tacones lejanos
gostava de convidar os dois principais contendores na corrida à câmara de lx para darem comigo uma volta pela cidade. a pé. e de saltos altos, de preferência.
era extraordinário, pá.
talvez no fim não me pudessem apertar a mão, mas eu não levaria mal e certamente não lhes chamaria nomes -- não se pode exigir isso a pessoas de braços partidos.
|| f., 16:54
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love is the drug
brian ferry faz hoje 60 anos. se - ssssssssssssssssen - ta.
i'm speechless
|| f., 16:50
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sexta-feira, setembro 23
Avé Marias de Cesário Verde
Nas nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade, há tal melancolia,
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.
O céu parece baixo e de neblina,
O gás estravassado enjoa-me, perturba;
E os edifícios, com as chaminés, e a turba
Toldam-se duma cor monótona e londrina.
Batem os carros de aluguer, ao fundo,
Levando à via-férrea os que se vão. Felizes!
Ocorrem-me em revista, exposições, países:
Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, no mundo!
Semelham-se a gaiolas, com viveiros,
As edificações somente emadeiradas:
Como morcegos, ao cair das badaladas,
Saltam de viga em viga os mestres carpinteiros.
Voltam os calafates, aos magotes,
De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos;
Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos,
Ou erro pelos cais a que se atracam botes. (...)
Cesário Verde, d'"O Sentimento de um Ocidental"
|| asl, 19:32
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Angoisse
Angústia é pior em francês - é mais rápido o ênfase agudo do que um lento arrastar do duplo s
|| asl, 17:40
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Queimar cartas
Dei agora (sem querer) um safanão e apaguei os mails todos. São rápidos e inodoros os modernos funerais das palavras.
|| asl, 16:21
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ejectem-me daqui, já
quando era pequena tinha um aston martin do james bond que ejectava um boneco pelo tejadilho. carregava-se numa coisa e zás, lá ia o boneco a grande velocidade. farto-me de pensar nisso e de como gostava de poder ser ejectada assim, com aquela limpeza, para fora deste país.
ontem estava a ver televisão -- sim, tive uma recaída -- e assisti à cena em que josé maria martins, consta que candidato à presidência da república e advogado de carlos silvino, se fez ejectar para fora de uma porta, enquanto gritava 'filmem! filmem!'. e lá filmaram o homem a cair de borco no meio da rua e a levantar-se todo pimpão, feliz com a proeza.
filmem, filmem. e eles filmam. filmam tudo e não filtram nada (isso é censura, que raio! tou parva, ou quê???)
e tudo se vê. assim as pessoas deixam de estranhar.
a única esperança -- se alguma -- no meio desta história é o resultado da sondagem da não sei quantas campo, em felgueiras, a tal feita no dia do regresso que dá uma vitória retumbante à fatinha mas demonstra que entre os eleitores dos 18 aos 24 a aparente alegadamente fujona não ganha. a grande vitória da milagrosa é nos 65 anos para cima (e mais nos homens que nas mulheres -- como é que era aquele estudo inglês? os homens eram mais inteligentes que as mulheres a partir dos 14 anos, não era? pois deviam ir a felgueiras fazer uns testes).
mas a esperança, se existe, é fraca. afinal, acordei hoje com a notícia de que o sr procurador da república acha que não se deve divulgar já o resultado do inquérito do caso apito dourado, para não interferir no resultado das eleições. é boa. portanto das duas uma: ou um certo candidato a presidente de câmara irá, de acordo com o resultado do inquérito, ser acusado, ou não.
que está sob investigação já toda a gente sabe. e que tem direito à presunção de inocência até ao fim do processo, mesmo depois de acusado, também é suposto saber-se. e que o nosso sistema permite a uma pessoa acusada de crimes concorrer a eleições, acho que já ninguém ignora.
mas suspender a revelação do estatuto de uma pessoa perante a justiça por razões eleitorais??????????!!!!!!!!!!!!!!
este procurador devia mas era andar à procura do juízo -- da república não vale a pena, já desistimos todos
eu, por exemplo, estou a pensar seriamente em investigar esta coisa da dupla nacionalidade. será que ter uma avó nascida na catalunha não dá para requerer asilo, ou assim? posso sempre alegar diferenças irreconciliáveis. dá para os casamentos, pode ser que dê também para os países
|| f., 13:13
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quinta-feira, setembro 22
E agora algo completamente diferente (mas continuando a falar de mulheres)
[Joana Amaral Dias]
Esta senhora vai ser a mandatária de Mário Soares para a juventude, tendo declarado à Lusa: "
Como tal e embora, como se sabe, seja dirigente do Bloco de Esquerda - solidária com as suas causas como, por exemplo, as que defende nestas eleições autárquicas -, apoio a candidatura do dr. Mário Soares, entendendo que é, sem dúvida, a melhor opção para presidir ao país."
Isto, no Bloco, dá expulsão? Ou só ostracização? Ou estará, a par de Fernando Rosas, apenas a abrir caminho para o apoio do BE a Soares logo na 1ª volta, com desistência de Louçã?
|| JPH, 19:49
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Felgueiras - a impunidade dos eleitores (actualizado)
Estava em casa, ontem à noite, a tomar notas num bloco sobre este "caso Felgueiras", quando surge na Quadratura do Círculo José Pacheco Pereira dizendo algo que eu próprio acabara de escrever: de entre as várias responsabilidades neste caso não se pode esquecer a dos eleitores, sim, dos eleitores,
dos que supostamente têm sempre razão. Pacheco Pereira diz isto e eu a trovejar palavrões mais palavrões, "
o homem matou-me o post" e coisas assim. O que fazer? Olha, que se lixe, escreve-se tudo à mesma. E é assim.
Esta história de Felgueiras envergonha toda a gente. Envergonha, em primeiro lugar, a própria Fátima Felgueiras, personagem demencialmente cega ao mal que está a fazer a si própria, à imagem global da classe política (e dos autarcas em particular), e, também, à sua terra, alvo, no mínimo, de chacota nacional.
Envergonha também o PS - nacional, distrital e local - que a reconduziu em 2001 como candidata autárquica quando já existia uma (amplamente noticiada) investigação judicial. Envergonha o PS - nacional, distrital e local - pelo que aconteceu em 2001 mas também o PS de agora. Porque reparem: ninguém se deu ao trabalho de expulsar a senhora do partido - e parece-me que fugir à justiça é um bom motivo para um partido expulsar um seu militante. A coisa é patética ao ponto de se ter ficado a saber, ontem, que não só o PS não expulsou a senhora como até foi ela que saiu do partido, pelo seu próprio pé. Por isto e por tudo o mais era importante que, no julgamento, Fátima Felgueira fizesse aquilo que em bom português se chama pôr
a merda na ventoinha, contando a história completa, com os nomes todos, e deixando-se de ameaças veladas. A sanidade política do regime – e do PS como forte sustentáculo desse regime – exige-o. Ressalvo aqui, na questão do PS, duas pessoas que não se deixaram afogar neste lodo: uma está viva e chama-se Francisco Assis; a outra já morreu e chamava-se
Barros Moura.
Esta história envergonha, além do mais, a Justiça portuguesa (quem legisla e quem aplica). Não cabe pura e simplesmente na cabeça de ninguém que uma pessoa fuja à justiça e depois regressse e vá sossegada para casa. Não percebi ainda bem em que se sustentou a justiça para a libertar. Mas custa-me a crer que alguém possa, em seu perfeito juízo, ter argumentado que já não havia perigo de fuga. Não há perigo de fuga para quem já fugiu uma vez? Por amor de Deus! A decisão representa, além do mais, uma verdadeira escola do crime (quem quiser fugir já sabe como regressar sem problemas). Sendo que se sente no ar um insuportável cheiro a decisão negociada entre a arguida e as autoridades judiciais.
Por último, os eleitores, aqueles que supostamente têm sempre razão (princípio que partilho mas que, evidentemente, como todos, tem excepções, sendo esta uma delas). Parte do “caso Felgueiras” resulta do facto de a senhora continuar a dispor, aparentemente, de uma forte base eleitoral na sua terra – a qual, aliás, usa e abusa de um “argumento” eleitoral insuportável, o da coacção física.
Em 2001 já a investigação judicial era amplamente noticiada – e mesmo assim Fátima Felgueiras foi reeleita presidente, com uma maioria absoluta bastante segura (52 por cento). Admito que tenha sido uma excelente autarca. E que na terra as alternativas da oposição fossem muito fracas (o poder corrompe e a falta de poder corrompe muito mais). Mas, muito francamente, de que vale a um eleitor eleger uma excelente autarca que está a braços com a justiça e que pode, a qualquer momento, ser forçada a abandonar o mandato (ou a fugir para o Brasil)? A questão nem é, apenas, ética ou moral, é, acima de tudo, prática. Não perceberão que ao eleger candidatos que estão na mira da Justiça estão a potenciar situações de absoluta ingovernabilidade da autarquia – como aliás aconteceu em Felgueiras neste mandato – acabando por se prejudicar mais do que se beneficiar?
Este caso suscita, de facto, múltiplas perplexidades, face a diversas actuações de diversos poderes. É pura cegueira – populismo peronista, no caso - desconsiderar desses poderes o poder dos eleitores.
|| JPH, 12:14
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quarta-feira, setembro 21
Petição por Alegre
[Manuel Alegre desenhado por André Carrilho]
Alguém lançou uma
petição on line em favor de uma candidatura presidencial de Manuel Alegre. Vá lá,
acidentais, é assinar, é assinar, que uma oportunidade destas não se perde!
|| JPH, 15:10
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My blogmad love
Atende-me o telefone, vá lá...
|| asl, 13:19
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Luz de Setembro
Às sete e meia de manhã ainda é de dia e daqui a pouco isso acaba. O Verão está colocado no lugar de onde nunca devia ter saído: já só aparece de fugida, intermitente. Os dias de Outono são providenciais ao recarregamento das endorfinas. É tão bom voltar à escola, é tão bom voltar. As constatações meteorológicas são um prazer de blogger. I'm addicted.
|| asl, 13:05
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terça-feira, setembro 20
for christ sake
passei agora por um fax da presidência da república cujo título é 'visita à bélgica do presidente da república e senhora'.
e senhora?????????????????????? como em 'senhora de jorge sampaio'?
se fosse uma presidente era como? 'e senhor'?
isto é quase tão bom como aquelas legendas que dizem 'sr e sra jorge sampaio'.
alguma vez alguém se lembrou de escrever 'a sra e o sr maria josé rita'?
que falta de pachorra, chiça
|| f., 16:36
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a campanha na Internet e os novos fenómenos: o video
A política invade tudo! A Internet - anarquia global por bytes - também. Por maioria de razão, aliás.
A campanha autárquica em Portugal esgarabulha por todo o lado.
E há uma nova tendência por aí: os videos em .mpeg a circular nos mais.
Logo que Jerónimo de Sousa anunciou que voltava à dança das presidenciais pelo PCP, começou a chegar aos mails de muitos o video da mais famosa passagem de ano do mundo comunista pós-queda do Muro de Berlim, em 1996, com as imagens do novo líder do PCP, então candidato presidencial, evoluindo em originais e bamboleantes passos de dança vagamente inspirados no cha-cha-cha e no mambo...
A brincar a brincar, foi à custa dessa imagem de candidato dançarino que o sr. Sousa, o metalúrgico-político, deu a conhecer o Jerónimo, o homem como outro qualquer. E tornou possível a difícil equação política: comunista ortodoxoXdança+televisão+campanha=homem comum e simpático.
Agora (enfim, há uns dias... o meu sentido de timing é uma desgraça!), logo após esse verdadeiro clássico da política burlesca e do grotestco - o frente-a-frente Carmona-Carrilho que acabou no não aperto de mão dos dois "pugilistas" - demorou poucas horas para me aparecer no email o video.
É hilariante a imagem do professor-filósofo a deixar o estúdio da SIC-Notícias com cinco quilos de papel debaixo do braço a fugir do aperto de mão do engenheiro-autarca de Lisboa, especialista em orçamentos de casas de banho do Palácio da Ajuda.
O debate Carmona-Carrilho - que ambos perderam por falta de elevação, embora Carrilho tenha ido ao extremo de se derrotar a si próprio - ficará na história (com h pequeno) como o debate do "não aperto de mão". No meio dos décibeis de ambos, pouco retive na memória sobre propostas para a cidade! Ficou apenas o "não aperto de mão" que a SIC-N repetiu até à exaustão.
Ainda não procurei na Internet, mas pergunto-me se já haverá estudos "lá fora" sobre "isto"?
|| portugalclassificado, 01:20
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segunda-feira, setembro 19
a banalidade nazi
há quem estranhe, e muito bem, que a maioria das notícias sobre a manif anti-gay de sábado tenha ignorado a mistura entre as noções de homossexualidade e pedofilia (será porque para a maioria dos repórteres que estiveram a fazer a cobertura da manif a confusão até faz sentido, ou porque a acharam tão ridícula que lhes pareceu inútil realçá-la?)
eu junto outra estranheza: a de, aparentemente, saudações nazi/fascistas serem tão banais que só mereceram, na maioria dos textos que li, uma anotação de fugida.
nada de especial, de facto. se exceptuarmos o facto de a constituição, no artigo 46º número 4, proibir as organizações que perfilhem a ideologia fascista.
ou de não ser muito difícil descobrir, mesmo a quem não use ler livros (façam uma pesquisa na internet, por exemplo, vão ver que não custa nada), o que os nazis faziam aos homossexuais. uma pista: era o mesmo que faziam aos judeus.
não era preciso, portanto, que houvesse gritos de 'morte aos paneleiros' -- os tais que só houve um, dizem alguns repórteres, prontamente abafado pela 'organização'. a saudação nazi diz isso e muito mais.
ignorá-la ou desconsiderá-la é uma forma particularmente grave de cegueira dirigida -- do género, já não se usa fazer escândalo com este anacronismo.
gostava de saber para que tipo de indignidades guarda esta gente a sua indignação, que tipo de nojo os enoja.
gostava de saber se, por exemplo, aos jornalistas que com sanha persecutória e acrítica se lançaram na onda do processo casa pia e lhe chamaram da 'pedofilia', os tais que nunca se deram ao trabalho de perceber o que a palavra quer dizer e que não há nenhum crime com esse nome no código penal, os tais que cunharam a expressão 'pedofilia homossexual', parece demasiado longínquo e irreal e irrelevante o regime em que se fez da queima de crianças um negócio em série.
se calhar vamos ter de distribuir por aí uns milhares de exemplares do diário de anne frank. é que a história, ao contrário do que disse o outro, está longe de ter acabado
|| f., 19:06
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1ª Companhia
Que haja um programa a gozar com a tropa - é para o lado que durmo melhor, tanto se me dá como se me deu, o único problema é que já vi gozação do género dez mil vezes melhor (os Monty Phyton, por exemplo). O que já me diverte a sério é que o programa seja feito com a distinta colaboração de militares do Exército português. É-me indiferente que estejam na reserva ou no activo. Tanto me faz. O que me diverte é a confirmação de que já nem os militares se levam a sério. Se eles não se levam a sério porque razão hei-de eu levar?
PS - Enfim, cheira-me que esta história não ficará por aqui.
|| JPH, 14:41
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quinta-feira, setembro 15
voltei
a propósito do esquadrão g e da incompreensível polémica que aparentemente se criou a seu propósito, não posso estar mais de acordo com miguel vale de almeida, já linkado pelo jph.
mais: eu própria, se pudesse, proibia aquele programa (e mais 90% da produção televiseira lusa) por razões puramente estéticas.
quanto à questão do estereótipo gay, muito há a dizer sobre isso, sendo que cada um deve ser livre para escolher que tipo quer ser. mas no que à estratégia televisiva nacional importa, um gay é uma espécie de palhaço amaneirado, de sexualidade rasurada, o mais 'outro' possível em relação ao canône comum do que é um homem. assim, não ameaça nem perturba -- é apenas exótico e divertido e ridículo.
o gay da tv portuguesa não é um homem que tem sexo com outro homem e que gosta de ter sexo com outro homem: é um obcecado por roupa, make-up e plásticas, que debita nomes de costureiros à velocidade da luz e come sushi e beringelas recheadas e, incrível do incrível, cozinha.
e como é óbvio não é disso que aquela gente que faz abaixo-assinados tem medo.
|| f., 15:22
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já chega, não?
prontoS. agora vou hibernar mais 3 meses
|| f., 15:11
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competição
o manuel alegre e o cavaco silva estão em competição para ver quem é que consegue dizer mais coisas sobre o assunto acerca do qual não querem dizer nada.
ao princípio até tinha graça, mas agora é simplesmente penoso.
pleeeeaseeeee.
|| f., 15:08
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datas
miguel gaspar escreve hoje o dn sobre um documentário da bbc sobre o massacre de beslan, um ano depois. alguém se lembra em que dia foi beslan? alguém se lembra em que dia foi o atentado do bali? e o do mar vermelho, há poucos meses? e o da tanzânia? ( e no meio disto o mais certo é ter esquecido algum).
as cronologias do terror, lembra o miguel, recordam apenas algumas datas. nós lembramos ainda menos. visto daqui, da europa e dos eua, o terror que nos marca é o que invade o nosso território, o nosso chão sagrado. nem sequer aquele que nos mata -- no bali e no egipto morreram muitos europeus e americanos -- mas aquele que entra no nosso espaço.
e depois, à medida que o terror, mesmo no nosso espaço, se banaliza, deixamos de reter as efemérides.
pode parecer um automatismo, mas é uma escolha -- é o mesmo processo que nos leva a memorizar o aniversário de alguém ou não. nada de acaso.
|| f., 14:49
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bem me parecia
bem me parecia que aquilo que o manuel alegre disse em viseu foi que não dizia nada sobre o que tinha a dizer. ainda ontem voltou aliás a dizer o mesmo.
|| f., 14:42
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vá lá, deixem lá a rapaziada apanhar ar
a extrema-direita quer sair à rua. diz o público.
eu por acaso acho que não há razão nenhuma, que diabo, para estas pessoas não saírem à rua.
por mim até podem sair todos os dias, ir ao café, passear o rottweiller, jogar matrecos, dizer uns aos outros javardices sobre negros, chineses, indianos, mulheres e homossexuais, comprar botas doc martens e rapar o cabelo no barbeiro.
acho que sim, que diabo. devem estar infelicíssimos de terem de estar sempre fechados em casa a desenhar cruzes suásticas nos braços com lâminas de barbear, a chorar convulsivamente ao som de discursos de oliveira salazar e a decorar o nome dos rios e dos caminhos de ferro do ultramar, kuando-kubango e assim.
aliás, se os deixarem apanhar um bocado de ar na moleirinha talvez se lhes arejem as ideias (se o plural não for um excesso). se não, também não faz mal. também ninguém espera milagres, não é?
|| f., 14:31
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surpresas
leio na visão que "o reputado economista antónio borges (...) não exlui a hipótese de uma candidatura à liderança do partido".
OOOOOOOOOOOOOOHHHH! a sério?
não m'acredito.
o título da entrevista ao reputado senhor é "os partidos transformaram-se em máquinas de assalto ao poder".
assim sim: um homem que diz o que tem a dizer, não manda dizer por ninguém (a condizer com aquela postura forcadal na foto que abre a entrevista) e, sobretudo, com uma visão refrescante e nova desse fenómeno político que dá pelo nome de partidos.
é que realmente. os partidos nunca foram máquinas de assalto ao poder.
antónio borges está também preocupado com "o regresso das cliques políticas ao interior das empresas". é que não havia. tinham ido embora e agora voltaram. malandras.
relevo igualmente o seu desgosto por em portugal os políticos não irem a tribunal -- "fica a sensação que a justiça é manipulável", diz ele. tem graça. isto a mim lembra-me um caso muito famoso que envolveu uma pessoa da sua área política (e da sua área dentro dessa área). um caso que noutros países, nomeadamente em frança, levou ministros ao banco dos réus.
mas prontoS. não deve ser desse tipo de casos, com esse tipo de pessoas, que antónio borge fala. mas doutros, com outras pessoas. porque há gente que se tá mêmo a ver que é de bem (e bem) e gente que se vê logo que é gentinha, capaz de todas as vilanias, não é?
ah, é verdade: diz a visão que "tem residência em londres, mas falou com a visão na sua casa de lisboa". eis uma informação que faz toda a diferença.
|| f., 14:04
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prontoS, páS!
é pra saberem o que custa blogar sem companhia -- a mim já me aconteceu. xuif, xuif.
|| f., 14:03
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Caixa de comentários
Uma leitora do Glória Fácil que assina Fátima Cordeiro perguntou-nos, por mail, porque razão não temos caixa de comentários. Há várias razões, todas simples. Vou por pontos.
1. Acho que foi o Pedro Mexia quem um dia escreveu que as caixas de comentários eram a casota dos grunhos da blogosfera. Concordo inteiramente. Embora haja muita gente que tenta aí produzir comentários sérios - anónimos ou não - a verdade é que há igualmente muita gente que mais não faz do que produzir javardice. Nas caixas de comentários de blogues com quem o Glória Fácil polemizou já li as maiores porcarias sobre as pessoas que compõem o Glória Fácil. Coisas nojentas - e anónimas, claro, à imagem e semelhança (no anonimato e na nojice) dos respectivos blogues. Aliás, tenho por mim que muitas vezes são os próprios autores desses blogues que escrevem muita das porcarias que aparecem nessas caixas de comentários. Estás-lhe na massa do sangue uma tendência compulsiva para a cobardia.
2. No Glória Fácil não permito isso. Temos todos mais do que fazer do que andar permanentemente a gerir a caixa de comentários e a limpar o vómito dos javardos. Não só pelo que aí diriam de nós como de terceiros sem culpa nenhuma. Para que fique claro:
os conteúdos das caixas de comentários são da responsabilidade dos seus autores mas também - e principalmente - dos donos dos blogues. E eu não estou para me sentir responsabilizado pelas asneiras insultuosas que uma manada de alienados/frustrados vai bolsando. Os visados sabem quem são. Os não visados também sabem quem são. E se as pessoas sérias que escrevem nas caixas de comentários gostam de se sentir misturadas com os grunhos - então lamento mas o problema é delas.
3. Além do mais, essa manada gosta essencialmente se ler a ela própria, sobretudo nos blogues com maior leitura nacional. Se querem ser lidos que façam o seu próprio blogue e deêm aos pedais.
4. O Glória Fácil é a minha casa na blogosfera. Minha e da Ana e da Fernanda e do Nuno. Só cá entra quem nós deixamos. Quer isto dizer que o mail (
gloriafacil@yahoo.com.br) está ao dispôr de toda a gente. Já publicamos mail muito crítico em relação a coisas aqui escritas. Mas insultos (para nós ou terceiros) não. A regra é simples: bom senso e boa educação. Nada mais. É pedir muito?
5. A Fátima Cordeiro diz-me que tem um blogue onde assina com um pseudónimo. Não o divulgo porque não sei se estou autorizado. Mas do que li fiquei com a impressão de que é um blogue onde o anonimato não é utilizado como instrumento de cobardia. Volto a dizer (pela enésima milionésima vez): o problema não é o anonimato em si. Compreendo que haja pessoas que, por razões (por exemplo) profissionais, não possam revelar as suas identidades; ou que usem pseudónimos como artifício literário. Tudo bem. O problema é quando o anonimato é - repito - instrumento de cobardia. Ou seja, quando se dá mau nome ao anonimato. É o que por aí há mais.
|| JPH, 11:21
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A ler (Esquadrão G)
O que se diz na blogayfera sobre o Esquadrão G. Por exemplo
aqui e
aqui.
PS - Fernanda pá, então, demora muito?
|| JPH, 09:54
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segunda-feira, setembro 12
Soares e o outro... Cavaco e o outro... a mesma luta
Nas presidenciais, os actores começam a pôr o jogo em cima da mesa.
No sábado, o Expresso publica um artigo, com base numa intervenção de 2003, para Cavaco Silva (que ainda não é candidato) deixar claro que a função presidencial, para ele, não deve ter um grande pendor intervencionista... pelo menos ao nível executivo (o Expresso, como é pago, não tem direito a link).
O engº Sócrates agradece o esclarecimento para poder cobrar mais tarde.
No sábado, Mário Soares foi a um encontro do PS para
dizer que um Presidente deve "colaborar com o primeiro-ministro" (a TSF tem direito a link).
O engº Sócrates agradece o esclarecimento para poder cobrar mais tarde.
A Soares ou a Cavaco. Tanto faz.
Falta, porém, um e outro responderem a uma perguntinha simples:
em que condições admitem dissolver o Parlamento e antecipar as eleições, mesmo se um Governo (hoje é do PS, amanhã pode ser do PSD... os ciclos políticos andam muito acelerados...) tenha maioria absoluta em São Bento como aconteceu com o PSD e CDS no ano passado? A resposta é importante e ajudará a definir (ainda mais) o nosso regime semi-presidencialista.
|| portugalclassificado, 22:40
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Onde andas, F.?
F., aqui no blog, só eu é que tenho o privilégio de "desaparecer" durante dias, semanas, meses... Volta!
|| portugalclassificado, 22:38
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sexta-feira, setembro 9
Não seja lá por isso
A propósito do
post "
Jornalistas anónimos na blogosfera", um leitor que se assina Nobre Grenho (admito que não seja um pseudónimo, o mail é nobregrenho@mail.telepac.pt) enviou-me o seguinte mail, que transcrevo, na íntegra, sem comentários: "
Tanta desonestidade intelectual provoca-me vómitos… eh eh eh Mais que o anonimato (?) de outros … tu, João Pedro Henriques (és tu mesmo? Duvido… qualquer um …)…
|| JPH, 17:26
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Jornalistas anónimos na blogosfera (II)
1. Leiam, se não se importarem, o
post anterior
2. Nomeadamente a última frase: "
Mas de uma coisa tenho a certeza: alguém enfiará a carapuça. Enfia sempre."
3. E pronto,
está a carapuça enfiada.
|| JPH, 17:00
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Jornalistas anónimos na blogosfera
Jornalistas no activo que colaboram sob anonimato em blogues políticos. Jornalistas que antecipam anonimamente para esses blogues prosas que depois assinarão nos respectivos
media.
Jornalistas que espalham anonimamente notícias nesses seus blogues anónimos porque se sentem impedidos de as escrever nos seus próprios jornais – e esperam que outros lhes peguem.
Jornalistas que entrevistam para os respectivos
media companheiros dos respectivos blogues – só que ninguém sabe porque no blogue são anónimos.
Blogues políticos anónimos que assim, à custa deste reles contrabando, se vangloriam de marcar a agenda dos
media – quando na verdade essas antecipações lhes chegam de redacções.
Jornalistas que são
bloggers políticos anónimos e que assim violam o dever de lealdade que têm para com quem lhes paga o salário.
Corporativo, eu? Nem pensem. Os blogues políticos anónimos enojam-me e os blogues políticos anónimos onde colaboram jornalistas enojam-me muito mais – envergonham-me, enquanto
blogger mas sobretudo enquanto jornalista. Nomes? Não digo – a bufaria é um “privilégio” dos tais anónimos. Mas de uma coisa tenho a certeza: alguém enfiará a carapuça. Enfia sempre.
|| JPH, 11:50
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quinta-feira, setembro 8
Sim Martim...
...
tens razão (finalmente!). Foi tudo uma grande parolada.
|| JPH, 21:25
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Vivamente recomendados
Os
posts do
FNV sobre a implosão das torres de Tróia. Espero que o Moura consiga, pelo menos, um ou dois candidatos à Presidência da República para o prédio do Coutinho.
|| asl, 19:20
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Ainda bem que este blogue não é anónimo...
[
Imagens retiradas do site da SIC]
...porque se fosse eu já estava aqui a escrever umas piadolas do pior gosto possível. Sendo o blogue assumido, sou forçado a controlar-me. Chamem-lhe autocensura, chamem-lhe o que quiserem, não me importo. É o que é. É também, e acima de tudo, liberdade. Liberdade de escolha.
|| JPH, 17:10
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Parolice
O que se passou em Troia, com o PM Sócrates a ajudar a destruir dois edifícios, foi de uma parolice sem nome!
|| portugalclassificado, 16:06
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quarta-feira, setembro 7
Outono
Ali do outro lado da rua onde eu fumo, um rapaz e uma rapariga beijam-se com um afã extraordinário, inequívoco sinal de que está a chegar o Outono. De que está a chegar o bom tempo.
Uma quarta parte deste blog também é outono-invernal
|| asl, 20:13
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Contra a maré
Gostei de Nine Songs, como o Ivan. E só aguentei até meio o "Charlie e a Fábrica de Chocolate". Chato, enjoativo e insuportavelmente moralista. Eu parei quando o miúdo gordo, ganda pecador, foi engolido pela turbina. Não sei se havia pior.
|| asl, 18:38
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terça-feira, setembro 6
Ribas on line
O Luís Costa Ribas, enviado da SIC a New Orleans, está a passar as suas impressões para o "papel",
aqui. [
Link apanhado aqui]
As "impressões" do Costa Ribas dão bem a ideia - sem queixumes - da extraordinária diferença entre os meios ao dispor de um jornalista português e os meios ao dispor dos outros - no caso, os europeus enviados para cidade, já nem falo das grandes "networks" americanas.
Eu sei que para o consumidor médio de informação em Portugal isto é rigorosamente indiferente. Não nos interessa nada saber como é que as coisas são feitas, só interessa o que se vê - é a vida.
Seja como for, saber mais não custa nada. Por mim saberei que o Luís, quando estiver em directo na SIC (ou na TSF), teve de partilhar o seu dia entre duas necessidades: a de angariar informação e a de, pura e simplesmente, sobreviver. Não se pode exigir a um jornalista que é obrigado a passar várias horas do seu dia tentando encher o depósito do carro o mesmo que se exige a quem se pode dedicar em exclusivo ao jornalismo, sem ter que se preocupar com as coisinhas da vida.
O hipercriticismo face ao jornalismo português que é umas marcas da blogosfera nacional tende a ignorar estas minudências.
|| JPH, 14:02
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segunda-feira, setembro 5
E a propósito
[
Cartoon descadaramente roubado ao seu próprio autor, José Bandeira, do seu próprio blogue. O cartoon foi publicado no DN em 2003. O Bandeira, repito-o, é um dos três melhores cartoonistas do país. O outro é o Luís "Bartoon" Afonso. O terceiro não digo quem é, estou indeciso]
|| JPH, 20:10
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Como de costume...
...voltou tudo (eu incluído) à conversa do costume. Como de costume, o essencial da conversa blogosférica nacional sobre o Katrina - como na questão dos incêndios - não se centra nos acontecimentos mas sim nas notícias sobre os acontecimentos. Há
excepções mas o essencial
é isto. Depois venham-me com conversas de
agenda setting. Vê-se.
Por mim, subscrevo
as palavras do Carlos e
as do
João. Acrescentando que esta meta-conversa mais não serve do que para iludir o principal: os factos e a responsabilidade pelos factos, o que eles significam (humanitariamente, politicamente, economicamente, socialmente), como se chegou onde se chegou e porquê se chegou.
A "meta-conversa" insurge-se contra a politização das tragédias naturais mas mais não é do que política pura e dura - tentativa (saloia e já algo gasta de tanto uso) de condicionamento da opinião. E até já surgiram os argumentos hiper-imbecis, como aqueles que dizem que os que são contra Bush pulam de alegria com o inferno em New Orleans.
No terceiro mundo, uma tragédia humana daquelas não admiraria ninguém. Em países pobres e minados de alto a baixo pela corrupção, não surpreende ninguém que qualquer catástrofe natural provoque sempre o número máximo de vítimas que poderia provocar. Já nos EUA surpreende que isto aconteça. Precisamente porque são uma super-potência, o país mais poderoso do mundo, o país economica e tecnologicamente melhor preparado do mundo para enfrentar desgraças como o Katrina.
Podem querer tapar o sol com as peneiras que quiserem. Mas não podem evitar a pergunta central: como é que, na super-potência que são os EUA, foi possível aquilo acontecer?
|| JPH, 16:17
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sexta-feira, setembro 2
New Orleans
Dentro da grande tragédia há milhares de tragédia mais pequenas. O Nuno Ferreira, meu camarada de redacção no PÚBLICO e, provavelmente, o maior especialista nacional em música "cajoun", fala,
com conhecimento de causa, de parte do que está em risco em New Orleans.
Entretanto,
via Blasfémias, eis cinco blogues locais que estão a acompanhar a situação:
Metroblogs,
Deadly Katrina,
Kaye's Hurricane Katrina Blog, o blog do
The Times-Picayune e o
John's.
|| JPH, 15:06
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Mário Soares: o candidato viajante!
Mal se declarou candidato, Mário Soares anunciou que vai... para fora.
Tudo para ficar longe da campanha para as eleições autárquicas, que ameaçam ser uma dor de cabeça para o PS que Soares fundou e agora Sócrates está a gerir.
|| portugalclassificado, 13:11
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E o Prémio Evidentemente, em Ciência Política, vai para...
... o PSD e o CDS!
Descobriram (ao que parece após aturada investigação académica e histórica) que a candidatura presidencial de Mário Soares serve o PS e a esquerda!
Uau!!!
Desde já, declaro que tenho a suspeito de a candidatura de Cavaco Silva vir a servir o PSD, o CDS e a direita!!!!!
|| portugalclassificado, 00:32
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quinta-feira, setembro 1
Convulsão
Transparece um certo desespero na
prosa convulsiva de Pacheco Pereira sobre Mário Soares. Mal escrita, mal pontuada, dificilmente legível, trapalhona. Voraz.
|| JPH, 19:47
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