...para Ana Sá Lopes (asl), Nuno Simas (ns) e João Pedro Henriques (JPH). Sobre tudo.[Correio para gfacil@gmail.com]
terça-feira, setembro 30
Sobre o anonimato
Meu caro, é mesmo verdade que esta é a última vez que escreve sobre mim? Espero que sim - mas ver para crer, como dizia o outro.
Sempre lhe digo, entretanto, que os insultos que me dirige ("imbecil, lorpa, pacóvio", além do já antigo "cretino") são a prova de que há gente (você, no caso) que se agiganta no anonimato. E que o anonimato é condição desse mesmo agigantamento. Sei, por experiência própria, o que a casa gasta, em matéria de anonimato.
Dedico-lhe, na despedida, uma frase que li recentemente no "Koba o Terrível", de Martin Amis: "Quem já tiver recebido correio de uma pena venenosa terá sentido a desesperara impotência do seu autor."
|| JPH, 18:25
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A nova grelha da TSF
Entrou ontem em vigor a nova grelha da
TSF, a tal da refundação. Meia dúzia de perguntas, algumas com respostas incluídas.
1ª. A redação foi reforçada com jornalistas? Ou seja, com alguém que acrescente notícias (novidades, factos novos, coisas que os ouvintes não sabiam e passaram a saber) à produção da rádio? Não. Só entraram comentadores para substituir outros comentadores. E humoristas para substituir outros humoristas. E entrevistadores para substituir outros entrevistadores. É portanto uma enorme treta dizer-se que o "conteúdo informativo" da rádio foi reforçado. Não foi. Isso só aconteceria se à redacção (que funciona absolutamente no osso) fossem acrescentados jornalistas, o que não aconteceu nem está previsto que aconteça.
2ª. Entre as entradas e as saídas, como ficou a massa salarial da empresa? Aumentou? Diminuiu? Se diminuiu onde serão aplicados esses ganhos? Se aumentou, quantos trabalhadores é preciso despedir para compensar?
3ª. É ou não verdade que o Fórum Mulheres (15h15-16h50, todos os dias úteis) implicará alguma secundarização do noticiário político, que nesse período tinha muitas vezes grande relevância devido aos debates parlamentares? Onde está então o aumento do "conteúdo informativo" da rádio? Não está em lado nenhum, obviamente - só na propaganda da nova direcção da rádio. O que se verifica é que o
conteúdo político da TSF - aquele que verdadeiramente incomoda os poderes - foi encolhido. O próximo passo vai ser acabar com o Fórum da manhã, que tem, do ponto de vista do Governo (deste ou de qualquer outro), virtualidades de "agenda setting" absolutamente detestáveis. Com o tempo lá chegaremos.
4ª. Até onde irá a TSF para receber do Governo uma
frequência nacional?
5ª. Em que é que os novos valores contratados são melhores do que os que lá estavam? Ou não terá a "refundação" funcionado somente na lógica (arbitrária, aleatória, prepotente e até nepotista) da simples "chicotada psicológica"?
6ª. Vou continuar a ouvir esta rádio? É claro que sim. Mas não prometo que para sempre. Para "main stream" mais vale
o que se assume como tal.
|| JPH, 13:51
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Diálogo maçónico
- Meu caro, levas-me a jantar ao Grémio (*)?
- 'Tá bem.
- Fixe! Mas olha, ficas chateado se eu for ver como são os
aventais dos cozinheiros? São iguais aos outros?
- Ó meu, não me lixes, carago! Assim não te levo!
(*) - Grémio Lusitano, sede do Grande Oriente Lusitano, no Bairro Alto. Servem jantares ao público em geral. Mas só se entra acompanhado de um "irmão". Come-se mal. Não aceitam cartões.
|| JPH, 13:12
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A propósito do Dia Europeu Sem Carros (II)
Estou um bocadinho triste. Pensei que a minha proposta de um Dia (ou Ano) Europeu Sem Peões ia recolher imensos apoios por essa blogosfera fora. Mas nada. Pelo contrário. Chamaram-me de tudo. A
Sarah ameaçou-me com um par de estalos. Este
senhor chamou-me cretino, lá do alto do seu corajoso e humilde anonimato. E o
Lisboa a Arder insulta-me dizendo que eu sou capaz de andar "montado num 'tuning' made in Cova da Moura".
Já a
Sofia mostrou-se mais compreensiva percebendo que eu não sou tão mau como aquela "posta" parece indicar, sofrerei apenas de uma coisa que já está mais que estudada na América, o "stress talvez rodoviário". (A propósito: é de ler na Natureza um textinho do Luís intitulado "Jornalistas"). O
Marujo também foi simpático explicando-me que "todos os dias são dias de adoradores de popós".
Enfim, perspectivas várias, mas nenhuma, que tenha reparado, de apoio. Reconheço que aquilo de ter dito que me apetecia esmigalhar o crâneo da senhora que me provocou a irritação talvez tenha sido, como dizer?, demasiado visual. Mas, reparem bem: o texto não é sexista; não é racista; não revela nenhuma espécie de intolerância religiosa/cultural/étnica - ou seja, não é xenófobo. Não é sequer de esquerda (ou mesmo de direita). Foi só um modo de partilhar um sonho: que os subterrâneos das cidades do futuro sejam um dia preenchidos por uma imensa rede de passadeiras rolantes onde os peões se possam passear sem riscos nem canseiras. Talvez um dia eu passasse a ser um deles. Ou melhor: um de vós.
|| JPH, 12:15
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Apelo
Bom dia. Hoje gostaríamos de atingir a bela soma de 20 mil visitas e 30 mil "page views". Obrigado.
|| JPH, 12:04
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domingo, setembro 28
Trinta e três
Falando em trintas, aproveito a "pessoalidade" da blogosfera para enviar os parabéns ao NMP, do
Mar Salgado, que entretanto fez 33 anos.
|| asl, 00:01
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sábado, setembro 27
Mais um trintão
Este moço abriu um blogue no dia em que fez trinta anos. Chamou-lhe
30as, que se lê trintas, para tornar a coisa ainda mais redundante.
|| asl, 23:58
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Não um, mas dois ou três
O Luís Gouveia Monteiro apareceu na blogosfera não com um, mas com dois blogues! Nomes:
Eternuridade e
Cimêncio. Luís, escreve uns postes a contar o que pensas fazer nos tempos livres...
|| asl, 23:49
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Links e mais links
O analfabetismo cibernético tem destas coisas: primeiro não sei fazer o link, depois o link sai errado. O
Lérias alertou para o erro no link do Independente, o que agradeço. Experimentem
agora.
|| asl, 18:19
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Ainda a Constança
O
Contra-a-Corrente também gosta da Constança Cunha e Sá e ensina a fazer o 'link' para o
Independente, que ontem não fiz, mas já posso fazer. Acontece, como o Contra-a-Corrente informa, ainda não estão disponíveis os textos de opinião. É muito bom o regresso de Constança ao "Independente" - o jornal que, há uns anos atrás, juntava alguns dos melhores cronistas portugueses tem andado um bocadinho antes pelo contrário.
|| asl, 16:40
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sexta-feira, setembro 26
Constança e o "Expresso"
O texto da Constança Cunha e Sá no "Independente" de hoje, sobre uma das mais imorredoiras instituições da nação, o "Expresso", vale ouro. Devia ser de leitura obrigatória por todos os funcionário da Sojornal - alguém que o ponha numa moldura e o ofereça a Pinto Balsemão e José António Saraiva! É um óptimo texto para ser entregue aos estudantes de comunicação social e a todos os jornalistas em geral. Não faço link porque não sei. A Constança está no seu melhor: o tema presta-se, mas nem todos lhe tocam.
|| asl, 22:37
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quinta-feira, setembro 25
"Ana - Her True Story"
Não acreditem em nada do que a ASL diz sobre a sua ausência da blogosfera. Na verdade andou a fazer um tratamento de desintoxicação para viciados da blogosfera numa clínica chamada
Be Blog Free. Falhou, graças a Deus. Um dia contaremos a história toda.
|| JPH, 13:19
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A propósito do Dia Europeu Sem Carros
Hoje ia atropelando uma senhora que passeava tranquilamente por uma passagem de peões com o semáforo vermelho. Buzinei, berrei, o costume. Olhou-me com desprezo - e eu com uma vontade assassina de lhe esmigalhar o crâneo com um pneu da minha viatura.
Deu-me que pensar, o episódio. Uma ideia: porque não um
Dia Europeu Sem Peões? Ou mesmo um
Ano Europeu Sem Peões? Na cidade dos meus sonhos os peões circulam confortavelmente em passadeiras rolantes subterrâneas. E deixam-nos a superfície a nós, os
Adoradores dos Popós.
|| JPH, 12:52
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Compotas
Pronto, agora volto para as minhas compotas. Por culpa da
"Aba de Heisenberg", vou ali procurar o Jobim.
JMF, obrigadinha pelo desafio. Até já.
|| asl, 00:48
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Inveja
De vez em quando a inveja e outros maus sentimentos minam a blogosfera. Perante o caso do PAS, do
País Relativo, que actua neste momento em Bali, é urgente tomar medidas drásticas. Podemos colocar, para já, algumas questões: a conexão terrorismo, a conexão islamismo e, evidentemente, a conexão de esquerda, que pode englobar as outras duas se der jeito. Aceitam-se sugestões.
|| asl, 00:37
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Jobim
A
"Aba de Heisenberg" vai obrigar-me a ir procurar o Jobim. Lá terá que ser.
|| asl, 00:27
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quarta-feira, setembro 24
Os filmes da minha vidinha
Esta semana, num "zapping", apanhei pela enésima vez o "Noites Escaldantes", do Lawrence Kasdan, no canal Hollywood. "Noites Escaldantes" é um filme da minha vidinha. Os imensos filmes da nossa vidinha são simpáticos e conseguem ser às vezes muito reconciliadores, a milhas da solenidade majestática dos da vida. O "Noites Escaldantes", que passa muito na televisão, é um policial bem arrumado, mas o seu maior encanto é a sugestão de efeitos especiais da humidade atmosférica.
Às vezes aquilo é tudo muito óbvio e muito repisado o facto de um elevado índice de humidade contribuir para a criação de atmosferas eróticas. Aliás, a primeira cena de sexo entre William Hurt e Kathleen Turner é um monumento ao "kitsch".
Mas o Hurt estava muito giro a fazer de 'banana', a Kathleen Turner óptima a fazer de má, a história é boa, e os efeitos especiais (o calor e a humidade) bem produzidos. "Noites Escaldantes", - onde o muito jovem Mickey Rourke se apresenta à sociedade (melhorou depois) - é um filme da minha vidinha, muito anos 80. Voltarei ao assunto.
|| asl, 23:58
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Peço desculpa. As férias acabaram, a alvorada toca às oito da manhã, a 'rentrée' político/judicial está a ser difícil. Depois, é preciso fazer umas limpezas de Outono, as compotas, arejar a roupa do Inverno passado. No entretanto, aqui vai um 'post', para colmatar o défice. Beijos e abraços.
|| asl, 23:47
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Sobre perdas de tempo
Hoje de manhã, a inevitável perda de tempo mensal no barbeiro, que não há maneira de ficar absolutamente careca e pronto, cortar o mal pela raiz. O personagem barbeiro inspirou certamente o Nélio do Herman José. Com a graça suplementar de ter sotaque ribatejano.
Na rua da barbearia não se passa nada, há anos. E o "Nélio" passa ali os dias, entediado até à medula, a ganhar o pão dele de cada dia. Distrai-se ao mínimo "acontecimento" lá fora, na rua: um carro que passa; dois amigos que passam à porta, conversando; o carteiro a colocar as cartas nos prédio em frente. Tudo. E o meu corte de cabelo que se arrasta. Podia demorar 20 minutos; demora três quartos de hora. Está dez minutos em fase de acabamentos, a desbastar pêlo aqui, pêlo acolá, pelo sim pelo não. E a rádio sintonizada numa coisa qualquer que emite "Scorpions" ("Still loving youuuuuu", lembram-se?). Aqui o tempo parou. Não me habituo a viver na província.
|| JPH, 13:01
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Sobre rumores (III)
Muito interessante o "post" do
Abrupto das 7h38 de hoje. Interessante. Elucidativo. Revelador.Todo um programa naquele vasto título. De antologia. Enfim: inesquecível.
|| JPH, 12:56
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terça-feira, setembro 23
Sobre rumores (II)
Algumas ideias sobre rumores, cartas anónimas, campanhas desinformativas, agora que o Muito Mentiroso anda vazio.
1. Falar publicamente de (ou sobre) rumores incha-os, amplia-os, dá-lhes a eficácia que os autores lhe pretendem dar. Puro senso comum. Mas o silêncio (que nunca é a atitude mais natural) implica disciplina, vontade, uma certa "endurance". Não é para todos. É pela incapacidade de se resistir a tudos menos às tentações que os rumores alastram.
2. É assim do domínio da mais refinada hipocrisia dizer-se, como
JPP disse, que “
cartas anónimas não se lêem, rasgam-se” e depois, progressivamente, ir-se revelando cada vez mais o Muito Mentiroso, até ao ponto de se expor a sua "capa", perante milhares de espectadores, na SIC, como JPP fez.
3. Mais hipocrisia: Ao princípio JPP falou do assunto no Abrupto sem referências ao nome do blog e sem link, dizendo que essa era a sua forma de denunciar um crime sem o ampliar. Na sexta-feira a seguir o Euronotícias aproveitou os “posts” de JPP para encher um artigo (que foi manchete) sobre o assunto. JPP, que afirma conhecer muito bem os mecanismos dos “media”, não podia, em rigor, ignorar a possibilidade disto ocorrer. Ocorreu. O crime espalhou-se. JPP foi associado a isso, porque permitiu que isso ocorresse. Repara-se no que o próprio escreveu, em 17 de Setembro passado: “
Não tinha (…) dúvidas de que uma opinião pública mórbida, retrato do nosso atraso cultural, iria correr para lá a toda a velocidade, babar-se de uma curiosidade infecta, próxima do ressentimento social que é tão poderoso em Portugal, e é motivo profundo de tanta coisa. Nem sequer tem consciência de que, ao fazê-lo, dá sentido ao crime, torna o crime eficaz.”
4. Voltando às “
cartas anónimas que não se lêem, rasgam-se”. Obviamente que agora JPP já não tem margem para encher a boca com estas inflamadas e categóricas declarações “éticas”. Além do mais, as cartas anónimas são para ser lidas, jornalisticamente falando. Lidas e, se for caso disso, investigadas e, só depois, eventualmente, rasgadas. O anonimato pode ser uma marca de cobardia; mas também de legítimo receio devido a possíveis represálias.
5. As tentativas de JPP para desacreditar o MM foram sempre “temperadas” com afirmações salientando o carácter profissional e “insider” da operação, típica de serviços secretos, etc. Os autores do documento reivindicavam ser isso mesmo. Por outras palavras: ao contrário do quis
parecer, JPP ficou-se, quanto à desacreditação do Mentiroso, pelas meias-tintas.
6. É absolutamente impossível dizer-se, com inteira certeza, que há uma ligação de causa-efeito entre a sobrexposição dada por JPP ao Mentiroso (na SIC, domingo passado) e o respectivo esvaziamento.
7. Esta é a primeira vez que o Glória Fácil fala do assunto. É relevante (decisivo mesmo) o facto de o MM não estar “no ar”.
|| JPH, 20:36
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Sobre os rumores
A existência de Deus - esse sim é um grande rumor. Há 2000 mil anos (no mínimo) que não se fala doutra coisa. Pelo que será difícil, a partir deste exemplo, concluir que falar muito de um rumor contribui para o abafar, como se lê
aqui. Voltarei ao assunto.
|| JPH, 16:41
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Correio dos leitores (um desmentido)
Mais um, o segundo, e novamente de Pedro Rolo Duarte, que reagiu mal ao facto de ter dito que ele já tinha um blog, este
aqui. Segue o desmentido:
"
Agora a sério: sugerir que eu tenho um blogue idiota e tolo, ainda por cima mal escrito e sem graça, dedicado ao Público, é de mau gosto e infeliz. Não tenho nenhum blogue, se um dia tiver assiná-lo-ei com o meu nome, como sempre fiz em tudo na vida. Além de que, como é público, apesar de trabalhar no DN e defender, tanto quanto possível, o jornal onde trabalho, sou leitor diário do Público – que considero um dos melhores jornais diários da Europa. Dito isto, continue a gozar e a criticar e a ironizar sempre que for caso disso, mas não me atribua blogues de merda como é aquele a que se refere. Obrigado,
Pedro Rolo Duarte"
N.R.: Estava só a brincar! Deve estar a passar-se alguma coisa que me escapa...
|| JPH, 14:20
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Correio dos leitores (um esclarecimento)
Há tempos, comentando um «post» do
T-Zero, perguntei como foi possível a Antero de Quental ter-se suicidado com
dois tiros na cabeça. Depois do primeiro, como disparou o segundo? Chegou-nos pelo mail uma resposta de
Frederico Roque. Gostei tanto que transcrevo na íntegra:
"
Matou-se realmente [Antero de Quental] dessa forma macabra,
não porque quis mas porque a primeira bala ficou alojada na fonte (mais ou
menos ao lado das sobrancelhas). É raro mas não é caso único... e deve doer
comó caraças...
Agora, grave, grave, seria se não tivesse mais balas em casa."
|| JPH, 14:10
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Palavras que nunca escrevi
Rangelar: Isso mesmo: rangelar. Sinto-me a rangelar. Olhem para o nosso "site meter" e logo percebem. O rangelamento ocorre quando as audiências nos começam a fugir debaixo dos pés sem conseguirmos controlar a queda. Foi o que aconteceu ao Rangel quando a TVI descobriu o "Big Brother". O homem acabou despedido, como se lembram.
Durante semanas, desde a sua fundação, as audiências do Glória Fácil (GF) progrediram serena e firmemente, registando um extraordinário pico quando a Ana aderiu ao blog. Há uns dez dias já registava uma média diária superior a 500 visitas. E reparámos, divertidos, que as audiências subiam mesmo quando não escrevíamos nada.
Mas depois, por culpa nossa, aconteceu a desgraça: durante uma semana e tal estivémos todos sem "postar". O "Ódio aos jornalistas", que tantas reacções desencadeou, ficou dias e dias no topo do blog. Na sexta-feira passada, dia 19, o
Retórica e Persuasão afirmou: "
Faz hoje, às 17h01, quatro dias que o post "Ódio aos jornalistas" permanece no topo do Glória Fácil. E na sua congénita imobilidade (técnica), chega a parecer um autêntico cartaz. Para quem lê o que nele escreveu JPH, a impressão que fica (ou pode ficar) é a de que essa "paragem no tempo" do blogue, terá sido intencional. Como que com isso se tenha pretendido assegurar maior e mais persistente visibilidade para uma mensagem de choque, de desagrado e de revolta, perante os injustos ataques de que os seus autores terão sido alvo."
"Terá sido intencional", disse Américo de Sousa - mas não foi. Aconteceu. Azar o nosso. Estamos a regressar devagarinho. Mas as audiências continuam a descer, também devagarinho. Compreendo o problema do Rangel, agora. Depois de me ter sentido um José Eduardo Moniz. Qualquer dia começo a fazer tudo para ser despedido do GF. Com uma indemnização de milhões. Já vos tinha dito: só estou aqui pela narta.
|| JPH, 12:16
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segunda-feira, setembro 22
Amis o Terrível (II)
Desato já a polemizar? Ou espero um bocadinho? Valerá a pena? No
De Direita há um texto ("Os Jornalistas como Classe - Uma generalização") que me remete imediatamente para uma frase de Martin Amis lida em "Koba o Terrível": "
Quem já tiver recebido correio de uma pena venenosa terá sentido a desesperara impotência do seu autor."
|| JPH, 16:00
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Nelson o Rodrigues
É de bom tom adorar Nelson Rodrigues. Fica sempre bem num centro de mesa. Aqui no Glória Fácil (GF) o cronista tambêm tem um admirador, o Nuno Simas.
Constatando o GF a adoração blogosférica generalizada pelo escritor brasileiro, segue dentro de momentos a parte final de um pequeno conto, intitulado "O último beijo", que apanhei num livrinho do autor intitulado "Pouco amor não é amor".
Enquadramento (para não ter que copiar o conto todo): A mulher que Tinoco ama perdidamente passou a evitar os seus beijos, primeiro na boca, depois mesmo no rosto. Tinoco sofre imenso. Mas, percebe-se no fim do conto, que afinal não tem razões para isso. É de morrer a rir.
"
- Tenho ido ao médico e, hoje, ele me confirmou: a doença que eu tenho chama-se lepra. Compreendes por que eu te neguei a boca e te nego a face? Nunca mais aceitarei teu beijo, nunca mais!
Ele se atira, num soluço apavorante. Segura a esposa pelos dois braços:
- É por isso? Por causa da doença? Eu não sou traído? Oh graças, graças!...
Agarra e subjuga a mulher. Dá-lhe um beijo, na boca, de lua-de-mel."
É lindo não é? Estais agora convertidos?
|| JPH, 14:48
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Amis o Terrível
Livro escolhido para uma viagem que já foi e já veio:"Koba o terrivel", de Martin Amis (Teorema). A leitura inicia-se ainda antes de levantar vôo. A propaganda apresenta-o como sendo um retrato da vasta condescendência intelectual europeia com o horror genocida do "comunismo real" soviético, personalizado em Estaline, "Koba o Terrível".
[Interessa-me o tema. Céline, génio da minha adoração, foi vítima dessa condescendência, embora isso não lhe desculpe as alarvidades anti-semitas que comecou a vomitar após a "Viagem". Mas Céline não alinhou nisso - nessa condescendência pró-soviética - e a "intelligentsia" francesa dominante nunca lho perdôou. Levaram-no ao colo até Moscovo após o êxito da "Viagem" porque pensaram que ele era de "esquerda". E depois, espantadíssimos, verificaram que o ingrato médico-escritor-herói medalhado da I Guerra veio de lá a dizer horrores daquilo. E como ele sabia dizer horrores!
Disse, por exemplo (cito de memória) que "escolher entre o comunismo e o nazismo é escolher entre a peste e a cólera". É nessa posição que me coloco. Sem, portanto, desatar a espumar de raiva quando alguém diz que o comunismo soviético foi pior, em mortandade provocada, do que o nazismo.
]
Regressemos a Amis. Ele não nos engana. Logo nas primeiras páginas admite o livro como um "panfleto". Mas antes, nas suas rigorosas frases iniciais, recorda a forma como Robert Conquest (autor, segundo Amis, da mais importante obra ocidental de denúncia do estalinismo, em 1968) conseguiu expressar aos seus leitores a dimensão do horror.
É assim: estabelece-se uma cifra total para o número de vítimas do terror estalinista; depois divide-se esse número pelo número de letras do livro (vinte mortos por cada letra, por exemplo). E a seguir atiram-se uma série de frases com respectivo "balanço" em perda de vidas humanas.
"
Comia-se estrume de cavalo, em parte porque muitas vezes continha grãos inteiros de trigo (1502 vidas)."
ou
"
Oleska Voitrikhovski salvou a sua vida e as das suas famílias...consumindo a carne de cavalos que tinham morrido na herdade colectiva de mormo e outras doenças (2560 vidas)."
ou
"
E os rostos das crianças estavam envelhecidos, atormentados, como se elas tivessem setenta anos. E na Primavera já não tinham rostos. Não, tinham umas cabeças de pássaros com bicos, ou cabeças de sapo - lábios finos, compridos - e algumas delas pareciam peixes, com as bocas abertas (4720 vidas)."
Assim percebe-se, de facto, a dimensão da coisa. Mas a honestidade obriga a dizer que se está apenas perante um truquezinho infraliterário - quanto muito panfletário ou jornalístico. Seja como for, perdoando avançamos. Já pré-avisados para outros acidentes.
Nota: A blogosfera tem este encanto. Pode-se comentar um livro quase página a página. Talvez volte a "Koba o Terrível". Do livro já não desgrudo. É sempre assim com este Amis, desde os tempos do "Money".
|| JPH, 12:44
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sexta-feira, setembro 19
Uma piadola depois das férias II
Isto de dar férias a um país era uma ideia boa para um livro. Ou para um filme. Podia começar com um referendo. O prof. Marcelo e o dr. Lacão podiam estudar a pergunta.
E para onde iam os dez milhões de portugueses – todos juntos – de férias? Tenerife? Benidorme? Brasil? Cancun? Como estamos todos de «tanga» ainda íamos todos parar ao Algarve...
Pensem nesta e façam propostas.
|| portugalclassificado, 22:30
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Um piadola depois das férias I
O regresso de férias é uma angustia, uma ansiedade... Vem uma pessoa de férias a pensar que perdeu algo... será que o País mudou? Alguma coisa de fundamental aconteceu e eu não vi, não vivi? Perdi algo de verdadeiramente importante? Não sei de que cantinho mais recôndito do cérebro tirei esta ideia, mas pensei que pudesse ter havido uma mudança. Pequenina que fosse.
Ná! Sei que apenas passaram vinte e tal dias e está tudo na mesma. O País continua a arder. Há umas notícias (?) emocionantes sobre a Casa Pia com sexo, homens, mulheres e videos, misturados com o 25 de Abril (uma trapalhada!). Vamos continuar a apertar o cinto em 2004 (o sr. primeiro-ministro disse que ninguém nos agarra em 2006...). O Jorge Dabliu pediu mais dinheiro para as suas tropas continuarem a libertar o Iraque e já pede o «aval» da ONU (vá lá!). O Benfica consentiu um empate com o Belenenses (repare-se ao jargão futebolês). NADA! Isto está mesmo enfadonho. E triste!
E que tal dar também umas férias ao País? A sério, ao País todo, aos dez milhões de portugueses? Talvez regressássemos com aquela ilusão, com a expectativa de que algo estaria a mudar, ou estaria em vias de mudar... Ainda que depois se concluísse que nada mudou. Que ilusão!
|| portugalclassificado, 22:28
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segunda-feira, setembro 15
O ódio aos jornalistas
Paira por aí, na blogosfera, um certo ódio aos "jornalistas". Que são manipuladores, arrogantes, autistas, sobranceiros, umas divas insuportáveis que vieram conspurcar este gentil meio e dar-lhe cabo da sua pureza original - que residia no facto de qualquer cidadão médio poder fazer, com escassos conhecimentos técnicos e quase de borla, o seu próprio "media".
Cinquenta anos de silêncio salazarista fazem com que este ódio aos jornalistas - tal como, aliás, o ódio ao parlamentarismo e aos políticos que mais se expõem nesse sistema - tenha ainda raízes profundas na sociedade portuguesa. O jornalismo, como o parlamentarismo, vive do conflito, da exploração das dissonâncias, desasossega, inebria-se com o cheiro da pólvora. E não é em 30 anos de democracia, os primeiros dos quais bastantes tempestuosos, que se "ensina" a um país que a "anormalidade" faz parte da normalidade - que as coisas são mesmo assim e é melhor que assim sejam porque senão, caso contrário, morremos todos outra vez de pasmo, orgulhosamente sós.
O que às vezes surpreende na relação desta sociedade com os seus jornalistas é que a rejeição maior não parte do "terceiro estado", supostamente menos culto e educado, mas sim das elites, supostamente mais conscientes da necessidade imperativa de se estar permanentemente, como o fazem os jornalistas, a revelar os conflitos e a, com isso, introduzir na actualidade uma constante agitação.
Se calhar o problema é de influência. As elites vêem com bastante preocupação a sua influência pública ser diminuída por via da influência conquistada por uma "classe" (ou "corporação") que acham ser, genericamente, inculta, desbragada, alcoolizada, muito gregária (ou seja, aparentemente unida), inconsciente da sua responsabilidade social, desrespeitadora das hierarquias institucionais e sociais pré-estabelecidas e (mais grave que tudo), cujo poder não é assente em nenhuma legitimidade clássica (académica, eleitoral, económica ou, enfim, de puro e simples "pedigree", por via de direitos históricos adquiridos).
Parece que o fenómeno se transplantou (naturalmente) para os blogues, que são um "media" inovador na medida em que jornalistas e não-jornalistas estão em rigoroso pé de igualdade na influência que têm (ou não têm). Tenho lido em vários blogues referências verdadeiramente rancorosas (e, na maior parte dos casos, muito portuguesmente anónimas) em relação às "estrelas" (e outros epítetos do género) que integram o Glória Fácil ou outros blogues onde estão jornalistas. Aliás, isto chegou ao ponto de já ter lido algures - quem quiser que enfie a carapuça - que só por puro exibicionismo é que demos os nossos nomes pelo blogue. Argumentando, ao mesmo tempo, que o anonimato não é uma opção moldada pela cobardia mas sim pela humildade, o que não pode deixar de merecer um sorriso piedoso (no mínimo).
Quem quiser pode, evidentemente, continuar a rechear as suas críticas ao que aqui se diz sublinhando que o nosso pecado original é sermos jornalistas. E até fazê-lo dizendo que os exercícios de estilo, ironias e quejandos que escrevemos aqui significam, automaticamente, que somos maus jornalistas. E até aproveitar para generalizar tudo e criticar, a partir do que fazemos no Glória Fácil, o jornalismo português em geral e o mundial em particular. Pode dizer tudo o que lhe vier à cabeça, mesmo fingindo ignorar que aqui nós não fazemos jornalismo, apenas "blogamos". Mas não nos impeçam de pensar que isso é sobretudo movido por uma característica muito humana, alheia à divisão esquerda/direita - a tolice.
|| JPH, 17:01
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sexta-feira, setembro 12
Convocatória às vespas
Vem por este meio o Glória Fácil convocar para uma assembleia magna todos os blogues de jornalistas, em data a combinar. Assunto: ponderar uma eventual desactivação total dos nossos blogues para assim podermos fazer feliz de novo o
Dicionário do Diabo, alérgico a vespeiros e às respectivas vespas. É que, além do mais, ele insiste na ameaça de que, doravante, só usará o seu blogue para uma escrita "mais claramente pessoal e diarística".
|| JPH, 18:45
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Um caso da vida
Ocorreu-me esta história - que já tem barbas mas é rigorosamente verdadeira - quando, esta semana, vi no
farol da imprensa ocidental, a edição (em livro) de "O Paciente Inglês". Eu testemunhei tudo e passo a contar.
Tudo ocorreu quando visitava, em Hollywood, os estúdios da Universal. A certa altura perdi-me da excursão que ali me levara. Vou dar às traseiras de um dos estúdios e dou de caras com duas simpáticas cabrinhas em volta de uma bobine com um filme.
As cabrinhas, como toda a gente sabe, comem de tudo: erva, plástico, caixas de yogurt, o quer que seja, desde que tenham dentes para isso. Querem lá saber se é biodegradável ou não. Uma parecia já ter almoçado; a outra não. E foi esta quem se atirou à bobine, na qual consegui ler "The english pacient". Devorada a fita, a outra pergunta-lhe:
- Então, estava bom?
- Estava. Mas o livro era melhor.
|| JPH, 17:42
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Canal 18 – A última sessão
Este assunto mereceu vários comentários pela blogosfera, a que agora respondo. A “posta” está intitulada “a última sessão” porque não quero que o assunto se torne num folhetim. Mas não leiam esta pretensão como uma tentativa de impor unilateralmente o fim da conversa. Irritam-me declarações muito “macho man” do género “eu só polemizo com quem quero, quando quero, como quero, onde quero” e blá, blá, blá.
Quem quiser meter-se outra vez com o Glória Fácil por causa deste assunto que o faça à vontade. Responderei se for caso disso e se tiver oportunidade. Mas vamos por partes:
Um
leitor devidamente identificado afirma, por mail, que a TV Cabo metia os bacanais no Canal “Viver/Vivir” (que em Lisboa é 18, no Porto é o 26, em Viseu o 16 e em Coimbra o 17, e até pode ser o 1 se alguém o sintonizar assim) sem antes avisar os assinantes que aquilo lá estava. “No 18/26 paga-se para uma coisa e leva-se com uns bacanais extra”, afirma, perguntando a seguir: “Será legítimo enfiar pornografia sem avisar?”
Resposta: Não é. Mas duvido que alguém, ao assinar a TV Cabo, não esteja previamente avisado do que vai (ia) encontrar no “Viver”. Toda a gente sabe (sabia) que aquilo lá estava. Além do mais a TV Cabo tem por norma nunca avisar das alterações que vai fazendo no alinhamento dos canais, o que obviamente critíco. Quanto ao “Viver” podia-se sempre dessintonizar o canal.
O
Almariado também fez um longa “posta” sobre o assunto. Para mim confunde sexo com violência. O “18” não era um canal de “rough sex”. Não associava o sexo à violência. Se o fizesse eu seria obviamente pela sua codificação ou até (mas confesso não ter uma ideia fechada sobre o assunto) pela sua proibição pura e simples. Numa coisa tem razão – esta foi uma medida de um Governo de direita eleito pelo povo. Obviamente que respeito isso. Mas permita-me que conteste e discorde. E que ache que há, nesta medida, um fundo moralista (que parece inspirado no Diácono Remédios) que implica um precedente perigoso face a outros “espectáculos” televisivos, como o Big Brother. O Governo tem agora o direito de proibir as quecas daqueles moços fora do edredon. O Almariado acha que faz bem. Eu pergunto: se onde se começa onde se acaba?
Quanto às crianças: tenho dois filhos, o mais velho com quase seis anos. À meia-noite, excepto em dias de festa, têm de estar a dormir (ou pelo menos a adormecer). Têm muito tempo para, quando forem crescidotes, laurearem a pevide à vontade deles.
Terceiro ponto: FNV, do
Mar Salgado (que parece andar obcecado com o Glória Fácil) fez duas-postas-duas sobre o assunto. Concluiu que sou um “jovem jornalista” cujas borbulhas podem, a qualquer momento, “recrudescer”. É curioso este fenómeno. Se bem sei, tenho a mesma idade do FNV. E exerço a minha profissão há mais ou menos tantos anos quanto ele exerce a dele. Pergunto-me que preconceito o moveu para ter criado esta imagem de mim.
Mas adiante. FNV confunde coisas que não podem ser confundidas. A questão das linhas telefónicas eróticas é completamente diferente desta questão do 18. FNV sabe bem que se estava a gerar um problema de dívidas mal-paradas na PT, com a consequente sobrecarga no sistema judicial, devido à utilização das linhas por quem sabia que não as ia pagar (ou por quem desconhecia o seu verdadeiro custo). E foi isto que levou à proibição, concretizada por Guterres (mas, na verdade, lançada pelo último Governo de Cavaco). Quanto a Pascal: digo-lhe que a proibição do 18 já estava prevista em lei no tempo de Guterres. Se ele a tivesse levado à prática eu teria dito o mesmo que agora digo. E com o mesmo argumento: que era uma medida própria de uma direita calhorda e bafienta.
Quarto ponto: quem anda à chuva molha-se. Já contava, portanto, com larachas como aquelas que li no
Quinto dos Impérios, na “posta” (subtilmente) intitulada “Cinco contra um”. Mas vamos ao que interessa: a minha referência ao J&B é só um truquezinho “artístico” da treta. Na verdade consumo Famous Grouse (com gelo). Quanto ao resto, peço-lhe que indique à comunidade blogosférica qual o membro do Governo que, no seu entender, está mais habilitado para nos “ensinar a pescar”. Se não puder dizer o nome, diga pelo menos o partido.
Por último, o
Barnabé: assino por baixo o “artigo 4º” da “posta” do Daniel intitulada “Ainda o Canal 18”. E verifico que ficou sem resposta plena a acusação ao Bloco de que nada faz contra a codificação do 18 porque isso violaria frontalmente os critérios “politicamente correcto gauchiste-chic” que constituem, muitas vezes, as suas (JPP dixit) “background assumptions”.
|| JPH, 15:38
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O meu tempo de liceu
O FNV, do
Mar Salgado, lembra-me o meu tempo do liceu. Segundo apurei no núcleo dos comedores de criancinhas ao pequeno almoço de Coimbra, informação confirmada no grupo de homens de esquerda que batem nas mulheres mas são giros, o FNV deve ter aí uns 37-38 anos. Parece-me que o estou a ver, lá no liceu, de pull-over amarelo e calças Lois, a bater nas comunistas. De alguns "rewinds" até gosto, mas para estes não há pachorra. Volta, NMP.
|| asl, 14:51
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Só um adjectivo: gostei...
...e gosto, e todos os dias um bocadinho mais, de quem mora neste simpático
T-Zero. Por várias coisas, nomeadamente pela elegância com que conseguiu utilizar o 11 de Setembro para dizer que essa data não se resume apenas ao "nine eleven" de há dois anos ou ao golpe de Pinochet de há trinta, mas também a factos mais longínquos, como o suicídio de Antero de Quental, em Ponta Delgada, há (se não me engano) 112 anos.
Sem ironizar (e arriscando ser chamado de tudo, mas já sei que quem anda à chuva molha-se, é a vida) quero apenas, depois de ler o que foi escrito no T-Zero sobre Antero, fazer uma pergunta: como é possível alguém matar-se com
dois tiros na cabeça? Dando o primeiro como se dá o segundo?
|| JPH, 13:55
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quinta-feira, setembro 11
A direita chorona
Afinal,
Pedro Mexia faz parte da direita chorona. Ofendeu-se com um ‘post’ meu e chorou. Acusa-me de ter usado métodos "fascistas”, quando "apenas" produzi um texto simétrico daquele em que Mexia afirmava que, no dia de hoje, a esquerda assobiaria para o ar e evocaria Salvador Allende. A ignomínia é óptima quando “handcrafted by Mexia”.
|| asl, 16:37
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quarta-feira, setembro 10
Ao Daniel
Polemizo com o Daniel Oliveira e, quando vou
aqui ver se já havia resposta, verifico que o moço fugiu! Pulos de alegria e eu a pensar que tinha tido o mesmo efeito no blogue onde ele colaborava que ele próprio, Daniel, teve em tempos sobre a Coluna Infame. Mas não. Afinal o Daniel só mudou de casa. Foi para
aqui. E respondeu-me sobre o "nosso" saudoso Canal 18.
|| JPH, 21:07
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O canal 18 e o Bloco de Esquerda
O Daniel escreveu
aqui umas larachas sobre o Canal 18. No essencial até concordo. Mas aquilo parece-me um bocadinho inconsequente, ainda por cima num dirigente de um partido – o Bloco de Esquerda – que tem protagonizado algumas causas supostamente “fracturantes”.
Imaginemos a seguinte situação: em vez de existir o 18 existia, isso sim, um canal “gay” que, às quintas, sextas e sábados exibia, depois da meia-noite, durante duas horinhas, pornografia homossexual.
Imaginemos, a seguir, que o Governo fazia com esse canal o mesmo que fez com o 18: codificava-o. Ou seja: impedia-lhe o acesso pelas “massas populares” que assinam, sem “boxes” extra, a TV Cabo.
Não tenho a menor dúvida (repito: a menor dúvida) de que o BE faria de imediato uma imensa barulheira alegando (e com toda a razão) censura, discriminação sexual contra os “gays”, etc, etc.
Mas quanto ao Canal 18 já não faz. Porque estrebuchar em defesa daquele canal não se enquadra no contexto “politicamente-correcto “gauchiste” que caracteriza muitas das atitudes do Bloco. Isto apesar de o BE saber que a atitude censória deste Governo face ao 18 representa um precedente muito perigoso. (Como já aqui disse, o Governo agora tem autoridade, reforçada pelo silêncio de quem devia protestar, para censurar outros supostos pornos na televisão e até para achar que “O Império dos Sentidos”, por exemplo, se enquadra nesse ‘sector’ da produção cinematográfica).
Enfim: codificar o 18 é para mim uma atitude própria de alguma direita burra que, à pala de uma moralidade balofa, bafiente e calhorda, acaba por induzir à rentabilização da indústria porno.
Não contestar essa medida do Governo, por medo (por exemplo) do ridículo, é próprio de uma esquerda tão pouco inteligente como a referida direita. Os extremos tocam-se.
PS – Meu caro, estou certo que entendes esta posição no quadro mais vasto de uma causa muito cara ao Bloco: a da despenalização “versus” proibição. É também por isso que este debate me interessa. E, claro, porque me agradava a ideia de poder ver uns pornos tendo a certeza de que não estava a contribuir para pagar a respectiva produção. É o que vai acontecer, a partir de agora.
|| JPH, 17:42
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Compreende-se
Amanhã, dia 11 de Setembro,
Pedro Mexia vai assobiar para o ar e pensar que Pinochet lá teria as suas razões
|| asl, 15:49
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Só um adjectivo: gostei!...
...bastante de um texto lido
aqui, intitulado "Às portas da fé", sobre o "programa cultural" deste Governo. A "punsh line" está de génio. Aproveito a oportunidade para um pedido de desculpas e um anúncio.
Pedido de desculpas pelo facto de o texto "O canal 18 e a divisão esquerda/direita (II)" ter aparecido no Glória Fácil repetido duas vezes. Foi sem querer, juro. O erro - cuja origem me escapa em absoluto - já foi corrigido.
Agora o
anúncio: Está em preparação uma nova "posta" sobre o Canal 18. Desta vez é para me atirar ao
Daniel Oliveira e à organização de que ele é dirigente, o Bloco de Esquerda. 'Té já.
|| JPH, 14:41
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segunda-feira, setembro 8
O canal 18 e a divisão esquerda/direita (II)
Anda uma grande animação lá para as bandas dos
Marretas. O Statler – que tem grande culpa na invenção do Glória Fácil e por isso merece infinitos agradecimentos – resolveu comentar a “posta” sobre “o canal 18 e a divisão esquerda/direita”. Resultado: está farto de levar “marretadas”, o que só pode ser bom sinal, tanto para ele como para o autor do texto que deu origem à coisa (moi).
Parte dos seus comentários parecem ter nascido de um erro meu – e, se for esse o caso, peço desculpa. Isto porque eu disse que o Canal 18 passou a estar “codificado”. Enganei-me. A emissão, quando passa a hard-core, parece estar codificada. Mas não está. Está pura e simplesmente proibida. Ou seja: é impossível ter-lhe acesso comprando uma “box” da TV Cabo, como se faz para ter a SportTV ou o SexyHot ou o Canal Disney. Portanto, eu mesmo que queira pagar para continuar a ver o Canal 18 estou impedido de o fazer.
Segundo ponto: Eu já pago pelo 18. Aquilo está na TV Cabo. Como toda a gente que não se associa a piratices, pago pela TV Cabo todos os santos mesinhos. Portanto, o Governo não proibiu o acesso a pornografia num “canal aberto”, como o Statler disse. Quando assinei o contrato com a Cabo, o pacote escolhia incluía o 18 e o 18 com “aquilo”. Agora alteraram-me as condições do contrato. Mas aposto tudo o que quiserem em como não vão baixar a mensalidade.
Terceiro ponto: a proibição do 18 conduzirá, se o Statler tiver razão no seu elogio das razões empresariais do Governo nesta proibição, ao aumento das assinaturas do SexyHot e do Playboy. Por outras palavras: o proibicionismo governamental aumenta a rentabilidade de dois negócios de exploração pornográfica. Maravilhosa inteligência, a do nosso Executivo!
Quarto ponto: reafirmo que a proibição do 18 é própria de uma direita bronca e calhorda e não de uma direita inteligente. A direita inteligente não perde tempo com estas coisas.
Último ponto: obviamente que se o Governo fosse consequente tinha que proibir também o “Gostas pouco gostas” da SIC/Radical. E garantir que as quecas do BB permaneçam para todo o sempre debaixo do edredon onde têm tido lugar. Estão a ver o problema? A questão é sempre a mesma: quando se começa onde se acaba? O que vão proibir a seguir? Ou estamos a regressar aos tempos das grandes indignações de direita com o “Je vous salue Marie” e com “O Império dos Sentidos”? Isto é mais sério do que parece.
|| JPH, 22:45
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O Canal 18 e a divisão esquerda/direita
Há quem assente a sua vida em rotinas. É o meu caso. Detesto, na vida quotidiana, surpresas e aventuras, para isso já tenho o jornalismo.
Uma das rotinas é sentar-me nas sextas-feiras à noite no sofá em frente à televisão, já devidamente munido do tabaquinho e do respectivo cinzeiro, às vezes na companhia dos snrs. Justerini & Brooks, e desatar a
zappar pela televisão fora. Obviamente que passo pelo canal 18. E, porque sou jornalista e gosto de o ser, aprecio as novidades.
Pois bem, isso acabou. Agora aquilo está codificado. Por ordem deste governo, à pala de um critério qualquer que desconheço. Só ficou o som: “
Ai, si, si, cariño”, etc, etc.
Apesar de desiludido (ou mesmo ligeiramente enfurecido), consigo, no entanto, aproveitar o acontecimento para raciocínios de elevada exigênca intelectual. A eliminação do Canal 18 revela uma relação censória (de género moral) do actual Governo com a multidão que consumia o dito canal (o qual, aliás, só passava
aquilo depois da meia-noite, quando é suposto as criancinhas já estarem a dormir).
Concluo, também, que este Governo não consegue ser de direita sem ser da direita mais calhorda. Não existe ali cultura que lhes permita ser de uma direita inteligente. É sempre esse o problema. Aqui como em Telavive ou em Washington.
Parafraseando, de novo,
Pedro Lomba: anda um homem a tentar ser mais reaccionário e acontece-lhe isto.
|| JPH, 14:28
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Expressões que um dia usaremos (III)
Ocorreu-me este fim-de-semana, já não sei a propósito de quê:
- Não me linkas nenhuma...
|| JPH, 13:24
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domingo, setembro 7
Frio
Está frio. Graças a Deus, está frio. Somos dos que sabem apreciar uma boa chuva torrencial, o acolhedor som de uma trovoada debaixo de abrigo, um certo índice de humidade no ar. Distinguimo-nos das manadas dogmáticas dos estiodependentes, que julgam poder converter-nos ao pensamento climático único.
|| asl, 20:55
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José Carlos de Oliveira
Não consigo mexer no "manage posts". Por isso, vai assim a correcção: o nome do realizador do "Preto e Branco", um filme comovente sobre a guerra colonial que vai estrear em breve e que referi em 'post' anterior, é José Carlos de Oliveira, e não José Carlos Rodrigues como, por erro, escrevi.
|| asl, 15:52
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sexta-feira, setembro 5
Beijos
Uma das diferenças da liberdade de expressão num blogue relativamente à liberdade de expressão num jornal é que agora apetece-me mandar beijos ao
Ernesto e mando mesmo. Beijos, Ernesto
|| asl, 23:27
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Despeito
O Harrison Ford casou com a escanzelada (e muito neurótica) Ally McBeal. O Steffano Accorsi mima a Laetitia Casta.
Que fazer?
|| asl, 20:12
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quinta-feira, setembro 4
"Fontes bem informadas garantem que..."
DESMENTIDO
Recebi um emílio ("email", em português) onde, em tom muito cordato,
Pedro Rolo Duarte desmente categoricamente usar luvas quando assa sardinhas. Fica aqui registado o desmentido.
É de notar, porém, que, nesse emílio, PRD ameaça com a hipótese de vir a criar um blogue. E nós a pensar que já tinha
um.
|| JPH, 20:57
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Aos crentes na infalibilidade do dr. Pedro Strecht…
…recomenda-se a leitura
deste artigo, de Ricardo França Jardim, psiquiatra, chefe de serviço no Hospital Júlio de Matos e director do Serviço de Reabilitação Psicossocial. Para ninguém ir ao engano, eis duas frases:
“
De facto, não há terapias de evocação de memórias recalcadas, assim como não há sintomas patognomónicos de abusos sexuais na infância, nem tão-pouco quaisquer processos científicos, psiquiátricos ou psicológicos susceptíveis de aferir a veracidade das acusações.”
“
Incomoda-me o silêncio ensurdecedor dos organismos encarregados de aferir a ética e as boas práticas médicas, como os Colégios da Especialidade da Ordem dos Médicos. E aterra-me que tudo isto aconteça num Portugal democrático.”
Em contraponto, leia-se
este, na página anterior, do próprio dr. Pedro Strecht. E chegue-se à única certeza possível: a de que é cientificamente impossível ter certezas. Posto isto (ou seja, anulando-se a prova científica em substantivas incertezas), pergunta-se: como é possível que haja ainda quem ache que a “prova testemunhal” é a “prova-rainha” no direito processual penal português, como afirmou o Tribunal da Relação num acórdão em que indeferiu um recurso apresentado por Carlos Cruz.
|| JPH, 15:58
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Não viu, continua a não ver e nunca verá
O blogue de José Pacheco Pereira tem um nome extremamente feliz:
Abrupto. Este meio de comunicação é assim: abrupto. Escreve-se directamente para uma máquina infernal que, em segundos, nos coloca a mensagem à mercê de uma comunidade. Pessoalmente, a máquina ainda me assusta. Não sou abrupta. Gosto de ler e remoer o que escrevo (mesmo os divertimentos) e esta brusquidão do meio ainda me perturba um tanto.
Mas Pacheco Pereira é - e sempre foi - abrupto. Uma vez que há anos e anos diz exactamente as mesmas coisas, a sua relação com este meio de comunicação está enormemente facilitada. Estas suas últimas reflexões sobre a imprensa são, mais coisa menos coisa, as que o iluminaram durante o cavaquismo, no seu auge e decadência.
Na conjuntura, a questão ideológica é o Iraque. As discussões sobre a imprensa, quer feitas em público, quer feitas no café, costumam estar contaminadas por uma análise de algumas parcelas que cada um manobra a seu bel-prazer, retirando as conclusões conformes à sua ideia pré-concebida. O expoente máximo disto será Alberto João Jardim (que denuncia conspirações por todo o lado), mas nenhum de nós escapará por vezes aos confortáveis lugares comuns. O dogmatismo endémico de Pacheco Pereira leva-o a funcionar há anos - no seu discurso sobre a imprensa - abruptamente e nada do que escreveu nos seus 'posts' recentes nos pode surpreender.
Pacheco Pereira sabe que não é verdade que os editoriais do Diário de Notícias só "às vezes" fossem pró-coligação. Quando falavam do PS ou do défice, "às vezes", não seriam pró-coligação. Qualquer um dos directores do DN o admitirá sem esforço. Pacheco Pereira sabe que é verdade que a orientação editorial da secção internacional do Diário de Notícias não era inspirada pelos textos de Robert Fisk. Mas reconhecer isso abalava a teoria que há anos Pacheco Pereira sustenta e que, de certa maneira, o consagrou como alegado teórico dos média.
O sofá da nossa consagração é o mais confortável de todos. Pacheco Pereira aí se mantém, rodeado de uma legião de discípulos embasbacados pelo seu enorme conhecimento, a sua às vezes desconcertante sensibilidade e, talvez em primeiro lugar, a sua inebriante sedução.
|| asl, 15:47
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quarta-feira, setembro 3
Menos glória
O Glória Fácil agradece as referências muito simpáticas feitas pelo
Dicionário do Diabo à nossa querida Maria José Oliveira, aproveitando para comunicar que, durante os próximos dias, também ela estará ausente deste blogue, por motivo de férias inadiáveis. Aguarda-se o regresso rápido de Nuno Simas.
|| asl, 21:10
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Falta de recursos
O total desconhecimento de causa impede-me de contribuir um avo para a discussão sobre o jogo Sporting-Porto que alegra o país e a blogosfera. Em contrapartida, todos os que desejarem discutir as telenovelas da TVI terão sempre aqui uma porta aberta. Aí vão algumas achegas: o final do "Último Beijo" foi pífio; a Sofia Alves continua a fazer de "gémea boa", com nítido prejuízo para a equipa; já vimos melhores performances de Marcantónio del Carlo.
|| asl, 19:08
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A fusão falhou (mas o almoço foi óptimo)
Comunicado
Falhou a anunciada fusão GF+
TdN. O Glória Fácil apresentou-se no almoço negocial com a maior disponibilidade para ouvir as pretensões do TdN, mas este avançou com condições absolutamente inaceitáveis. Queria, por exemplo, ter o direito de continuar a polemizar sobre a Joni Mitchel, que pelos vistos é amiga dele. Revelou-nos também que já tinha uma outra polémica musical em mente, desta vez sobre um autor português, o João Pedro Pais (JPP), que intitularia "O Mafaldo Veigo". Isto pareceu-nos achincalante.
Além do mais, parecia ter o rei na barriga porque o
Abrupto lhe deu o "privilégio" (a expressão é dele, TdN) de com ele polemizar. Verificámos, por outro lado, que o nosso "site meter" entrou em depressão assim que anunciámos a hipótese de fusão. E o dele disparou. E que a soma de ambos, depois desse anúncio, ficou (muito) abaixo da média do GF. A coisa seria, portanto, sinergética para o lado dele mas depressiva para o nosso. Enfim: um mau negócio.
Seja como for, o almoço foi óptimo. Rimo-nos imenso. Só mesmo no fim é que a coisa azedou muito, quando o TdN voltou a colocar uma nova exigência: que pagássemos a parte dele na conta do almoço (a máquina do restaurante recusou-lhe o Visa). Assim não. Seja como for, "
hasta la vista" e "
no hard feellings".
|| JPH, 17:34
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Fusão GF+TdN
Sobre a fusão entre o nosso blogue e o Terras do Nunca, a direcção do Glória Fácil está a preparar um comunicado. Novidades dentro em breve. Cumprimentos
|| JPH, 16:37
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Usos alternativos da blogosfera
Confirma-se: a blogosfera pode ser usada como página de classificados. O
Desejo Casar deu o primeiro passo. Reproduzo o anúncio:
Alguém conhece alguma bibliografia acessível que me possa falar sobre os Tartessos (povo que habitou as margens do rio Guadalquivir, cerca do séc. VII a. C.), em especial sobre o facto deste povo cantar as suas leis, como modo de as decorar e dar a conhecer?
Resposta oficial: Olhe, não temos. O "Harry Potter" serve?
|| JPH, 16:32
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terça-feira, setembro 2
Fusão em curso
Isto da blogosfera é como tudo na vida empresarial: primeiro criam-se empresas; depois fundem-se. Assim, temos o prazer de anunciar aos amiguinhos que está em curso um processo de fusão entre os dois melhores blogues jamais criados:
este e
este.
Temos uma ideia de nome: Terras da Glória Nunca Fácil. Mas aceitamos sugestões. Amanhã ocorrerá um almoço decisivo, pelas 13h15, num restaurante do centro de Lisboa. Cumprimentos.
|| JPH, 20:35
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Preto e branco
Vi hoje de manhã, em vídeo, "Preto e Branco", um filme que vai estrear em meados do mês nos cinemas. O realizador chama-se José Carlos Rodrigues, e é também autor do guião, feito a partir de um argumento do escritor Mário de Carvalho. A guerra colonial, o grande trauma nacional da história recente, a par com a descolonização, é retratada num filme belíssimo, cru e comovente, a partir de três personagens atípicas - uma oficial-enfermeira alentejana, um sargento do Exército angolano branco e um guerrilheiro preto estudante de engenharia em Lisboa.
Tive a maior surpresa dos últimos tempos, mas há coisas que não se devem fazer em serviço. Chorar, por exemplo, acachapa-nos numa vulnerabilidade meio trágica meio pateta.
|| asl, 19:38
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Só um adjectivo: gostei!
...de várias coisas que tenho lido na blogosfera mas, em particular, desta, que está
aqui:
"
É com desmedido prazer que anuncio ao mundo a formação do 'Grupo dos Inimigos de Olivença'. As propostas de adesão devem ser enviadas para acausafoimodificada@hotmail.com, e devem incluir, além do nome completo ou incompleto do proponente, um poema original de escárnio e maldizer versando o tema "Olivença".
De entre outros objectivos desta associação, realço:
a) proibir a associação "Grupo dos Amigos de Olivença".
b) deportar para Olivença cada um dos membros do "Grupo dos Amigos de Olivença".
c) propôr à União Europeia a exclusão do território de Olivença dos beneficios consequentes à assinatura do Tratado de Roma, bem como de todos os que se lhe seguiram em complemento.
d) porpôr à ONU a exclusão do território de Olivença da unidade geográfica "Europa", defendendo com fulgor a sua recolocação na unidade geográfica "África".
e) colonizar o referido território.
f) escravizar a sua população.
Todos os membros fundadores do Grupo dos Inimigos de Olivença receberão diariamente um mail a maldizer Olivença e o Grupo dos Amigos de Olivença, e terão disponivel, contra simbólica quantia, t'shirts, bonés, autocolantes, canetas e outros materiais necessários à publicidade desta nobre causa."
|| JPH, 18:22
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Sobre o luto
O tema é arriscado, bem sei. Mas não me importo. Já me senti de luto por pessoas queridas que me morreram. Sentir de luto quer dizer sentir-me muito, muito triste – e durante muito tempo. Quer dizer que um bocado do meu quotidiano (que estava associado a essa pessoa) deixou de fazer sentido – deixou de existir, ficou vazio. Quer dizer que, depois da morte da pessoa querida, não só se cria esse vazio como não se sabe como voltar a preenchê-lo – e às vezes nem se deseja preenchê-lo, por recusa de aceitação da morte. E isto quer a morte tenha surpreendido ou não.
Foi assim que eu me senti de luto, quando isso aconteceu. E portanto não me custa afirmar que eu
não me sinto de luto pela morte de Sérgio Vieira de Mello; nem me sinto de luto (nem nunca senti) pela morte violenta de milhares de pessoas, no Médio Oriente ou em qualquer outra parte do mundo.
Serei um monstro por dizer (e, sobretudo, sentir) isto? Cada um que julgue como quiser, se quiser. O que queria dizer é que recuso lutos social, cultural e politicamente sugeridos, como aquele que li numa frase do
Outro,Eu onde CVM, para explicar “
a réstia de sentido de luto” que o "
impediu de entrar na polémica (…) sobre as causas políticas dos atentados em Jerusalém e Bagdad”, afirmava:
“
Há coisas que é escandaloso discutir com os corpos das vítimas ainda quentes.”
Cada um sente o luto como sente e por quem sente. Admito perfeitamente que CVM o sinta pelas vítimas desses atentados. Mas considero inaceitáveis juízos moralistas que implicitamente me acusam (a mim e a muitos outros) de ser “
escandalosos” ao discutir os referidos os atentados “
com os corpos das vítimas ainda quentes”. É certo que CVM admitia logo a seguir, se bem entendi, que sobre o Médio Oriente não há tempo para não-debater – os atentados sucedem-se uns aos outros e se o “
sentido de luto” implicasse automaticamente o silêncio, seria impossível falar.
Mas, seja como for, a frase que me irritou revela um inegável ímpeto populista, isto é, arrisca-se a fazer caminho. Suscitam, aliás, uma imediata pergunta: quem determina quando é que o debate se pode fazer? Ou seja, e com toda a brutalidade: quem vai tirar a temperatura aos cadáveres para depois autorizar (ou não) o debate?
Aqui, a milhares de quilómetros, a racionalidade é possível. E lá, no Médio Oriente, também, mesmo no meio do maior horror. À morte não se pode seguir o silêncio, nem lá nem aqui. É o outro nome da morte.
|| JPH, 15:44
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Palavras que nunca escrevi – as gírias familiares
Quando, aos domingos, enfiava o nariz pela porta da cozinha entreaberta e perguntava:
- O que é hoje o almoço?
Havia sempre alguém que respondia o que eu já sabia que iria responder:
- Línguas de
perguntador!
E só quando a travessa chegava à mesa é que o mistério se resolvia (e na altura não me passava pela cabeça, nem a mim nem a ninguém da família, que um dia haveria de me tornar mesmo num
perguntador e ganhar a vida disso). Alguém da família trazia a travessa para a mesa, cheirosa e fumegante, e às vezes anunciava, porque sabia que isso me faria sorrir:
- Hoje o almoço é
chassado!
Sendo que
chassado significava peixe assado. Também me lembro da primeira vez em que, um tanto a medo – era míudo e os míudos só estavam autorizados a copos de leite, água e refrigerantes - perguntei se havia café para o pequeno-almoço.
- Não. Há
cafú.
-
Cafú?
- Sim, aquilo não é bem café, é
cafú…
E depois percebi que se tratava apenas de um café de saco muito aguado. Ao almoço já havia café a sério.
|| JPH, 14:00
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segunda-feira, setembro 1
Deixem-nos trabalhar!
O Grupo de Amigos de Olivença descobriu este e-mail. A partir de agora, nada será como dantes.
|| asl, 22:50
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Flashback
Quando
JPP anunciou o fim do Flashback, há cinco dias, fê-lo prometendo que voltaria a falar do assunto. Prometi só voltaria ao assunto depois de JPP o fazer. Por duas razões: o evidente peso do Abrupto na blogosfera; o facto de JPP ser um colaborador histórico da TSF, o que, neste caso, reforçaria o peso da sua opinião.
Esperei e impacientei. Aí vão umas quantas considerações.
1. JPP referiu o Flashback como "
o mais longo programa de debate político em qualquer meio de comunicação social desde o 25 de Abril". Considero que esta é uma boa razão para a actual direcção de informação (DI) acabar com o programa. Não é a melhor razão - mas não deixa de ser uma boa razão.
2. Desconhecem-se as ideias da nova DI para novos (eventuais) programas de debate político na TSF. Por enquanto é impossível afirmar, portanto, que o pluralismo político está em causa na estação.
3. O fim do Flashback, como também o do Grande Júri, é relevante, isso sim, no campo do simbólico. A anterior DI foi forçada a demitir-se; agora vê a sua herança ser enterrada. Confirma-se: está uma refundação em curso. Primeiro destroem-se os símbolos. É sempre assim.
4. Essa refundação coloca-nos (e aos trabalhadores da TSF) perante duas opções: ou a "paixão da rádio"
tout court ou a "paixão da rádio-notícias". Ou a paixão prioritária é só a rádio; ou é a rádio-enquanto-rádio-notícias. Continuo a esperar o pior: que na próxima grelha se diminua ligeiramente o carácter noticioso da rádio. E na outra grelha a seguir isso volte a acontecer. E depois novamente o mesmo. A mínima cedência abre uma porta que dificilmente poderá voltar a ser fechada.
5. Espero, sinceramente, que o debate sobre o fim do Flashback não se torne numa romaria saudosista de homenagem ao programa e a todos os brilhantes talentos que por lá passaram. É o futuro que interessa.
|| JPH, 20:43
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E a gama, Joel?
Joel Neto, do Não Esperem Nada de Mim, fez o favor à blogosfera de alinhar, à medida que se ia lembrando, expressões da Terceira, onde nasceu. Mas acho que ele se esqueceu de uma, divertidíssima: a gama! Gama é a "contracção" terceirense de "chewing gum" e é assim que muitos terceirenses chamam às pastilhas elásticas, por influência dos Estados Unidos. (Quem morou em Moçambique deve lembrar-se da 'chuinga').
|| asl, 19:49
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Alô, alô, Vidigueira...
O título deste "post" é ligeiramente enganador. Pensais V.Exas. que se trata de mais uma laracha. Pois enganai-vos. Serve para vos dar conta de uma notícia da Lusa em que só agora reparei.
"
Lisboa, 30 Ago (Lusa) -
A vida e obra de Bento de Espinosa, filho de um comerciante da comunidade judaico-portuguesa de Amesterdão que viria a ser excomungado pelos sefarditas, está na origem do volume de Steven Nadler que chega em Setembro às livrarias.
Com chancela da Europa-América, "Espinosa - Vida e Obra", galardoado em 2000 com o Koret Jewish Book Award, aborda o percurso e o trabalho intelectual de Espinosa (1632-1677), cujas convicções viriam a motivar o seu afastamento do judaísmo.
Filósofo moral e metafísico, pensador político e religioso, intérprete bíblico e crítico social, Bento de Espinosa lançou novas bases para a ética e a política, tendo defendido a liberdade religiosa e a democracia.
Steven Nadler, doutorado pela Universidade da Columbia, Washington, especializou-se em Filosofia Moderna, Metafísica e Filosofia Hebraica, e é o responsável editorial de diversos jornais filosóficos."
Estejai portanto atentos às bancas. E só um reparo à notícia. Lendo-a pensa-se que a comunidade judaica de Amesterdão excomungou o pai de Espinosa. Errado. O excomungado foi o próprio Espinosa, o filósofo polidor de lentes.
E agora perguntais vós: porquê a referência à Vidigueira? Ora bem, se não sabeis partide à descoberta.
|| JPH, 19:14
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Um esclarecimento sobre "as expressões que um dia usaremos"
A pedido de milhares (direi mesmo mais: milhões!) de famílias, quero aqui esclarecer que as expressões "
faz que posta mas não posta" ou "
não posta nem sai de cima" não são (repito:
não são) dedicadas a este
blogue e ao seu autor. Pelo incómodo causado as nossas desculpas.
|| JPH, 17:43
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O blogue que não saudou a nossa existência
Quando o Glória Fácil nasceu, já lá vão três semanitas, foi saudado por dezenas (direi mesmo mais: dezenas de milhares!) de companheiros blogosféricos. Ficámos satisfeitos, claro. Mas isto (como tudo na vida em geral) tem um reverso da medalha. Alguns ingratos (pouquíssimos, diga-se) ignoraram o nosso nascimento. Um deles é exactamente esse que vocês estão todos a pensar. Sim,
esse mesmo. Mas nós gostamos dele à mesma.
|| JPH, 16:44
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Revolta interior profunda
Eu, que expulsei a solteirona lá de casa no final do Verão de 2001, tento ser, aqui no
Glória Fácil, uma referência de coisas verdadeiramente sérias: a TSF, o Médio Oriente, Deus, etc. Deixei-me aqui acantonar mas não me importo. Por isso pergunto: por que carga de água um quilo de feijão verde custa oito euros ??!! Não vos parece demais??? A mim revolta-me! Só neste país!!!
|| JPH, 15:55
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