Glória Fácil...

...para Ana Sá Lopes (asl), Nuno Simas (ns) e João Pedro Henriques (JPH). Sobre tudo.[Correio para gfacil@gmail.com]

terça-feira, dezembro 30

Para 2004

São quase 23:30, ainda não jantei, tou com a cabeça em água e não quero ouvir falar na Lituânia nos próximos anos. Falta-me o tempo para escrever uma coisinha melhor e por isso peço desculpa pela brevidade da mensagem: tenham um ano muito muito FELIZ
|| Anônimo, 23:16 || link || (3) comments |

Um óptimo 2004

Homenagem a Ricardo Reis, por Sophia de Mello Breyner

I

Não creias, Lídia, que nenhum estio
Por nós perdido possa regressar
Oferecendo a flor
Que adiámos colher

Cada dia te é dado uma só vez
E no redondo círculo da noite
Não existe piedade
Para aquele que hesita.

Mais tarde será tarde e já é tarde.
O tempo apaga tudo menos esse
Longo indelével rasto
Que o não-vivido deixa.

Não creias na demora em que te medes.
Jamais se detém Kronos cujo passo
Vai sempre mais à frente
Do que o teu próprio passo
|| asl, 22:46 || link || (0) comments |

Escrever como o Lobo Antunes...

...Parece-te um bom título para um primeiro livro? A mim parece-me...sabes, se calhar nem é muito difícil escrever como o Lobo Antunes. Escreves umas trintas linhas de texto sem grande pontuação e depois, quando te começar a faltar o ar, metes-lhe um diálogo, com parágrafo e travessão e tudo

- Ai é ?

Exactamente, assim mesmo. E depois fazes umas variantes

- Como por exemplo...

Fazes um diálogo com parágrafo mas sem travessão

- Ah sim...

Já te disse, sem travessão!

(Desculpa...)

Exacto, isso mesmo, em vez do travessão pões um parênteses, 'tás no bom caminho, os parênteses ficam sempre bem nos intervalos dos travessões

- Ok, e o resto?

O resto o quê? O conteúdo? Bem isso é outra conversa, lá voltaremos.
|| JPH, 13:11 || link || (2) comments |

Azedumes

Ontem o Abrupto amanheceu aos tiros com os blogueiros que acordam "zangados com a importância que o mundo lhes dá" - ou não dá, presumo eu. Como de costume, não nomeou a quem se referia. Isto leva-me a uma nova abordagem do velho tema do anonimato na blogosfera.

Quer dizer: Não há grande diferença entre os que dão o nome pelo seu blog mas não nomeiam aqueles a quem respondem

e os que

não dão o nome pelo seu blog mas nomeiam aqueles a quem respondem.
|| JPH, 12:31 || link || (2) comments |

segunda-feira, dezembro 29

A "Comuna" e o teatro infantil

Infelizmente os dez euros já estavam do lado de lá - e os bilhetes do lado de cá, na minha mão. Foi depois de pagar que li o folheto de propaganda da peça de teatro infantil em me preparava para entrar, "Bão Preto", na "Comuna".

Tivesse lido antes o folheto e os dez euros teriam sido melhor gastos - tabaquinho, copos, gelados para a criança. Porque um parágrafo como este diz tudo (os parenteses rectos são meus):

"O Bão é uma personagem que acredita que do nada se pode fazer sonhar e fazer o Futuro [ai!]; que temos de alimentar sempre a criança que habita em nós [sempre?]. Precisamos de autoestima, de gostar de nós próprios para assim podermos estar com os outros [isto promete...]. O crescimento, a revolução [já cá faltava...] começa em nós próprios [e, no que depender da "Comuna", acaba onde?]. É urgente Acreditar [sim, com maiúscula] e Transgredir [idem, sabe-se lá porquê]."

O autor deste naco é o actor/encenador João Mota, que em 1975 criou o personagem Bão. Agora - há uns meses - decidiu recriá-lo na "Comuna". À segunda tentativa lá consegui ver a peça (a primeira falhou porque faltavam espectadores, "aviso" que, estupidamente, ignorei).

Passei todo o santo espectáculo a imitar (em pensamento) o Fernando Rocha. Sendo a peça para crianças (dizem eles) é de notar que não é pronunciada uma única palavra em português. Passa-se toda (1h00, mais ou menos) num criolês qualquer. No fim só me suavizou a vontade de dizer coisas impronunciáveis aqui porque não pude deixar de me sensibilizar com o enorme empenhamento revelado pelos dois actores, Miguel Sermão e Hugo Franco.

Saí de lá mais de direita do que tinha entrado. Quanto ao rebento, coitado, não sabia o que pensar, segundo me confessou. O que, bem vistas as coisas, não era, concerteza, o propósito original do criador da peça. Isto com crianças é sempre um tiro no escuro, como todos sabemos.
|| JPH, 22:00 || link || (2) comments |

Com os pés na terra II

Ora é daqui que eu sou. Vivo em Lisboa porque gosto do estrangeiro e dou-me bem entre caras desconhecidas.
|| asl, 22:00 || link || (0) comments |

Com os pés na terra

O Café Central continua fechado, o relógio do antigo edifício da Câmara parou. O Convívio é a Bennetton; a padaria Teixeira um armazém de tecidos; L. acha, hoje, o amor inacreditável. Encontro a minha educadora infantil e torturo o Manel:
- Esta senhora é que era a minha professora no jardim-escola.
Ele corrige: Já não se diz jardim-escola
|| asl, 21:52 || link || (1) comments |

Relação monótona e velha

O JPH sonha com uma boa relação monótona e velha! Tá bem, JPH, mas como tu bem escreveste uma boa relação. Não é o nosso caso - mantemos, quanto muito, um relacionamento sofrível. (Eu adoro esta palavra sofrível: quando a escrevo é com o objectivo de fazer sofrer o outro).
|| asl, 21:40 || link || (0) comments |

Olá, Ana

Com que então temos uma "relação monótona e velha"? Nos velozes dias que vivemos tornou-se costume dizer que isso é mau. Mas, sabes que mais, parece-me que não. Nada mesmo. Há anos que sonho com uma boa relação "monótona e velha". Sonhamos todos, não é? Bem hajas, chérie. E goza as folgas!
|| JPH, 15:49 || link || (0) comments |

Aqui bloga-se...

...ao som de Miles, Miles Davis. É pena não saber utilizar ainda isto de modo a que pudessem ouvir esse maravilhoso "Freddie Freeloader" - um dia, talvez. O disco? "Mellow Milles" - o mais indicado para o dia em que se começa a saber a acusação do processo Casa Pia.
|| JPH, 15:22 || link || (1) comments |

Olá, JPH

Olá, JPH, estás fixe? Está-se bem, aí no jornal? Eu penso não ter tido saudades tuas, mas é aquele problema das relações monótonas e velhas, como a que temos um com o outro. Tiveste muitas prendas? Os putos estão porreiros? O meu não gostou do jogo do game boy. Beijos,l pá, faz umas páginas bonitas.
|| asl, 12:57 || link || (1) comments |

Olá...

...bom dia a todos. Não digam nada a ninguém, mas a verdade é que tive saudades vossas. Tiveram muitas prendinhas?
|| JPH, 12:33 || link || (1) comments |

domingo, dezembro 28

Alucinação

Estava eu a inalar uns saldos à hora do almoço no Corte Inglés quando recebi um SMS de A.C. que dizia que A Natureza do Mal me tinha dado o prémio de "jornalista do ano". Se o efeito 40 por cento de desconto me começava a alucinar, a informação contida na mensagem acabou o serviço.
O Luís passou-se! Eu babo-me, sabendo que entre a modéstia e a falta de modéstia a linha que nos conduz à parvoíce é quase invisível. Penso que não há dúvida que a jornalista do ano (se é possível dizer isso de alguém) seria a Felícia Cabrita, concorde-se ou não com o todo do seu trabalho sobre a Casa Pia. E vou acabar rapidamente este 'post' por isto está muito bacoco - e, obviamente, alucinado.
|| asl, 23:37 || link || (1) comments |

Experiência

Agora quero e não consigo postar.
|| asl, 23:29 || link || (3) comments |

sexta-feira, dezembro 26

Felizmente passou-lhe o amoque

O Terras do Nunca deu-lhe um amoque. Esta época das festas é propícia aos amoques e às nostalgias das nostalgias e a reflexões do estilo "que fiz eu com este blogue?". Pronto, já passou. O que faz falta é animar a malta e saudinha é que é preciso. Um abraço, John.
|| asl, 18:29 || link || (0) comments |

Festas sempre boas

Muitos nos enviaram as Boas Festas, mas a modorra característica desta época impediu-nos de responder mail-a-mail.
A todos os nossos correspondentes um imenso obrigado da intermitente equipa do Glória Fácil e votos devotos de um auspicioso 2004. (Já viram os auspícios que este auspicioso encerra?) Abraços colectivos.
|| asl, 17:34 || link || (0) comments |

quinta-feira, dezembro 25

É Lisboa que amanhece

Está frio.
Hoje, as ruas de Lisboa estão estranhas. Quase desertas, sem gente. Frias.
Parece que soltaram umas dezenas de fantasmas nas ruas, ensonados. Cansados. Há meia dúzia de carros nas ruas; as carruagens do Metro circulam quase vazias. É dia de Natal e não me apetecia sair de casa!
|| portugalclassificado, 11:44 || link || (0) comments |

terça-feira, dezembro 23

Orgulho

Não podemos deixar de tornar público o nosso orgulho por, há dias, termos sido "linkados" na Rua da Judiaria, o blog mais didáctico/pedogógico que existe, no mundo português, sobre as questões do judaísmo. As mesmas razões de carácter pedagógico-didácticas levam-nos, também, a expressar a nossa satisfação por já sermos "parceiros" do Sebastião e da Sofia. Boas festas.
|| JPH, 16:50 || link || (0) comments |

Verso de bêbado

De um amigo que passou esta madrugada bêbado entre S. Bento e as Avenidas Novas, com passagem pelo Príncipe Real, recebemos este verso no nosso mail que excepcionalmente reproduzimos

Esta Lisboa que eu vomito
amando-a
aflito

Esta Lisboa que eu vomito de vermelho
E sobre que medito
em cima do joelho


Nada disto é muito recomendável nem deveria ter lugar num blogue eminentemente sóbrio. Já está fechada a excepção.
|| asl, 13:58 || link || (0) comments |

Audiências da TSF

Está a chegar Janeiro. Estão chegar as primeiras audiências da "nova" TSF. Aposto o que quiserem em como nos vão garantir que subiram. E ainda que alguns novos produtos - como o inenarrável Fórum Mulher - são um sucesso.

Mas agora eu digo: é mentira. É rigorosamente impossível que as audiências tenham subido. A rádio não conseguiu um único ouvinte novo (porque o que não falta, naquela onda sonora, é outra oferta melhor). E, por outro lado, terá perdido milhares, que não se conformam com a nova identidade da rádio.

Sabemo-lo todos, não é? Mas também sabemos como o orgulho se alimenta de mentiras. E portanto vamos ver as audiências subir. Pois...
|| JPH, 13:54 || link || (0) comments |

segunda-feira, dezembro 22

Aviso (mail)

Cortámos relações com o Hotmail. Aderimos ao Yahoo. A nova morada de mail já está actualizada, ali no canto superior esquerdo. Abraços
|| JPH, 16:07 || link || (2) comments |

Tomem nota...

...disto, que se lê algures no longo 'post', intitulado "Ainda bem que me fazes essa pergunta":

"Se se provar que as ADM [armas de destruição maciça] eram um logro deliberado, então esta guerra foi uma mentira, e eu fui dos que acreditei na mentira. A consequência dessa mentira tem de ser o afastamento dos líderes responsáveis, e mesmo outras eventuais punições. Cá estarei para defender isso mesmo se essa deliberada manipulação se provar. E para fazer o mea culpa."

Tenho a impressão que nunca tinha lido uma posição destas em quem defendeu - com muito empenho - a invasão do Iraque (mas se estiver enganado que me corrijam). E é de sublinhar que Pedro Mexia dá à questão das ADM a importância central que ela realmente tem: "A guerra contra o Iraque baseou-se, essencialmente, na alegação da posse, por parte de Saddam, de Armas de Destruição Maciça, que punham em causa a estabilidade regional e mesmo mundial".

Neste momento a "verdade" (com aspas) está em trânsito para a mentira (sem aspas). Mas é certo que pode, a qualquer momento (se se encontrarem as ADM) regressar ao seu lugar original, o de verdade sem aspas.
A qualquer momento - mas quando? Quando expira o prazo para sabermos se esta guerra foi (ou não) assente numa mentira?
|| JPH, 14:35 || link || (1) comments |

Moleskine 3

Continuo apaixonado pelo meu novo Moleskine. Continuo a preenchê-lo com coisas impublicáveis (até 50 anos depois de morto). Mas hoje, enfim, abro uma excepção. Eis o último 'post' que lá assinei. Intitula-se:

Compras de Natal 2003

- Bacalhau
- Cebolas
- Nabos
- Ovos (24)
- Azeite
- Óleo
- Letria
- Tomate em lata
- Arroz (3x)
- Comida sénior para cão (2x)`
- Água
- Leite adultos
- Leite criança
- Seven Up
- Coca-Cola
- Café
- Whisky (2x)
- Bolachas água e sal
- Palitos salgados
- Fraldas Dodot Plus
- Trufas chocolate


Não me perguntem pelo perú. É um assunto difícil. E o tempo não é de polémicas.
|| JPH, 13:34 || link || (2) comments |

Porque é Natal, porque é Sophia

Inicial

O mar azul e branco e as luzidias
Pedras - o arfado espaço
Onde o que está lavado se relava
Para o rito do espanto e do começo
Onde sou a mim mesma devolvida
Em sal espuma e concha regressada
À praia inicial da minha vida.
|| asl, 12:32 || link || (0) comments |

domingo, dezembro 21

Regresso

Saudamos o tão desejado regresso deste nosso amigo.
|| Anônimo, 18:48 || link || (0) comments |

As descobertas (para t.)

1. Descobri um caminho que ia dar ao outro lado de ti
Caravela sou

2. O desbravar lento da terra
e dos canais
mistérios medos
sentidos sinais
|| asl, 15:10 || link || (2) comments |

sexta-feira, dezembro 19

Prendas...

Não, não ganhei um moleskine... nem o coração com setas, nem o livrinho "das mulheres apaixonadas", nem sequer os pauzinhos de incenso.
No embrulho que me calhou na rifa vinha escrito "esta era para o zé manel, mas...". Desconfiei logo: seria uma t-shirt branca ou os pensamentos do Wolfowitz editados em livro?
Nem uma coisa, nem outra. Rasgo o papel e tiro de uma caixinha o busto de Bush... com chapéu de cowboy!
|| Anônimo, 20:50 || link || (0) comments |

Querido Pai Natal...

...estou um bocadinho dividido. Não sei bem o que te hei-de pedir. Um lado de mim sugere as obras completas do Borges (o Jorge Luís...) e as do Italo Calvino; o outro, o último modelo da Playstation, que até tem DVD, o que me dava jeito (e a alguns amigos meus também, para já não falar do meu rebento mais velho).

Enfim, isto de ser do signo Gémeos pode gerar situações complicadas, como vês. Promovo um referendo? Irei a tempo? Bem, acho que não. Por isso, olha, decide tu. Abraços. E bom Natal para ti também.
|| JPH, 20:40 || link || (2) comments |

Moleskine II

Eu nunca tinha ouvido falar de Moleskines até começar a ler a blogosfera, onde descobri ser esse o caderninho de apontamentos fetiche de alguns bloggers. Compro os meus vulgares cadernos, tipo escolar, no supermercado, por regra. Um dia, na livraria Barata, reparei pela primeira vez num Moleskine. É mimoso, manuseável. Custava nove euros e, evidentemente, deixei-o ficar no sítio. Os cadernos do supermercado são de longe mais baratos e o efeito não é muito diferente. Mas ontem, quando o Moleskine foi parar ao JPH senti uma ponta de inveja. O raio do "marketing" blogosférico! Feliz Natal para todos.
|| asl, 17:51 || link || (2) comments |

Moleskine

Num sorteio de prendas de Natal entre amigos calhou-me um caderninho Moleskine. Fiquei contente. É o meu primeiro. Até agora só lá escrevi 'posts' impublicáveis (até 50 anos depois de estar morto). Mas já percebi que o bloco se propicia a ser deixado, quando completo, numa qualquer gaveta lá de casa. Vou numerá-los, organizá-los - enfim, facilitar o tratamento da minha posteridade. Um dia alguém os há-de ler. E comentar:

-...da-se! O gajo não valia mesmo nada!
|| JPH, 15:58 || link || (0) comments |

Antes que seja tarde...

...o Glória Fácil deseja um Santo Natal a toda a blogosfera - até aos que não o celebram.
|| JPH, 15:36 || link || (0) comments |

quinta-feira, dezembro 18

Informação aos criativos da publicidade

Num anúncio televisivo que alerta para a separação do lixo doméstico fala-se nos jornalistas (estranha associação...). Três crianças conversam sobre as profissões dos pais (tipo o meu é melhor que teu) e uma delas lança o equívoco: "O meu pai sabe tudo... porque é jornalista".
Caros publicitários, com estas afirmações a mensagem ecológica não vai pegar nunca.
|| Anônimo, 21:42 || link || (0) comments |

quarta-feira, dezembro 17

Figo, Baía, Nuno Gomes

Subscrevo integralmente o pensamento da dra. Ana Gomes, que tanto encantou JPH, relativamente aos encantos viris de Figo, Vítor Baía e Nuno Gomes, exactamente por esta ordem decrescente. Figo, Vítor Baía e Nuno Gomes. Gloriosa pátria que tais filhos.
|| asl, 22:21 || link || (0) comments |

We've got them

Acho que o 'post' abaixo fica com mais estilo se o título for "we've got them".
(Não me apetece ir mexer no "manage posts", dá uma trabalheira).
|| asl, 22:16 || link || (0) comments |

E esta?

Os meus amigos da administração americana definitivamente, são burros: se tivessem anunciado que iriam invadir o Iraque para depôr o Saddam, capturá-lo num buraco, fazer-lhe a barba, etc. etc. teriam o apoio de quase toda a esquerda, mesmo a radical. Infelizmente, inventaram aquilo das armas de destruição maciça e andámos meses nisto, a adiar a abertura de garrafas de champanhe. Aprendam, boys.
|| asl, 21:33 || link || (1) comments |

O juiz decidiu, está decidido

CAA, do Mata-Mouros, é um poço de certezas: Jorge Ritto é "um dos arguidos [do processo Casa Pia] acerca de quem não existem dúvidas de comportamentos reiterados de pedofilia". O juiz decidiu - está decidido. Desta decisão não há recurso. Transitou em julgado.
|| JPH, 17:54 || link || (0) comments |

terça-feira, dezembro 16

A TSF e o aborto

De manhã o Forum da TSF foi sobre o aborto. Muito bem. À tarde o "Forum Mulheres" foi novamente sobre o aborto. Muito bem outra vez.

Mas neste só mulheres é que podem "entrar em antena". Homem não entra, está proibido, é uma imposição do "livro de estilo" do programa.

Por mim agradeço. Confesso que o assunto me é complicado. Agradeço portando ser proibido de falar. Parece-me, aliás, que há centenas de milhares de homens portugueses como eu, que agradecem penhoradamente serem desobrigados de se esclarecerem sobre isto. Isto é a minha perspectiva machista da coisa. A mesma, exactamente, do "Forum Mulher" da TSF, se repararem bem - só que aqui o universo colaborante é exclusivamente feminino.

PS - Dizem-me que, afinal, um homem se fez ouvir no "Forum Mulher": o bispo de Lamego, que transmitiu a "posição oficial" da Igreja Católica sobre o assunto. A voz da autoridade. Não há nada como ser obrigado à castidade para poder falar de sexo.
|| JPH, 17:32 || link || (1) comments |

E a liberdade, o que é? (1)

Há quem pense que é ir à casa de banho e deixar a porta aberta. Parece-me que não. Isso é apenas solidão. Any way, este pode só ser o primeiro 'post' de uma série com tendência para o infinito. Poderão até um dia ler aqui um 'post' intitulado "E a liberdade, o que é (33)". Não levarei ninguém a mal se responder: "Outra vez peixe frito?"
|| JPH, 16:16 || link || (0) comments |

"Encantos viris"

O interessante de blogs de gente muito conhecida é quando, através deles, começamos a perceber mais dessas pessoas do que percebíamos antes. Quando se começa a vislumbrar algo mais do que um discurso oficial. E sentido de humor. Além de um cheirinho a epiderme.

O Causa Nossa começa, por isso, a tornar-se interessante: "Sou mesmo muito sensível aos encantos viris de um Luis Figo, de um Vítor Baia ou de um Nuno Gomes (em Jacarta perguntavam-me frequentemente se era parente dele e eu dizia logo que sim…).", escreveu Ana Gomes.

É saboroso ler isto - mas também, diga-se, o resto da prosa onde se inclui esta frase. Mas, como sempre na dirigente socialista, há algo aqui que me parece controverso: a "questão Nuno Gomes".

Digo isto porque já li comentários de mulheres muitos violentos para com este jogador. Se não erro, uma vez Clara Ferreira Alves escreveu na sua "Pluma Caprichosa" que o moço tinha "cara de menina" ou uma coisa parecida.

Por outro lado, ele, na verdade, não se chama Nuno Gomes (estou a falar a sério). É um pseudónimo. Chama-se, isso sim, Nuno Ribeiro. O "Gomes" foi adoptado porque o moço admirava muito um outro jogador da bola, o Fernando Gomes, do FCP.

Está reposta a verdade.
|| JPH, 12:23 || link || (1) comments |

segunda-feira, dezembro 15

"The Literal Left" (III)

Aviso prévio: ler primeiro o 'post' abaixo.

1. A garantia dada pelo Presidente Bush (e repetida cá pelo PM) de que o Iraque possuía armas de destruição massiva (ADM) não se presta a "interpretações". Foi categórica e taxativa.

2. Era um elemento central da operação de conquista aos "corações e mentes" das opiniões públicas porque permitia imputar ao regime de Saddam uma característica diferente (para pior) da dos outros regimes ditatoriais da região. Não se verificando a tal posse de ADM's, verifica-se, afinal, que os EUA tinham tantas razões para invadir o Iraque como para invadir outros países igualmente ditatoriais da região (Irão e Síria, nomeadamente). Tiveram de agitar um fantasma específico do Iraque para o invadir e justificar a não-invasão de outros países da região (e já não falo da Coreia do Norte, que assumidamente possui tecnologia nuclear).

3. Aos serviços de informações dos EUA, alegadamente os mais sofisticados do mundo, não se perdoam erros deste calibre. É preciso notar, a propósito, que so called erro justificou uma guerra. Isto é: mortos. Muitos mortos. Americanos, inclusivamente. Quando é isto o que está em causa não há perdão. Nem tolerância. Nem candura. Não se justifique o injustificável.

4. Diz NMP que os inspectores da ONU que procuravam ADM's foram "expulsos". Quais? Os do tempo do Clinton? Sim - e pelo Saddam. E os do Hans Blix? Também. Mas estes invocando razões de segurança porque estavam na iminência de o Iraque ser bombardeado pelos EUA. Ou seja: a última missão da ONU foi interrompida à força pelo Presidente Bush. Foi ele, desta vez, quem expulsou os inspectores. Não se reescreva a história.

5. Recomenda-me a leitura de um relatório de 12 mil páginas do Saddam. Ironiza e diz que é "fiável". Ironizo também dizendo que é tão "fiável" como aquela fantástica apresentação de "slides" na ONU, por Colin Powel. Lembra-se? Estão um para o outro.

6. Quando existem ADM faz-se como em tempos fez Israel perante uma central nuclear que detectou no Iraque. Mandou lá os caças e destruiu aquilo. Em horas resolveu o problema. Isto sim são "ataques cirúrgicos". Não ironizo.

7. Já reparou, certamente, que os defensores da invasão estão com um grave (gravíssimo) problema de credibilidade. Se um dia encontrarem as tais ADM's vamos todos ter dúvidas, não acha? É o problema do perú - era de plástico ou não? E quem é que o pôs nas mãos do Bush? Ou a CIA voltou a enganar-se - pensava que o bicho era a sério mas afinal não era? Estes erros até tolero, porque me divertem, claro. Os outros não.
|| JPH, 16:52 || link || (0) comments |

"The Literal Left" (II)

Background desta conversa: Inspirado num artigo de Christopher Hitchens na Slate, Nuno Mota Pinto escreveu , num post intitulado “Literal Left”, que "a maior" das "falácias" dos opositores da intervenção no Iraque "é a interpretação literal que fazem e fizeram dos argumentos dos defensores da guerra". Eles "agarram-se estática e desesperadamente à letra de algumas declarações" e esquecem tudo o resto: "A libertação de um povo oprimido, a possibilidade de criação de um verdadeiro Estado de Direito, a redução da ameaça que o final dos comércios e contactos encobertos entre Saddam, a Coreia do Norte e Bin Laden", etc.

Respondi sublinhando que “nas democracias” o “valor da palavra é um dado absolutamente central na relação dos cidadãos com o poder”. E acrescentei: “Os argumentos usados pelos políticos devem ser escrutinados à letra. Se não querem que isso aconteça não os usem - inventem outros. Agora não me venham dizer que afinal o que foi dito não era para ser levado à letra.” Conclusão: a invasão do Iraque “assentou numa mentira” porque foi feita invocando a existência de armas de destruição massiva que, afinal, não se encontram.

Na sexta-feira passada, num post intitulado “Um mata, a outra esfola”, NMP contra-argumenta que “não está em desacordo” com a ideia, por mim defendida, de que “as palavras dos políticos devem ser escrutinadas à letra”. Depois acrescenta: “Mas escrutinar é também interpretar, perceber as limitações das informações que lhes serviram de base”, podendo essas informações, resultado de vicissitudes várias “estar erradas”. E recapitula a história - o melhor é ler o post, que é longo.

Posto isto, prometo resposta.
|| JPH, 16:32 || link || (1) comments |

Fontes seguras garantem que...

...o advogado português Ricardo Sá Fernandes está já a caminho de Bagdad para tentar ficar com a defesa de Saddam Hussein. O advogado comentou para amigos que "já estava farto do Carlos e da família", sempre a torpedear-lhe a defesa e a dar-lhe cabo da sua "bela amizade" com o casal J.Eduardo Moniz/M. Moura Guedes.

- E ao menos com este ninguém se admira se eu perder! - desabafou

O advogado cruzou-se num aeroporto com o juiz Baltazar Garzon, que quer presidir ao julgamento (ou pelo menos integrar um colectivo presidido por Rui Teixeira).
|| JPH, 11:54 || link || (0) comments |

quinta-feira, dezembro 11

Beijinhos

Um blogue serve para tudo, inclusivamente para mandar beijinhos. Um grande beijinho para o Miguel Marujo, da Cibertulia. Cá por coisas.
|| asl, 22:30 || link || (4) comments |

Candura

A candura provoca imensos sentimentos maternais. Uma frase cândida, uma expressão cândida, um olhar cândido, desarmam o mais agreste dos sujeitos. Não serei o mais agreste dos sujeitos, mas a candura reduz-me a uma fraqueza estranhíssima. Às vezes, et pour cause, calo-me.
Essa misteriosa candura tenho-a encontrado, a eito, em alguns dos mais inflamados defensores da invasão do Iraque. Há, naquele maniqueísmo, qualquer coisa de Bonanza - e o Bonanza é sempre comovente, irresistível na sua candura. A fé, de resto, não se discute.
|| asl, 17:53 || link || (0) comments |

"The Literal Left"

Nuno Mota Pinto pega num artigo de Christopher Hitchens na Slate, intitulado "The Literal Left", para dizer que "a maior" das "falácias" dos opositores da intervenção no Iraque "é a interpretação literal que fazem e fizeram dos argumentos dos defensores da guerra". Eles "agarram-se estática e desesperadamente à letra de algumas declarações" e esquecem tudo o resto: "A libertação de um povo oprimido, a possibilidade de criação de um verdadeiro Estado de Direito, a redução da ameaça que o final dos comércios e contactos encobertos entre Saddam, a Coreia do Norte e Bin Laden", etc.

Perante isto talvez seja importante dizer que, nas democracias, o valor da palavra é um dado absolutamente central na relação dos cidadãos com o poder.

Se me dizem que um país foi invadido porque tinha armas de destruição massiva, eu sou obrigado a levar esse argumento em conta. Se afinal essas armas não aparecem eu chego à conclusão que fui enganado - e que a invasão assentou numa mentira.

Os argumentos usados pelos políticos devem ser escrutinados à letra. Se não querem que isso aconteça não os usem - inventem outros. Agora não me venham dizer que afinal o que foi dito não era para ser levado à letra. Era. E os defensores daquela invasão que arranjem outros argumentos para continuar a defendê-la. Ou então que assumam uma evidência: enganaram-se.
|| JPH, 15:31 || link || (1) comments |

quarta-feira, dezembro 10

É meia-noite

Intitula-se "Bolor" e foi escrito por um dos meus poetas-âncora: Carlos de Oliveira.

"Os versos
que te digam
a pobreza que somos,
o bolor
nas paredes
deste quadro deserto,
o orvalho da amargura
na flor
de cada sonho
e o leito desmanchado
o peito aberto
a que chamaste
amor"
|| Anônimo, 23:57 || link || (1) comments |

terça-feira, dezembro 9

Voyeurismo e sida (comentário de uma outra Sara)

Uma leitora do Glória Fácil enviou-nos este mail:

Eu sou outra Sara e só quero concordar quando falam em pornografia emocional. Perguntei ao meu pai (que está doente, e embora não tenha SIDA, de certa maneira me faz lembrar esse outro pai devido à extrema magreza e exaustão) se tinha visto o programa. O meu pai respondeu irritado que já não podia com esse pai e esse filho, que estava farto deles e já nem os podia ver. Eu vi-o [ao programa] e às vezes tinha de baixar os olhos ou mudar de canal, de tal maneira me era penoso estar a assistir àquilo tudo, que não se percebia até que ponto era íntimo ou completamente artificial a fingir que era íntimo. De qualquer maneira pasma-se com a falta de pudor de certas pessoas. Acho que este tipo de programas não fazem bem a ninguém, nem sequer aos próprios.
Sara Horta


Aproveitando a boleia desta Sara respondo à Sara da Espuma dos Dias. Para dizer o seguinte:

1. Vi o programa.

2. Sara Horta acerta na mouche quando fala em "falta de pudor". É disso mesmo que se trata: de uma tremenda falta de pudor.

3. Há produtos televisivos em que a sobriedade e a seriedade são apenas meramente instrumentais para esconder uma exploração do voyeurismo das audiências bem mais sofisticada do que aquela que se pratica no ingénuo "Big Brother". Foi o caso. O "embrulho" intelectualizado do programa escondeu um conteúdo absolutamente tablóide.
|| JPH, 13:45 || link || (0) comments |

Voyeurismo e sida (resposta de Sarah)

A Espuma Dos Dias comentou a minha resposta. Ei-la:

Duelo
Volto a vestir a minha pele de pessoa indignada - e também a de chicoteadora do João Pedro Henriques, que acha 'gostoso' ser contrariado :)
A mediocridade da argumentação pseudo-moralizante de João Pedro Henriques tem porventura origem num facto tristemente trivial: o autor do post Sida e Voyeurismo não viu o filme de Luís Osório. Se calhar estava só a olhar para o televisor. Apenas isto explica, por exemplo, que insista em chamar "entrevista" ou "conversa" a um trabalho que é efectivamente um documentário. Um filme que também é feito de uma conversa em estúdio. Isto não é "irrelevante" porque o que faz a singularidade deste produto televisivo assinado por Luís Osório é ser simultaneamente um espantoso documento testemunhal e um filme artisticamente válido. Tanto Luís Osório como José Manuel Osório são pessoas comprometidas com o seu tempo. O mesmo não posso dizer de JPH.


Já conversamos. ´Té já.
|| JPH, 13:24 || link || (0) comments |

sábado, dezembro 6

Voyeurismo e sida (resposta a Sarah)

Cara Sarah,

Como escreveu uma vez, eu e outros fazemos da blogosfera um "lugar de risco". Pelo que aqui escrevo arrisco-me, gostosamente, a ser contrariado. É uma das coisas boas de por aqui andar.

Lendo o seu "post" abaixo transcrito verifico uma evidência: não há a mínima ponta de entendimento possível entre a sua apreciação daquele trabalho do Luís Osório e a minha apreciação. Temos posições diametralmente opostas. O que é naturalíssimo, dado estarmos a comentar um produto controverso.

Mas só alguns esclarecimentos:

1. Escrevi que a RTP já passou aquilo três vezes mas assumi não ter disso a certeza. Percebi que a Sarah também não está certa de que tenham sido só duas. Não há conclusões nenhumas a tirar de nenhuma das incertezas. São só isso mesmo.

2. Chamei "entrevista" àquele trabalho por mero facilitismo de linguagem. Admito todas as outras designações, nomeadamente a que lhe dá ("filme documental"). É uma questão absolutamente irrelevante, no meu entender.

3. Diz que nunca pensou encontrar "tanto moralismo" num jornalista da minha "geração". Quanto ao moralismo, confirmo: quando vejo coisas como aquela torno-me profundamente moralista. Sou radicalmente contra a espectacularização televisiva da intimidade entre um filho e um pai contagiado pelo HIV. (Mas alto lá! Não digo que o programa devesse ser censurado - nada disso! Sinto-me é no direito de dizer que aquilo é péssimo - digo-o, reafirmo-o, quantas vezes for preciso.) Já sobre a minha geração, peço desculpa mas não sei do que fala. O conceito de geração enquanto comunidade simultâneamente etária e de ideias é uma fraude.

4. Já assisti muitas vezes ao "jogo da verdade" entre duas pessoas. E já "vislumbrei" também "o que verdadeiramente se passa no interior de alguém". E juro-lhe que não foi preciso nunca ligar a televisão para isso acontecer. Aliás, digo mais: na televisão isso nunca acontece.

5. É tudo, por agora, se for caso disso.
|| JPH, 17:48 || link || (0) comments |

Sigamos o peru

Fontes próximas garantem que a direcção do Inimigo Público (o suplemento humorístico aqui do farol da imprensa ocidental) está um bocado chateada. Em causa está uma notícia na última página do "Expresso" (não há link, é a pagar), intitulada "Bush exibiu peru de plástico", sobre uma foto tirada ao Presidente americano quando ele foi ao aeroporto de Bagdade visitar as suas tropas, por ocasião do thanksgiving.

O problema está no facto de a direcção do suplemento humorístico ter essa notícia engatilhada para a próxima edição. Só não saiu na última por falta de espaço - e porque, na verdade, nem tinha muita graça. E agora o "Expresso" (não há link, é a pagar) queimou-a. O que fazer para dar a volta ao assunto? Só mesmo ouvir o peru.
|| JPH, 16:23 || link || (0) comments |

Voyeurismo e sida (reabre)

A propósito do meu texto sobre a entrevista (ou conversa, como se prefira) entre Luís Osório e o seu pai, retransmitida há dias na RTP, escreveu-se o seguinte aqui:

"Digo não digo III
Pois claro que digo. Digo que o post do João Pedro Henriques sobre o filme Tanto Tempo - de Luís Osório, sobre o pai deste, José Manuel Osório - é de uma frivolidade revoltante.
Primeiro: não se trata efectivamente de uma "entrevista", como lhe chama maldosa e redutoramente JPH, mas de um filme documental. Segundo: tenho praticamente a certeza de que foi a 2ª e não a 3ª vez - como desonestamente sugere JPH - que o filme foi para o ar. No Dia Mundial da Luta Contra a Sida. Et pour cause...! Terceiro: trata-se de um trabalho de uma inquestionável coragem e seriedade. Acho extraordinárias as palavras maldosas de JPH. Sobretudo quando afirma que apenas a sobriedade permite olhar para Tanto Tempo como um produto televisivo formalmente diferente do Big Brother. Quarto: que eu saiba, o filme nunca foi pretexto para uma qualquer reconciliação entre pai e filho. Quinto: afirmar que se trata de pura "pornografia emocional" é, no mínimo, insultuoso; no máximo, é ser burro. Sexto: "indecoroso" é um adjectivo que não quer dizer nada de importante. Nunca pensei encontrar tanto moralismo num jornalista da geração de JPH, tanta "honestidade de superfície". Sétimo: sobre a bravura e a generosidade de quem ousa tornar-se menos opaco para os outros: JPH devia agradecer ao Luís e ao José Manuel Osório a rara oportunidade que lhe deram de assistir ao jogo da verdade, de poder vislumbrar o que verdadeiramente se passa no interior de alguém. Rousseau explicou isto muito bem no preâmbulo do Manifesto de Neuchâtel . Tudo isto com aquela estética cinematográfica, aquele cinéma vérité - na forma como no resto - a que já me referi anteriormente. A abordagem que faz a diferença e que faz do Luís Osório um jornalista de televisão diferente dos outros. Para melhor, naturalmente.
"

Dentro de momentos haverá resposta. Até já.
|| JPH, 16:01 || link || (0) comments |

O trauma de ser judeu...

...nesta época natalícia está aqui brilhantemente retratado. Oiçam com atenção, até ao fim. Na caixa de comentários do "post" em causa (E porque o Natal está em causa...) em causa está a letra da música. Obrigado à "truta laranja" pela revelação.
|| JPH, 15:31 || link || (0) comments |

sexta-feira, dezembro 5

Revisão constitucional

Eu tenho as minhas dúvidas sobre esta ideia de retirar carácter ideológico à Constituição da República. Não sei se sou contra se sou a favor - se calhar depende da ideologia que for colocada na Constituição para substituir aquela que se retira.

Seja como for, queria aqui fazer votos para que não se mude a alínea b) do número 2 do artigo 64º. É aquela que atribui ao Estado a obrigação de providenciar "pelo desenvolvimento da educação sanitária do povo".

Acho muito bem. O "povo", todos o sabemos, cheira mal da boca! E do sovaco! E dos pés! Precisa, portanto, que o Estado lhe dê "educação sanitária". Muita, às pazadas, por todos os meios - tele-escola inclusivamente.

E, além do mais, o artigo especifica muito bem que o não-povo está excluído desta obrigação estatal. O Estado não tem nada que andar a gastar dinheiro a ensinar o senhor Ricardo Espírito Santo Salgado (ou mesmo o nosso querido engº Belmiro de Azevedo) a tomar banho todos os dias. É um desperdício. Eles que recorram ao ensino privado.

Desabafei. Os projectos de revisão constitucional estão aqui.
|| JPH, 16:13 || link || (1) comments |

Voyeurismo e sida (Conclusão)

Voltando à entrevista televisiva de Luís Osório ao seu pai, José Osório, vítima de sida, que no passado dia 1 voltou a ser transmitida (pela terceira vez, se não me engano) na RTP.

Embrulha-se uma entrevista num cenário sóbrio e ficamos logo a pensar que a coisa é séria – confunde-se sobriedade com seriedade. Mas não é (não foi). Na conversa testemunhamos uma espécie de reconciliação entre pai e filho. E isto tendo como pano de fundo a sida – e um pai que tem o destino dramática e irrevogavelmente traçado.

Tudo televisionado. Ao pé disto o “Big Brother” é uma brincadeira de escuteiros. E o José Eduardo Moniz um menino de coro. O que esteve em causa na dita entrevista é cem vezes mais íntimo do que as quecas debaixo do edredon que se dão (davam) na casa da Venda do Pinheiro.

Luís e José Osório espectacularizaram o mais íntimo da sua relação de pai e filho. Exibicionismo puro para despertar voyeurismo puro (não é por acaso que a RTP já passou a entrevista três vezes). O cenário sóbrio não ilude esta evidência. Nem o facto de se estar perante um assunto muito delicado – muito pelo contrário, isso agrava. Pornografia emocional – é este o nome da coisa. Esta sim, é indecorosa.
|| JPH, 14:11 || link || (12) comments |

(...) - II

Bom dia. Acabou-se a gestão do silêncio. Dentro em breve isto recomeça. Vamos dar sequência, por exemplo, ao post "Voyeurismo e sida". Até já.
|| JPH, 12:52 || link || (1) comments |

(...)

continuamos a gerir o silêncio
|| Anônimo, 10:17 || link || (0) comments |

quarta-feira, dezembro 3

De origem africana

A rádio noticiou ontem que houve vítimas de "origem africana" nas derrocadas no Algarve. Se um dia eu for notícia (um rapto no Iraque, sei lá, qualquer coisa) também quero que digam que sou de "origem africana". Irão presumir que sou preto. O que, não sendo verdade, também não é completamente mentira.
|| JPH, 12:27 || link || (1) comments |

terça-feira, dezembro 2

Voyeurismo e sida (I)

Ontem a RTP voltou a transmitir a conversa entre Luís Osório e o seu pai, contagiado pelo vírus da Sida. Já tinha sido transmitida duas vezes, se não erro. Continuo a sentir o mesmo que senti da primeira vez: está-se perante um espectáculo indecoroso. E isto não é um elogio, pelo contrário.
(Continua)
|| JPH, 16:20 || link || (0) comments |

Novo objectivo para o Glória Fácil

Regressado de um fim de semana prolongado, verifico que as audiências do Glória Fácil atingiram novos mínimos históricos. Perante isto, defino um novo objectivo para o blog: termos cada vez menos leitores. Estamos no bom caminho. Obrigado a todos.
|| JPH, 15:17 || link || (1) comments |

segunda-feira, dezembro 1

It's a shame

Daniel Oliveira escreve: "“80 anos para isto” quer dizer isto mesmo: 80 anos de PCP, com altos e baixos, erros tremendos e muitos heróis. 80 anos onde o PCP nunca, até há três anos, usou o desequílibrio de alguém para somar uns votos e dar um ar “mais arejado”.

Shame on you...
|| Anônimo, 17:31 || link || (0) comments |