...para Ana Sá Lopes (asl), Nuno Simas (ns) e João Pedro Henriques (JPH). Sobre tudo.[Correio para gfacil@gmail.com]
sábado, janeiro 31
SMS
Ele manda-lhe um SMS curto
- Amo-te
Ela telefona:
- O que é que tens? Estás bem? Não pioraste? O que é que se passa? Está tudo bem aí em casa? As miúdas estão fixes? Não estão doentes, nem constipadas? Não voltaste a beber? Tens dormido bem? Vê se comes como deve ser.
|| asl, 18:15
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sexta-feira, janeiro 30
O melhor Inverno em Lisboa
O
Outro Eu chama-lhe maníaco-depressivo. Desconfio bem ser este o mais belo Inverno em Lisboa dos últimos anos: chuva torrencial intercalada com luz estonteante, um dia após o outro, uma outra rajada, temperatura amena, bátegas à noite quando são precisas.
E Angra, como estará hoje a inigualável (quando aparece) luz de Angra?
|| asl, 15:51
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Já imaginaram mesmo?
O
Mar Salgado era uma bela nau, polémica, provocatória às vezes, mas uma bela nau. Cedeu, recentemente, à extrema-direita, ao recrutar um marinheiro, de seu nome Vasco Lobo Xavier, que hoje escreveu o seguinte:
"É preciso ser-se um bocadinho mais do que um simples Jorge Sampaio para ofender a memória ou a personalidade de pessoas com a grandeza pessoal e científica de Adriano Moreira, Franco Nogueira, Bissaya Barreto, Duarte Pacheco, Antunes Varela, Mário Júlio de Almeida Costa, Afonso Queiró, José Hermano Saraiva, Inocêncio Galvão Teles, Soares Martinez, os próprios Sá Carneiro, Pinto Balsemão, João Bosco de Mota Amaral, José Luís Nogueira de Brito, João Salgueiro, Veiga Simão, ou mesmo Oliveira Salazar e Marcello Caetano. Repiso, independentemente de políticas, já imaginaram pessoas desta categoria a liderarem hoje os destinos do país?"....
Já imaginaram, mesmo, pessoas com a categoria de Oliveira Salazar a liderarem hoje os destinos do país (independentemente das políticas, claro)?. O P.C. responde a seguir - e nada disto valeria a pena ser levado a sério se este 'post' não fosse, simplesmente, a face de uma certa direita que está hoje no poder em Portugal.
|| asl, 15:18
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Ir ali prender o Saddam e vir
Se os americanos, os britânicos e os seus pagens tivessem dito que iriam ali prender o Saddam e já vinham, tinham o apoio de toda a esquerda, que se emocionou furiosamente no dia da captura do homem no buraco. Agora, a história das armas perturbou a relação. Mas eles, good boys, dão a outra face. Talvez tudo esteja bem, ao fim de contas.
|| asl, 11:49
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quinta-feira, janeiro 29
O
JMF escreveu um texto, intitulado "A glória fácil de JPP", no qual enumera uma "sucessão de factos". Limitou-se a "registar", optando por "resistir" a apontar raciocínios sobre o assunto. Não deixou, porém, de fazer uma acusação implícita.
Caro JMF, não resista e explique os seus "juízos". As insinuações só desprestigiam quem as faz.
|| Anônimo, 18:30
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Cardoso
Buscar o rapaz à escola.
- Tchau Cardoso.
Há dias em que se estranha mais, outros que se estranha menos, olhar assim, da porta do colégio, para a transformação do bébé no Cardoso.
|| asl, 17:54
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Sismo na Graciosa
Sismo na ilha Graciosa, ontem, 4 a 5 graus na escala de Mercalli, que tem 12. Ao lugar mais pacificador do mundo o Grande Arquitecto destinou abalos cíclicos, numa improvável correlação.
|| asl, 13:59
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Ir à tropa
É sempre a mesma coisa: um homem diz que foi à tropa e aparecem logo não-sei-quantos a dizer o mesmo, e começam a contar histórias. Já vi isto dezenas de vezes - mas não me queixo, note-se. E tem sempre a sua graça ver as caras de enjoados dos outros ao lado. Para mim aquilo foi um banho de realidade. Foi lá que me comecei a aperceber do país em que vivo - o país todo, de Vila Real de Santo António a Lagoaça. Eis dois mails que recebemos sobre o assunto:
"
Então e eu: voluntário aos 17 anos, recruta na BA3 (Tancos), curso de Controlador Aéreo na BA2 (Ota) e voluntário para a BA4 (Lajes) durante a I Guerra do Golfo, 4 anitos de peluda a dar sangue pela pátria (mas sem me ressentir muito da hemorragia).
Alex"
"
Também eu tive de ir à tropa. Também eu me diverti, o que pude, apesar de detestar aquela porcaria. Fora 15 meses, entre 89 e 90; nada das mariquices dos 4 meses, que não chegam a estragar nem um bocado da vida de um gajo. Quatro meses de recruta e 11 no Funchal, ao serviço do Centro de Gestão Financeira. Por mim, acabava-se já o SMO e profissionalizava-se a instituição, a ver se passavamos a ter militares mais cultos em vez dos chamados "chicos" de conveniência."
CC
Só duas notinhas
1. A defesa do SMO não é incompatível com a defesa de um sistema de voluntariado competente, para evitar, precisamente, os tais "chicos de conveniência". Com a situação actual de nem carne nem peixe é que não me parece que se vá a algum lado.
2. Não me vou dar ao trabalho de traduzir expressões como "peluda" e "chicos". São coisas cá entre
brothers in arms.
|| JPH, 13:32
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Camionetas
Faço parte do clube dos incapazes do volante. Por conseguinte e amiúde, sou cliente da Rede Nacional de Expressos, que tem ali a garagem central ao Arco do Cego.
Já foi pior: há 15 anos, os níveis de derivados de carbono na monstruosa garagem da R. Casal Ribeiro eram exasperantes. Pelo menos, no Arco do Cego, as camionetas apanham ar livre.
As estações de comboios têm encantos unanimente aclamados; os aeroportos são lugares de simpáticos consensos. Nos terminais dos "expressos" e carreiras não há lirismo possível.
O meu "id" terceiro-mundista ajuda-me a suportar razoavelmente bem estes sucessos: uma amiga menos dada à contra-cultura chunga desistiu aqui há dias de uma viagem, à boca da bilheteira, por lhe parecem os cenários móvel e imóvel muito deprimentes.
Eu dou-me por feliz quando não há pastilhas elásticas mastigadas coladinhas no banco da frente. Mas há, muitas vezes. Fecho os olhos e adormeço.
Antonio Muñoz Molina escreve, em "Nada do Outro Mundo":
"Quase todas as pessoas que conheço viajam sempre de carro, por isso talvez eu seja um dos poucos membros da minha geração que, por causa das estações de camionetas, mergulham regularmente, não na memória do passado, mas na sua realidade intacta e miserável. Continuar a viajar de camioneta de carreira aos trinta e oito anos é como não se ter libertado ainda da vida sebenta de bolseiro (...)".
So do I.
|| asl, 13:14
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terça-feira, janeiro 27
Saudações...
ao FNV, do
Mar Salgado, não pela razão que ele pensa (
but thanks any way) mas por outra: fez a tropa. Eu também. E na maior parte do tempo diverti-me que nem um doido. Parece-me que na nossa geração blogosférica somos poucos os que por lá andamos. Além do mais, fica sempre bem um certo desprezo intelectual pelo "ir à tropa". Eu sou pelo Serviço Militar Obrigatório (SMO). Acho que, hoje em dia, já só o PCP é que o defende. Bem, e o Governo também - mas a contragosto porque não tem dinheiro para pagar um serviço militar inteiramente profissionalizado. Talvez um dia volte ao assunto.
|| JPH, 22:41
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Novo mail de "Oscar Mascarenhas" (conclusão)
Como já aqui anunciei, o alegado "Oscar Mascarenhas" enviou-me novo mail. Desta vez não me tentou impor a sua publicação na íntegra. Pelo que aí vai ela:
"
Peço desculpa por te ter escrito. Não voltará a acontecer. Mas ainda mais desculpas peço a mim próprio por te ter escrito. Afinal, devia ter percebido que não desceste muito baixo: apenas não conseguiste subir à altura dos homens. Passa bem.
Oscar Mascarenhas"
Fiquei sem palavras. O mesmo já não posso dizer da canzoada aqui à minha volta que também leu o
mail. Eis a síntese possível dos comentários que lhes ouvi: "
Bravo! Bravo! Bis! Bis!" - e por aí adiante.
|| JPH, 16:08
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Serviço público (Inquérito Hutton)
Amanhã e nos próximos tempos será muito importante consultar este
site. Deus queira que não entupa.
|| JPH, 15:38
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Burma II
O Invierno em Lisboa vai ser reeditado em breve pela Editorial Notícias (acho que é já para o próximo mês).
Continuação intercalada:
Vio sucias tabernas de marineros y portales de pensiones o indudables prostíbulos. Como si descendiera por un pozo, notaba que el aire se iba haciendo más espeso: veía más bares e más rostros, máscaras oscuras, ojos rasgados, de pupilas frías, facciones pálidas e inmóviles en zaguanes de bombillas rojas, párpados azules, que se curvaban para llarmarlo desde las esquinas, desde los umbrales de clubes con puertas acolchadas y cortinas de terciopelo púrpura, bajo los letreros luminosos que se encendían e apagaban aunque todavía no era de noche, apeteciendo su llegada, anunciándola.
Nombres de ciudades o de países, de puertos, de regiones lejanas, de películas, nombres que fosforecían desconocidos e incitantes como las luces de una ciudad contemplada desde un avión nocturno, agrupadas como en floraciones de coral o cristales de hielo. Texas, leyó, Hamburgo, palabras rojas y azules, amarillas, violeta lívido, delgados trazos de neón, Asia, Jacarta, Mogambo, Goa, cada uno de los bares y de las mujeres se ofrecía bajo una advocación corrompida y sagrada, y él caminaba como recorriendo con el dedo índice los mapamundis de su imaginación y su memoria, del antiguo instinto de miedo y perdición que siempre había reconocido en esos nombres. (...)
Vio entonces aquella palabra iluminada, en la última esquina, la luz azul temblando como si fuera apagarse, alta en la oscuridad como un faro, como las luces sobre el último puente de San Sebastián. Por un instante no la vio, luego hubo rápidos fogonazos azules, por fin se fueron iluminando una a una las letras suspendidas sobre la calle, formando un nombre, una llamada, Burma.
|| asl, 15:36
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Burma
Saí de casa sem "El Invierno em Lisboa". Mas M., que em plena rua Nova do Carvalho tinha feito a solene promessa de reler o livro, trouxe-o hoje. Graças a ele, passo a citar:
Aún era de dia, pero las luces empezaban a encenderse en la alta penumbra húmeda de los soportales. Biralbo cruzó bajo un arco com alegorías e escudos y en seguida se perdió por calles que no estaba seguro de haber visitado antes. Pero eso le ocurría siempre en Lisboa: no acertaba a distinguir entre el desconocimiento y el recuerdo. Eran calles más estrechas e oscuras, pobladas de hondos almacenes y densos olores portuarios. Caminó por una plaza grande e helada como un sarcófago de mármol en el que brillaban sobre el pavimento los raíles curvados de los transvias, por una calle en que no había una sola puerta, sólo un largo muro ocre con ventanas enrejadas. Entró en un callejón como un túnel que olía a sótano y a sacos de café e caminó más aprisa al oír a su espalda los pasos de otro hombre."
(Há-de continuar)
|| asl, 15:19
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Novo mail de "Oscar Mascarenhas"
Recebi novo
mail do alegado "
Oscar Mascarenhas" (digo alegado porque depois do
caso Anabela Mota Ribeiro nunca se sabe). Desta vez ele não "ordenou" a sua publicação "na íntegra", pelo que ela vai acontecer. Até já.
|| JPH, 14:06
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segunda-feira, janeiro 26
"Amor barato"
O Filipe Moura, dos
Estrangeiros no Momento acabou de mandar um mail com uma correcção importante: o "Amor Barato", do Chico Buarque não é do "Vida", como eu escrevi, mas do "Almanaque". Vida, minha vida, olha o que é que eu fiz! Obrigada, Filipe, pelo seu mail e pelas felicidades.
|| asl, 17:53
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Sacrifício
Ó
Luís, tu que existes explica lá melhor aquele "link" para o Glória Fácil. De que sacrifício hablas, hombre?
|| asl, 17:46
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Existências
Eu fico contente de saber que o
Luís é o
Luís, que a
Sofia é a
Sofia. Sempre é uma certeza. Aqui o JPH é JPH, a MJO é a MJO. Do Nuno Simas, como toda a gente sabe, subsistem dúvidas. Eu tenho dias, uns eu, outros outra. Nos moralistas da treta confio pouco.
|| asl, 17:34
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Estime este espaço
As Amoreiras - o centro comercial - tornou-se património histórico da cidade. Depois do irromper de outros monstros do comércio, as Amoreiras acabaram por ficar com a "patine" da antiguidade possível. Eu gosto das Amoreiras. É hoje um sítio razoavelmente transitável, há lugar nos cafés mesmo na hora de ponta do domingo à tarde, e o tempo deu-lhe aquilo que muitas vezes dá que um "equipamento urbano" dá ao cidadão: uma reconfortante familiariedade com a terra. Eu lembro-me de não gostar das Amoreiras (do centro comercial, porque do projecto do Taveira gostei sempre).
Agora, ainda estou perplexa com a mensagem à entrada da casa de banho: "Estime este espaço". Eu estimo as Amoreiras, mas, no caso "daquele espaço", concretamente, que fazer?
|| asl, 17:19
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"O amor acontece"
Só ontem vi "O Amor Acontece", do qual esperava bem menos do que acabou por ser. O filme, o Hugh Grant, o Colin Firth e o Liam Nelson estão óptimos. Há cenas de verdadeira antologia, como aquelas dos duplos das cenas de sexo. Agora, o retrato dos portugueses sai direitinho do pior Vasco Santana. A mim lembraram-me as imagens dos saxões emborrachados nos filmes sobre os tempos do Rei Artur. É totalmente inverosímil que a personagem de Lúcia Moniz não soubesse uma palavra de inglês. Mas, enfim, tirando a machadada no orgulho pátrio, é um programa excelente para o domingo ao fim da tarde.
|| asl, 17:09
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Ainda e sempre o Tokyo
N. tem 27 anos e protesta contra esta classificação ortodoxa, segundo a qual o Tokyo só é bem percebido pela "cotagem". Faço uma revisão de posição: aquele 'post' foi excessivamente nostálgico-prematuro. A bem dizer, o Tokyo é meu, é teu e de quem o apanhar.
(Infelizmente, não tenho aqui El Invierno em Lisboa, para torturar os leitores com uns descrições do Molina sobre a rua Nova do Carvalho. Mas prometo não desistir. May be tomorrow.)
|| asl, 17:03
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Resposta a um mail de um certo "Oscar Mascarenhas"
Alguém que se apresenta como chamando “
Oscar Mascarenhas” escreveu-me um mail sobre o "caso Anabela Mota Ribeiro” (AMR) pensando que eu sou mesmo o JPH que ele conhece, o que não confirmo nem desminto.
O alegado “
Oscar Mascarenhas” zurze-me violentamente (“
desceste muito baixo”, escreveu-me ele) por ter “
participado” e mesmo “
instigado” o “
apedrajamento miserável” da Anabela Mota Ribeiro, recorrendo a “
sinuosidades retóricas de seminarista em treino para padreca safado”.
Até garante que quando eu escrevi o “apelo desesperado” (ler uns ‘posts’ abaixo) já sabia, com toda a certeza, que a
Possibilidade do Sentir não era da AMR. Este "
Oscar" não está, obviamente, em condições de garantir seja o que for sobre o que eu sabia ou não. A isto chama-se processo de intenção. Ou então, tentanto eu imitar a retórica oscariana (que conheço bem), uma carapauzisse de corrida.
Não sei se este “
Oscar Mascarenhas” é o mesmo com quem em tempos trabalhei no Diário de Notícias. Percebi, pelo conteúdo do mail, que é alguém apostado em dar cabo dos encantos e riscos da blogosfera. Isto porque defende a sua subordinação a “
códigos de ética e de autenticidade” para que continue a ser – reparem agora neste insuportável esquerdalhês - “
um espaço de dignidade e de cidadania”.
O
mail deste
so called “
Oscar Mascarenhas” acaba com uma esperteza saloia (o que, aliás, me faz pensar que se este “
Oscar” não é o verdadeiro é pelo menos uma imitação muito boa). Passo a citar: “
É escusado dizer-te que não tenho a mínima dúvida de que publicarás, na íntegra, este meu protesto lá no teu blogue.” Tivesse ele evitado esta “
sinuosidade retórica de seminarista em treino para padreca safado” até lhe teria publicado, na íntegra, o dito “protesto”. Assim não.
Mas esta intimação prova que este “
Oscar” de blogosfera não percebe nada. Quem quer escrever “protestos” pode obviamente dirigir-se a quem lhe deu motivo para isso. Quem os recebe pode ou não publicá-lo. Mas quem os escreve também pode fazer o seu próprio blog e escrevê-los lá. Ou seja: o protesto é publicado à mesma, quer o blog-alvo queira quer não queira. É assim que aqui funciona – muito bem, por sinal - o direito de resposta.
Capicce?
É isso, portanto, que te sugiro, meu caro “
Oscar”: cria um blog e escreve lá os teus desabafos. Eu até já vi um que se apresenta como sendo teu. Mas, à cautela, não digo onde está, para que não me possas acusar de novo de alinhar em operações “
canalhas” e “
anónimas” de destruição de carácter.
Um abraço do JPH
|| JPH, 14:54
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domingo, janeiro 25
A redenção da PIDE por Pacheco Pereira
Pacheco Pereira reagiu hoje ao destaque do PÚBLICO sobre o Tarrafal escrevendo um comentário que coloca em causa os reais métodos de tortura utilizados pela PIDE.
Apesar da bibliografia utilizada para o trabalho ter sido igualmente publicada, Pacheco Pereira parece desprezar a investigação histórica, preferindo considerar os factos como inverosímeis.
Perante este absurdo e presunçoso comentário resta-me dizer o seguinte: ou se trata de ignorância ou pura provocação.
|| Anônimo, 17:41
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sábado, janeiro 24
Proibido a menores de 30?
A "cotagem" começa aos 30 anos, escreve a ASL, e só a partir dessa idade é que se entende a "Tokyonostalgia". Está explicado o fascínio pelo bar-discoteca do Cais do Sodré e o meu "enfado" em torno da nostalgia que a ASL e o JPH destilaram para aqui.
Ó Ana, eu até quero quebrar o "generation gap", mas achas que me deixam entrar no Tokyo?
|| Anônimo, 20:39
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Amis/Bellow
Aconselho uma corrida ao quiosque mais próximo e a compra do "El País". Porquê?
Martin Amis escreve sobre Saul Bellow e Antonio Monda entrevistou o autor de "Ravelstein".
Não é preciso escrever mais nada, pois não?
|| Anônimo, 13:02
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Marte
A coisa começa a compor-se para eu um dia ir viver para Marte. Já encontraram gelo. É um começo. A botelha levo daqui. E os copos também.
|| JPH, 00:02
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sexta-feira, janeiro 23
Amor barato
Aqui vai metade do "Amor Barato", do Chico Buarque de Hollanda, do álbum Vida, de 1981
Eu queria ser
Um tipo de compositor
Capaz de cantar nosso amor
Barato
Um tipo de amor
Que é de esfarrapar e cerzir
Que é de comer e cuspir
No prato
Mas levo esse amor
Com o zelo de quem leva o andor
Eu velo pelo meu amor
Que sonha
Que enfim, nosso amor
Também pode ter seu valor
Também é um tipo de flor
Que nem outro tipo de flor
Dum tipo que tem
Que não deve nada a ninguém
Que dá mais que maria-sem-vergonha
|| asl, 23:49
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Tokyonostalgia
A MJO enfadou-se com dois ou três pobres postes que eu e JPH aqui afixámos a propósito do Tokyo, e de uma noite simpática que por lá passámos esta semana. Há nisto - não necessariamente dor de cotovelo por não ter lá estado - um claro 'generation gap'.
A cotagem (expressão que deriva de cota e me foi comunicada pelo meu filho) começa aos trinta anos (segundo a mesma fonte). Ora, tenho para mim que só a cotagem percebe o Tokyo. Topas, MJO?
|| asl, 22:58
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A alma e a gente
Eu, como o JPH, também não tenho opinião sobre A Dois, ou a 2:, ou lá o que é. Não vi. Ainda não vi. Mas, hoje, num relance sobre a programação do dia, saltam à vista programas chamados "Entre nós", "Causas Comuns", "Magazine" e, mais expressivo, "A alma e a gente". Dada a telenostalgias, senti a falta do TV Rural, do TV Palco, do Vamos jogar no Totobola, e, num registo mais de realismo socialista, do Escrever é Lutar.
|| asl, 22:42
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Alerta, alerta, alerta!
Em velocidade recorde, o
Carlos Vaz Marques respondeu ao meu apelo (ler 'post' abaixo). Obrigado, obrigado, obrigado! Deus existe! Aleluia!
|| JPH, 16:14
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Um homem e as suas ilusões (um apelo desesperado)
CARTA ABERTA A ANABELA MOTA RIBEIRO
Cara Anabela
A revelação de que há um blog que se apresenta como seu, chamado
Possibilidade do Sentir, foi, sem dúvida, o acontecimento blogosférico da semana, para não dizer do mês, ou mesmo (para já) do ano. Para ter a noção do vergonhoso regabofe em curso basta ir ao
Technorati, que agora até tem uma versão que funciona. Digo-lhe, com esta memória de séculos que me tortura, que só vi semelhante excitação quando nasceu aquele blog sobre o processo Casa Pia de nome impronunciável.
Bem, serve este piqueno intróito para lhe dizer, com toda a sinceridade do mundo, que aprecio muito o seu trabalho. Ou melhor: sempre gostei bastante de ler as suas entrevistas no DNA do "Diário de Notícias". Falo muito a sério. Não me pergunte porquê - levava-me muito tempo a explicar e portanto o melhor é resumir o elogio num sentido "enfim, gosto" e ponto final.
Quanto ao seu trabalho na 2: (ou
2; ou
2! ou
2... ou
2? ou lá como aquilo se chama), permita-me que não comente. Eu e aquele moço conhecido por Emplastro somos os únicos dois portugueses ainda sem uma opinião formada sobre o "novo" canal, pelo que não me levará a mal que não diga nada.
Adiante. Queria apenas dizer-lhe que gosto do seu trabalho, pelo menos daquele que conheço. Ou seja, criei uma imagem sua, simpática por sinal. E, como a Anabela bem sabe, um homem é ele e as suas ilusões. É óbvio que não podemos viver
só de ilusões mas temos que manter uma margem mínima, não acha?
Ora acontece que o blog que lhe é atribuído representa um terramoto de grau 85 (escala de Richter) na imagem que eu tinha de si. De há uns dias para cá que não penso noutra coisa. A vida tornou-se-me muito desconfortável, garanto-lhe. Deste desconforto nasce esta carta aberta - que é, como o título indica, um apelo desesperado.
Como esta carta já vai longa (pelo menos na lógica blogosférica) revelo-lhe, de imediato, o apelo:
garanta-me que aquele blog não é seu!Nem que esteja a mentir, isso não me interessa nada! Eu prefiro essa pequena mentira à dor de saber que a Anabela passa noite a "ler" a Odisseia em grego (apesar de desconhecer a língua) ou que discute com a Bárbara Guimarães a "
maternidade como materialização da essência do "ser-se mulher" traduzida de forma tão sublime num par de ovários, em alguns centímetros de trompa e num útero sempre tão ensimesmado", para já não falar do
episódio Malkovich.
Aquilo, a Possibilidade do Sentir, parece-me uma cruel caricatura de si. Safe-se a tempo: diga que foi um brincalhão, que não tem nada a ver com a coisa. Depois, se quiser, comece tudo de novo. Peça a alguém da sua confiança que lhe faça um blog. E que lho escreva.
(Ainda) com consideração
João Pedro Henriques
|| JPH, 12:06
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quinta-feira, janeiro 22
Para mudar radicalmente de assunto...
O
Zé Mário escreveu hoje no "Diário de Notícias" um belo texto sobre "Os sete loucos", do Roberto Arlt (1900-1942).
O livro está editado pela Cavalo de Ferro (é a primeira tradução em português do livro e a estreia do autor argentino em Portugal) e foi um dos melhores títulos lançados no final do ano passado.
|| Anônimo, 21:50
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já chega
Posso saber quando é que acaba esta odisseia sobre o Tokyo e o Cais do Sodré???
|| Anônimo, 21:40
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O Inverno em Lisboa
Este livro do Munoz Molina tem descrições fabulosas de uma das ruas mais míticas de Lisboa - a rua Nova do Carvalho, no Cais do Sodré - onde metade dos elementos deste blogue, acompanhados por uns quantos outros-sem-blogue se deslocaram na terça-feira à noite. É a rua onde fica o Tokyo e o Jamaica (frequentáveis) e o Europa e o Copenhaga e etc. e o bar que Molina inventou para o homem que vem passar o inverno a Lisboa. M. saiu da rua Nova do Carvalho cheio de vontade de reler o livro. Pelo sim, pelo não, vou por lá passar os olhos antes de dormir. Já nem me lembro do nome do bar de Molina.
|| asl, 00:01
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quarta-feira, janeiro 21
O Tokyo, senhores...
JPH, proponho a eleição do Tokyo como a discoteca oficial do Glória Fácil - sendo que "Os Bichos" já me parecem ser o restaurante oficial deste blogue. Relativamente às T-shirts oficiais, escolhe tu.
Eu ainda estou a cantarolar
Come on Eileen to L.A.
Come on
e a Vida Malvada
(Este blogue está cada vez mais um brinquedo mas eu gosto dele assim. Guardemos a
gravitas para outras sessões)
|| asl, 18:01
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Tokyo
Sim, tens razão Ana: "O Tokyo senhores, o Tokyo..."
Eu venho sempre de lá tão alegre e bem disposto que, nos dias seguintes, passo o tempo a cantarolar isto (tentem adivinhar a música)
I'm a looser baby
So why don't you kill me?
|| JPH, 16:07
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terça-feira, janeiro 20
Exclusivo Lux: Tchizé explica tudo
Lux - Perante as imagens e perante o que foi dito, a conclusão que se tira
é que foi, de facto, um casamento de ostentação?
Tchizé dos Santos - Muitas vezes o bom gosto é confundido com opulência e
com arrogância. Hoje qualquer pessoa pode ir à Zara e ficar mais bonita
que outra que vista Chanel. Quando as pessoas têm bom gosto e têm prazer
em viver podem criar coisas maravilhosas que passam por eventos magníficos
de um milhão de dólares. De resto, já é a segunda vez , que alguém diz que
um evento de minha iniciativa custou um milhão de dólares. Ainda bem que
tenho criatividade e ideias de um milhão de dólares para cima sem os
gastar.
Lux - Foi um casamento pago com o dinheiro do Estado?
T.S. - A Júlia Pinheiro escreveu que Angola é um país onde os governantes
se servem do Estado. Não é assim. O meu pai é um homem que serve o seu
Estado e que o faz com sabedoria e fidelidade. É realmente muito
complicado ver o seu nome envolvido em mentiras. Ver-se criticado por
pessoas que desconhecem a sua trajectória intelectual, os seus valores
morais e éticos. Pessoas que desconhecem como é pacífico e moderado. Que
desconhecem a sua simplicidade e a sua capacidade de trabalho.
Lux - E afinal quem pagou o casamento?
T.S. - O conceito de família em Angola é diferente do português. Em
Portugal cada família tem em média dois filhos. Só a minha família materna
até ao segundo grau são 150 pessoas, a paterna outras 150. Mais os
convidados do noivo e família, os amigos, colegas da faculdade... Não é
difícil perceber que vão ao casamento seiscentas e tal pessoas. Lá, é a
família que paga o casamento. Toda a família trabalha, têm os seus
negócios... Acho que uma família de 300 pessoas paga bem um casamento...
Além disso, eu e o meu marido temos re ndimentos, também trabalhamos. Não
estamos em casa a olhar para o céu. Depois há a minha mãe, uma consultora
extraordinária, uma mulher brilhante, que sempre me disse que se o meu pai
não fosse quem era e se eu não tivesse tanta preocupação em zelar pela
imagem dele, ela me fazia um casamento de sete dias, com o melhor
possível... Porque é uma mulher que trabalhou a vida toda e só tem uma
filha. Aí é que iam ver o casamento que eu ia ter.
Lux - É inevitável que se pense como é possível fazer um casamento
daqueles com a situação em que o país se encontra...
T.S. - É verdade, há pessoas com muitas dificuldades. Mas, se ao invés de
procurarmos e inventarmos falhas na sociedade e na economia angolana,
enfatizássemos o facto de Angola ser uma economia em franca expansão, com
empresários capazes e um país excelente para fazer investimentos, talvez a
miséria acabasse mais depressa. Claro que há muita coisa por mudar, mas
Angola precisa de receber investimentos. Tivémos uma guerra longa, tivémos
de defender a nossa soberania... Mas agora temos uma paz para ficar.
Lux - E os presentes que recebeu?
T.S. - Foi referido que nos poderia ter sido oferecido de presente um poço
de petróleo, ou alguma concessão para explorar alguma riqueza angolana. A
afirmação é uma barbaridade. Não se oferece de presente a capacidade de
gerir o negócio, nem de explorar riquezas.
Lux - Os angolanos reagiram ao seu casamento da mesma forma que os
portugueses?
T.S. - Lá o meu casamento foi considerado simples e elegante. A minha mãe
é uma pessoa muito conhecida em Angola e as pessoas estavam à espera que
ela fosse fazer o casamento do século. As pessoas apreciaram ter sido um
casamento sem e xageros.
Mas estes jornais e revistas são lidos em Angola e agora passaram a achar
que levei uma coroa de diamantes. O que não é verdade. Podia ter levado,
como muitas noivas em Angola, mas não levei. A tiara que levei na cabeça
não é de diamantes. Foi-me oferecida como complemento do vestido pelo
costureiro Augustus. Houve joalharias que quiseram emprestar-me peças
caras e eu não aceitei. Quando fechei os olhos e imaginei o meu casamento
não idealizei uma coroa de diamantes. Imaginei um vestido sóbrio e
elegante. Foi o que aconteceu. A mantilha foi feita por uma pessoa que me
é muito querida e o Augustus desenhou o vestido e pôs-me a tiara na
cabeça. Eu olhei para o espelho e achei tudo maravilhoso e lá fui casar
feliz da vida.
Lux - Depois houve ainda a questão dos convidados que chegaram de fora...
T.S. - Fiquei surpreendida com as pessoas que foram do estrangeiro. Todas
elas pagaram as suas despesas. Ninguém custeou as despesas da família do
noivo. O meu pai fez questão de referir que o casamento ia ser pago pela
família e todas as extravagâncias que eu quisesse seriam da minha
responsabilidade.
Lux - Quanto custou o casamento?
T.S. - É obvio que não vou responder. É uma questão particular das nossas
famílias. Mas é claro que uma família do tamanho da minha pode pagar um
casamento assim. E nenhum deles recorreu a verbas públicas para isso. Foi
o dia mais feliz da minha vida e não mudava nada naquele casamento.
|| asl, 21:52
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Não havia necessidade...
Eis que chegou à blogosfera Anabela Mota Ribeiro. Pelo menos, há um
blogue que se apresenta como sendo da sua autoria. Seguem-se alguns excertos dos posts inaugurais. Comentários para quê?
[sobre o canal 2]: “
Lá estarei para dar o meu contributo em prol da transformação deste país em que vivemos no pólo de cultura que nós, os que lêem, discutem, se maravilham com as artes e se preocupam reflectindo, merecemos”.
“
Passei a noite a ler a "Odisseia" de Homero na versão original em grego. Apesar de ser uma língua que desconheço de todo, foi uma experiência emocionante. Os traços retorcidos do alfabeto helénico são testemunho de milénios de história da civilização de que somos filhos. Dá que pensar”
“
Encontrei-me com a Bárbara Guimarães que, como é sabido, está grávida. Pelo meio da conversa costumeira, discutimos a maternidade como materialização da essência do "ser-se mulher" traduzida de forma tão sublime num par de ovários, em alguns centímetros de trompa e num útero sempre tão ensimesmado. A natureza arranja sempre maneira de nos deslumbrar com os mais ínfimos pormenores”.
|| Anônimo, 21:09
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TSF - As últimas audiências (II)
A síntese possível das últimas audiências da TSF disponíveis (último trimestre de 2003) estão resumidas na
Telefonia Virtual:
"
A TSF sobe a nível nacional (+0,1 por cento), mas perde nas grande cidades: Lisboa (-0,6 por cento) e Porto (-0,3 por cento)."
Desconheço se a nova direcção de informação da estação está, com estes números, ou muito feliz ou muito infeliz ou nem uma coisa nem outra (ou ambas, em dependendo da companhia). Não alinho em processos de intenções.
Limito-me a uma observação factual: a subida nacional é mínima; a descida em Lisboa é grande; a descida no Porto é média.
E assim pergunto: foi para isto que mudaram a rádio como mudaram? Era para se chegar aqui? Isto é um bom ponto de partida para o sítio onde se quer chegar? E, já agora, onde pretendem exactamente chegar?
Por mim, continuo na minha. Há alguns meses escrevi aqui, entre várias outras coisas, que o objectivo da OPA rangelista sobre a TSF era torná-la vendível para um qualquer "
empresário pop". A expressão foi exactamente essa: "
empresário pop".
A nova identidade sonora da rádio - ditada pela execrável play-list em vigor - confirma esta minha forte suspeita. A TSF está-se a pôr madura para este negócio. E nessa altura duas coisas acontecerão:
1. Não-sei-quantos jornalistas serão postos no desemprego (recordam-se do que aconteceu na Rádio Comercial?).
2. O Governo (seja ele qual for) ficará muito feliz porque quanto menos informação melhor. Aliás, já deve estar a esfregar as mãos porque a perda de influência da TSF ocorre, justamente, nos principais meios urbanos, que são aqueles onde se concentra o grosso do eleitorado.
Entretanto, assobiemos despreocupadamente para o ar. Sobretudo os jornalistas que acham que a questão da play-list da TSF não lhes diz respeito porque não é uma
questão editorial. A TSF ainda assume, pelo menos oficialmente, o estatuto de rádio de informação ("TSF-Rádio Notícias"). E, sendo assim, tudo o que vai para o ar (notícias, música, publicidade) diz respeito a quem tem responsabilidades de vigilância editorial. A ver vamos, como diz o cego.
PS - E só mais uma coisinha: é de notar que estas audiências surgem na sequência de uma enorme campanha publicitária de promoção da "nova" TSF e ainda de outros factos que lhe deram muita publicidade, como por exemplo o rapto de Carlos Raleiras no Iraque. Com isto tudo era de esperar um bocadinho mais. Ou não?
|| JPH, 17:01
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TSF - As últimas audiências
Assim que possível será produzido um 'post' sobre as audiências da TSF no último trimestre de 2003 - que são as primeiras da nova direcção de informação. Os números estão
aqui.
|| JPH, 13:12
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segunda-feira, janeiro 19
Ânimo doirado
A malta agradece o ânimo a quem
o anima! Apesar de o
o JPH ter tabloidizado um bocadinho aqui o Glória Fácil - é ver as ligeiras mudanças de template para encher o olho, é ver algumas referências dispensáveis à vida particular de alguns membros do blogue - registamos a feliz contemplação do ânimo de ouro 2003. Colaço, proponho que faças tantas atribuições de ânimos de ouro por ano quanto as sessões solenes e ditirâmbicas da justiça portuguesa. Um bem-haja.
|| asl, 23:32
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s/ título
já dou por mim a sonhar com "uma casa no campo", como a Elis.
|| Anônimo, 22:44
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Acção popular
Lusa - O ministro das Obras Públicas foi hoje vaiado por populares de Negrelos (Santo Tirso), que protestavam por o nome da localidade ter sido eliminado na indicação da estação de comboios, que agora apenas se chama Vila das Aves.
Na viagem inaugural da renovada Linha de Guimarães, que liga esta cidade ao Porto, populares de S. Tomé de Negrelos juntaram-se perto na via férrea empunhando cartazes com frases de protesto pela alteração do nome da estação.
Esta atitude de protesto havia já sido assumida ao início da tarde, quando o ministro Carmona Rodrigues, acompanhado dos governadores civis de Braga e do Porto e dos responsáveis da CP e da Refer, inaugurou a nova estação de Guimarães.
Nessa altura, alguns cidadãos de Negrelos classificaram como "traição" a mudança de nome, tendo o presidente da junta, Henrique Pinheiro Machado, entregue um documento de protesto aos jornalistas.
Neste, a decisão governamental é classificada como "uma humilhação" imposta a S. Tomé de Negrelos.
"A população da vila está entristecida, magoada e revoltada com a decisão de retirar à Estação de Vila das Aves-Negrelos o seu nome originário e que sempre ali esteve durante 120 anos", refere o documento.
Em declarações à Lusa, o autarca disse que os órgãos autárquicos da freguesia se reunirão hoje à noite para analisar a questão e adiantou que dela poderá sair a demissão conjunta e o boicote às próximas eleições locais.
Mas enquanto os populares de Negrelos se mostraram contra a supressão do nome da aldeia na indicação da estação de comboios, os de Vila das Aves manifestaram-se satisfeitos com a decisão.
À chegada à Vila das Aves, Carmona Rodrigues foi recebido com aplausos pela população na estação local, tendo saído do comboio para cumprimentar os presentes.
|| asl, 18:09
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Ter saudade mas não muita
Iracema voou (Chico Buarque, 1998)
Iracema voou
Para a América
Leva roupa de lã
E anda lépida
Vê um filme de quando em vez
Não domina o idioma inglês
Lava chão numa casa de chá
Tem saído ao luar
Com um mímico
Ambiciona estudar
Canto lírico
Não dá mole pra polícia
Se puder, vai ficando por lá
Tem saudade do Ceará
Mas não muita
Uns dias, afoita
Me liga a cobrar:
-- É Iracema da América
|| asl, 17:48
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A nostalgia é como as cerejas
Ou é do meu conservadorismo atávico, ou de outra coisa qualquer, mas gostava mais dos antigos
Blog de Esquerda e
A Natureza do Mal. Falo da plástica, não da matéria de facto.
|| asl, 16:47
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sexta-feira, janeiro 16
"Mulher, a pátria precisa do teu útero"
O título é roubado (com a devida vénia) a um excelentíssimo post do
Liberdade de Expressão. O autor do blog, João Miranda, cita o ministro Bagão Félix
"
Impressiona-me, como ministro e cidadão, que a maternidade ainda seja, tantas vezes, discriminada nas empresas"
e
"é de lamentar esse tratamento rude e injusto dado à maternidade, quando a demografia é fundamental para o desenvolvimento do país"
e daqui conclui:
"
Note-se que Bagão não defende que as mulheres têm todo o direito à maternidade e que a maternidade é um bem em si para cada uma das mulheres.
O que Bagão defende é que a maternidade é um instrumento de poder colectivo que deve ser promovido porque o país precisa de se desenvolver. A mulher passa a ser uma mera produtora de trabalhadores jovens e eficientes. É a completa submissão dos individuos à pátria."
Noto que João Miranda teve a honestidade que não brincar com o assunto e "acusar" o ministro de "recaída esquerdista" ou coisa do género. Bagão Félix é um homem de direita, sempre o foi e nunca o escondeu - comportamento pelo qual deve ser parabenizado.
O que também se pode dizer, pelas declarações do ministro, é que a visão instrumentalista das pessoas ao serviço do Estado já não é, nos dias de hoje (repito: de hoje), uma marca da esquerda. O que se passa, parece-me, é que uma pessoa quando assume funções de responsabilidade no Estado passa a ver tudo ou quase tudo em função desse Estado. E isso é comum a gente de esquerda e a gente de direita.
|| JPH, 17:21
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Aviso
Houve
alguém que nos "linkou" como "jornalistas do PÚBLICO reunidos".
Ora bem, apesar de o nosso Nuno não "postar" com muita assiduidade, não há necessidade para segregar o "Diário de Notícias".
Agradecemos uma futura correcção.
|| Anônimo, 17:01
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Novidades da Ana...
...que já não nos dá o prazer de escrever umas coisinhas aqui no Glória Fácil há um montão de dias:
1. Comprou um vestido para o casamento
2. Foi a uma festa em que os homens estavam obrigados a ir de saias (mas não encontrou nem o Sean Connery nem os rapazinhos do William Lawsons).
|| JPH, 12:45
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quarta-feira, janeiro 14
"The truth is he lied"
Só no contexto daquela esquisita mania que é assobiar para o ar quando o tempo está de chuva é que se pode perceber que a direita blogueira tenha ignorado o tema de capa da última
Spectator, a bíblia da direita cultural portuguesa.
Para facilitar revelo, em português, o título da prosa: "
A verdade é que ele mentiu", sendo "ele" o senhor Tony Blair. É de acrescentar que a prosa fala do inquérito Hutton, de que se esperam conclusões a qualquer momento.
Eu não embandeiro em arco e não começo já a celebrar - porque, precisamente, li
a peça toda, com máxima atenção possível. Só queria dizer que assobiar para o ar quando nos chove em cima pode causar grandes engasganços.
|| JPH, 11:56
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terça-feira, janeiro 13
Baviera
Julgo ter visto há bocadinho um importantíssimo dirigente do Benfica a sair de um stand da Baviera ao volante de um novíssimo BMW. Aquilo fez-me alguma confusão, admito. Para mim Baviera sempre foi nome de pastelaria - nunca de stand de automóveis.
|| JPH, 12:44
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segunda-feira, janeiro 12
Tenciono lançar uma nova ciência...
...que se chama
Pjicologia. Sim, isso mesmo: P
JICOLOGIA, com jota no lugar do ésse. A Pjicologia é a ciência que analisa os
posts just in case, PJIC. Os PJIC podem-se designar-se, em português, como
posts preventivos (mas assim isto perdia a graça toda, que já não é muita). Eu já auto-outorguei o título de
pjicólogo. Por isso acho que estamos perante um claro exemplo de PJIC quando, no
Abrupto, se lê isto:
"Espero que, se alguma vez houver uma acusação contra um “político de barbas”, o Ministério Público cumpra o seu dever e mostre a minha fotografia num álbum de “políticos de barbas”. Porque é que não o há-de fazer? Só se não procurar a verdade, nem investigar como deve ser."
|| JPH, 14:06
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Seinfeld Rebelo de Sousa
Ontem, por misteriosa graça da Autoridade Conjugal, foi-me concedido um raro prazer. Sim, esse mesmo: o do poder assistir, espojado no sofá, a mais uma exibição dominical do professor Marcelo. Só tenho um adjectivo: gostei. Foi das minhas melhores sonecas dos últimos dois anos.
|| JPH, 13:09
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domingo, janeiro 11
"Ya vestido, Carvalho llegó a tiempo de retirar el pastel de manzanas antes de que padeciera quemaduras de tercer grado. Charo seguía com su discurso. Quería poner sobre la mesa siete años de ausencia y todo el futuro que esperaba. Carvalho no contestaba. Tocaba libros. Los escogía y los desechaba. Por fin se quedó con uno en las manos, La vie quotidienne dans le monde moderne, de Henri Lefebvre. Leyó como siempre una frase pretexto para la quema o para el difícil indulto: "La théorie du métalangage se fonde sur les recherches des logiciens, des philosophes, des linguistes (et sur la critique de ces recherches). Rappelons la définition: la métalangage consiste en un message (assemblage de signes) axé sur le code d'un message, un autre ou le même". Demasiada gente para llegar a la conclusión de que quemar un libro en una chimenea era un acto metalinguistico, por lo que descuartizó el libro y lo colocó en la base de la futura hoguera.
- Por qué lo quemas?
- Porque todo recurrimos al metalenguaje sin necessidad de que nadie nos lo explique. También porque Lefebvre descubrió tarde el papel de lo cotidiano frente a lo histórico, descubrió tarde que siempre tienen razón lo días laborables (...)"
Manuel Vásquez Montálban
El Hombre de Mi Vida
|| asl, 20:48
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Post atrasado para o Barnabé
Nós, as más feministas do Glória Fácil, expressamos ao
Barnabé Daniel Oliveira a nossa comoção pelo incrível feito de pôr o seu auto-censor de esquerda a funcionar.
Mais informamos que, genericamente, temos vindo a observar que os homens de esquerda (e, já agora, também os de direita) com sentimentos de culpa ficam sempre mais giros. (isto é uma espécie de misoginia feminina, em sentido inverso, prá troca).
|| asl, 20:17
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Segredos da noite
O velho Tokyo continua imparável. Todos os anos oitenta (as coisas boas e a chunga), Doors, Joe Cocker, Xutos e Pontapés, Taxi, Zeca Afonso e até esse monumento que é Emanuel e não é dos anos oitenta. Eu gosto do Lux e da varanda com vista para o Tejo, mas o Tokyo, senhores...
|| asl, 17:05
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Seinfeld
Sim, eu também fui daqueles que às vezes adormecia um bocadinho antes do Seinfeld (se acaso estava muito cansada) e acordava às três da manhã. Se o Seinfeld sai em DVD, é agora que vou ter que comprar um DVD. Acabei de dar a notícia ao Rui Baptista - que faz parte dos fanáticos portugueses do Seinfeld, e que assinou uma petição mundial para que a Columbia Tristar cedesse os direitos para a difusão em massa. Outro que se vai passar é o JPH, que adorava o George, o mais abjecto de todos (mas, em dias mais ternos, eu gostava de tratar o JPH por "Kramer").
O Seinfeld explica muita coisa - a política, a justiça, etc. O "non-sense", ou mesmo o nada, são, por vezes, tudo o que há a dizer.
|| asl, 16:45
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sexta-feira, janeiro 9
Luiz Pacheco, again
Os
Barnabés são engraçados. Já não é a primeira vez que isto acontece: quando alguém critica um deles, aparecem logo todos os outros a dispararem contra aquele que alegadamente ofendeu um dos seus. Deve ser aquilo a que se chama a solidariedade masculina. Adiante.
Gostei do “post” do
Celso Martins. Sinceramente. E até achei piada àquela coisa da “taróloga”.
Fiquei a saber que já leu alguns livros do Luiz Pacheco e que até o conheceu pessoalmente. Contudo, convém esclarecer um dado: quando aludi à importância do seu trabalho como editor tentei chamar a atenção para uma faceta quase desconhecida do Pacheco. Isto porque ela estava ausente do texto que o Celso escreveu sobre a entrevista no “Diário de Notícias”. Por isso, a resposta à questão que o Celso coloca – “Não será a maior prova de menoridade de um escritor ter que justificar a sua importância literária com a sua importância editorial?” – é: talvez não seja “a maior prova de menoridade”, mas cada um desses trabalhos tem o seu lugar. Luiz Pacheco tem o mérito de ser bom em ambas as actividades: na de escritor e na de editor. Exactamente como Calvino e Pavese.
|| Anônimo, 19:29
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"Post" absolutamente politizado
Rui Branco, do País Relativo, produziu um dos "posts" políticos mais interessantes dos últimos tempos. Haja coragem para chamar as coisas pelo seu verdadeiro nome.
Mesmo que seja em inglês.
|| JPH, 17:55
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Mas, enfim, até há boas notícias...
...por exemplo:
1. a "Spectator" chega à papelaria do Parlamento (e o último número inclui um impossível elogio do modo de vida francês, por contraposição - mais grave ainda!- com o inglês, ó qú'isto chegou!).
E ainda...
2. Chegou a época da lampreia, que, servida na versão lisboeta que conheço (no Solar dos Presuntos, perto do Coliseu dos Recreios) representa - vou tentar não ser demasiado hiperbólico - a mais fantástica receita de toda a culinária mundial desde sempre. Ao jantar, com tempo, para a conversa, para o vinho e para o mais que calhar.
|| JPH, 15:32
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A retórica e a vidinha
A transferência de
João Pereira Coutinho para o
Expresso tem de facto
muito interesse. Não espero outra coisa do seu primeiro artigo no seu novo semanário que não seja uma articuladíssima explicação para esta interessante cambalhota. E até a invocação do trajecto jornalístico do
Sumo Pontíficie que ilumina o grupo ideológico/literário de JPC faz parte - mas esquecendo que Miguel Esteves Cardoso transitou do
Expresso para o
Independente e não ao contrário.
Para quem um dia escreveu, na
Coluna Infame, que "
uma falha do Independente tem mais liberdade do que as virtudes todas juntas do Expresso" não está mal. Já espero, na volta do correio - directamente ou por interpostos amigos - acusações de "
polícia do pensamento", "
patrulha ideológica" e as tretas ressentidas do costume - infantilidades, enfim.
Mas adiante. O que me interessa mesmo é que estas transferências provam como é mortal, para os seus próprios autores, a mania obsessiva de fazer declarações públicas definitivas e
irremediáveis sobre os mais variados assuntos. A retórica esbarra na vidinha, é uma chatice.
É por estas e por outras que me recuso - por exemplo - a dizer que sou radicalmente contra a posse pelo Estado (ou aparentados, como a PT) de meios de comunicação social. Não posso. Sabe-se lá se um dia não lhes estarei a bater à porta a pedir emprego, ou então (hipótese altamente improvável, para não dizer impossível) a ser alvo de uma proposta absolutamente irrecusável. O horror para mim seria constar da lista de pagamentos de uma empresa cuja propriedade violasse em absoluto os meus princípios. Mas isto, se calhar, é um comportamento conservador. Desculpem.
|| JPH, 14:09
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Liberdade de informação
Posso estar a ver mal. Se estiver corrijam-me. Mas estou a ficar com a impressão de que a "classe" jornalística está, no essencial, a reagir
unida à sugestão, vinda do PSD (mas que tem no PR um forte inspirador) de se imporem limitações à liberdade de informação.
Sublinho a questão da "
unidade". Porque isto acontece a pretexto de um caso concreto, o processo Casa Pia, que motiva divisões profundas entre os jornalistas (talvez como nenhum outro caso provocou nos últimos 10/12 anos, pelo menos).
Ora providenciar tanta unidade tendo como pano de fundo tanta divisão é obra de mérito inegável. Saúdem-se os autores da proeza.
|| JPH, 12:00
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A pachecal "personagem" (II)
Não me quero meter na polémica entre a nossa MJO e o
Celso Martins. Vou só aproveitar a deixa para sublinhar o bom-senso do personagem que é pretexto dessa "conversa", Luíz Pacheco. Isto a propósito do rótulo de escritor maldito que lhe tentaram impôr. Leiam a pergunta e a resposta, na sua mais recente entrevista, ao DN (link uns "posts" abaixo):
P. - A lenda inclui o rótulo de escritor maldito, que recusa. Porquê?
R. -
Desvia da verdadeira questão. Acham-me chato e um chato tem de ser afastado. É a técnica de abafador, usada, no tempo da Censura, com escritores que não podiam publicar com o nome deles, para não os chatearem, uns pela política, outros pela panasquice.
Bem, independentemente dos argumentos que usa, a verdade é que a "pachecal" figura recusa o rótulo de escritor maldito. Faz muito bem. Com todo o devido respeitinho por todas as eminências culturais deste país, afirmo que, no meu modesto entender, escritores malditos são, por exemplo o Paulo Coelho (a nível mundial) e "nossa" Margarida Rebelo Pinto.
Se repararem bem, o Luiz Pacheco é pouco lido - mas muito aplaudido pela "
intelligenstia". E quem não o lê nada diz porque desconhece a existência.
Já quanto ao Paulo Coelho e à Rebelo Pinto, o fado é outro. São lidos por milhões (ou muitos milhares) mas (quase) ninguém os elogia, porque fica mal. Em contrapartida, são imensamente atacados na tal "
intelligenstia" - que pouco ou nada os lê. E, isto sim, é ser maldito.
Por mim estou à vontade: nunca li uma linha do Paulo Coelho ou da Rebelo Pinto - não há tempo para tudo, as prioridades são outras. Da "pachecal" figura já não posso dizer o mesmo. Mas também não é prioridade. Nem referência. Defeito o meu, certamente. Desculpem.
|| JPH, 11:25
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quinta-feira, janeiro 8
A "personagem" pachecal
Foi através do GF que descobri partilhar com o Nuno Simas o fascínio pela obra e pela figura de Luiz Pacheco. A propósito da entrevista que o escritor deu ao “Diário de Notícias”, e da qual o Nuno transcreveu alguns excertos, o
Celso Martins revelou a sua opinião sobre o escritor. Ignorou os livros e preferiu definir Pacheco como uma espécie de entrevistado profissional. Uma “personagem”, escreveu.
Posto isto, aconselha-se o seguinte: Celso, por favor, antes de escrever sobre o Luiz Pacheco leia os livros e tome conhecimento do trabalho que ele realizou na Contraponto.
Depois falamos.
|| Anônimo, 19:23
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Ele está de volta
A Pachecal figura (o Luiz Pacheco, portanto) está de volta! Ainda bem.
Regressou numa entrevista ao
DN, na quarta-feira. A avaliar pelas respostas, está na mesma.
Duas ou três coisas a reter.
a) promete um novo livro, 200 páginas de um
Diário Remendado, de memórias;
b) agora vive em Lisboa;
c) continua com um humor ácido e para isso basta ler algumas «pérolas» que a seguir se reproduzem.
Agustina [Bessa-Luís] é a figura essencial na ficção, não tem parceiro. Ao pé dela, falar do Saramago é como falar do cão... A Agustina é ímpar a retratar os meios ligados ao poder e ao dinheiro.
(...)
O Eduardo Lourenço (...) já está um bocado gagá, mas foi muito importante. A Heterodoxia é um grande livro, que mudou a minha cabeça: tão contundente, tão extraordinário, tinha umas coisas de filosofia que, naquele momento, nem sequer consegui acompanhar.
(...)
[Eduardo Prado Coelho] é um tipo muito esperto, usa a inteligência para navegar. É muito antipático para mim, não gosto dele nem da maneira como escreve, mas não escreve mal.
(...)
As pessoas também têm prazo de validade, é a memória, é tudo...
Apesar das falhas de memória, ainda vive de memórias?
A desfazerem-se!... Mas ainda é o que me vale.
|| portugalclassificado, 10:46
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Se usar «tanga», cuidado, pode constipar-se!
O dr. Durão disse no Natal e repetiu no Ano Novo (por certo sob a influência do espírito natalício...) que «o pior já passou». Aquela coisa, da crise; a «tanga» com que dr. Durão «vestiu» o País inteiro desde 2002!...
Ora as sondagens são um espelho do que pensam os portugueses. A Visão faz hoje capa com uma mega-sondagem Gallup. A Lusa fez o resumo, que se segue (volto já a seguir).
Optimismo: Portugal um dos cinco países mais pessimistas do mundo - sondagem
Lisboa, 08 Jan (Lusa) - Portugal está entre os cinco países mais pessimistas do mundo, de acordo com uma sondagem internacional divulgada hoje na revista Visão.
Mais de 40 por cento dos portugueses considera que este ano será pior do que 2003 e a maioria dos inquiridos para na sondagem do instituto Gallup afirmou que a crise económica vai agravar-se no novo ano.
A sondagem internacional mostra que nenhum país da Europa Ocidental está na tabela dos 10 mais optimistas.
Os cinco países mais pessimistas são a Eslováquia, Grécia, Polónia Equador e Portugal.
Como mais optimistas são referidos Vietname, Hong Kong, Kosovo, Geórgia e Azerbeijão.
Sobre o desemprego, apenas 21 por cento dos portugueses inquiridos na sondagem Gallup respondeu que diminuirá pouco ou muito pouco em 2004, contra 59 por cento que afirmaram que vai aumentar.
Em caso de ficarem desempregados, mais de 60 por cento dos portugueses consideraram ser difícil arranjar um novo trabalho e dois por cento chegaram a responder que não procurariam.
Apenas 32 por cento dos portugueses manifestou a esperança de encontrar rapidamente um emprego, contra 65 por cento dos cidadãos do Reino Unido ou 62 por cento dos dinamarqueses.
Mais de metade dos interrogados em Portugal estimam que as greves e os conflitos laborais vão agravar-se este ano e apenas 10 por cento respondeu que haverá uma diminuição.
Também mais de metade dos portugueses julga que 2004 será um ano menos pacífico que o anterior.
Sinceramente... anda o Governo a trabalhar tanto (a dra. Ferreira Leite não se tem poupado a esforços!) para agora ter esta resposta tão ingrata do «povo»!?
Conclusão: Se usar «tanga», cuidado, pode constipar-se! Ainda mais de Inverno...
|| portugalclassificado, 10:23
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quarta-feira, janeiro 7
Afinal...
Vale a pena escrever isto: o
Luís demonstrou, uma vez mais, que lê boa literatura com a transcrição de dois excertos do mais recente romance de Don DeLillo, "Cosmópolis". Bravo Luís!
Já agora, fica a novidade: no próximo Mil Folhas será publicada uma excelente entrevista a DeLillo feita pela Alexandra Lucas Coelho. Não deixem de ler (e perdoem a publicidade)
|| Anônimo, 19:39
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Recado da gerência
Podia socorrer-me da mesma desculpa: estamos a gerir o silêncio. Mas a verdade é que desta vez não nos apetece mesmo escrever para o GF. Estamos a gerir (e a tentar digerir) outras coisas...
|| Anônimo, 18:34
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terça-feira, janeiro 6
O populismo não é de direita
Por via das circunstâncias, anda alguma esquerda (a do PS, claro, mas também a do Bloco) assustada com o populismo. O populismo que, em (alegado) nome das crianças da Casa Pia, quer fazer estátuas ao juiz Rui Teixeira e o transforma em Super Homem na capa do "DN". O populismo que quer, à viva força, provar que há "poderosos" (enfim, políticos) que, impunemente usaram dos seus privilégios enquanto poderosos para explorar, com os objectivos mais sórdidos do mundo, crianças indefesas internadas numa instituição do Estado.
Convinha, no entanto, alguma ponderação. E perceber que se a direita se entusiasma com populismos, a esquerda também o faz. Os populismos tacticamente em situação de pousio não deixam de o ser só porque não se manifestam.
Por outras palavras: é tão populista o juiz Rui Teixeira (que o PS agora detesta) como a procuradora Maria José Morgado (que no PS é actualmente adorada). Leiam um e outro. Hão-de reparar que a diferença é, afinal de contas, inexistente.
|| JPH, 17:24
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Efemérides
Gosto de efemérides, mesmo de efemérides redondamente inúteis. Leio com gosto o serviço de efemérides da agência Lusa. Estou, assim, em condições de revelar que faz hoje anos que morreu Galileu Galilei, que foi fundada em Lisboa a Cervejaria da Trindade (1836), que se suicidou Mouzinho de Albuquerque (1902), que foi constituído o ANC (1912), que morreu Baden-Powel, o fundador do escutismo (1941), que De Gaulle foi proclamado presidente da França (1959), que Fidel Castro entrou vitorioso em Havana (1959 também), que o PS português deu os primeiros passos para a ‘desmarxização’ do seu programa (1983), que a União Sovética anunciou destruir as armas químicas (1989), que o presidente George Bush (pai) exortou os aliados a não aceitarem nenhum compromisso com o Iraque (1991), que morreu François Mitterrand (1996), que, há um ano, morreu José Viana.
O “pensamento do dia” da Lusa é hoje particularmente feliz e justifica algum esforço que, por vezes, a leitura das efemérides, de alguma história e material análogo possa requerer: “A vaidade prega partidas terríveis à nossa memória”, disse Joseph Conrad.
|| asl, 16:41
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segunda-feira, janeiro 5
Conversas num jornal ou então...
...variantes sobre o segredo de justiça (exercício garantidamente ficcionista)
- Ouve lá, pus-te um processo...
- A mim, porquê?
- Porque sim...acho que o mereces...
- Mas o que é que fiz?
- Eh pá, tens trabalhado bem e por isso...
- Ouve lá, mas se tenho trabalhado bem porque é que me estás a pôr um processo?
- (...)
- Sim, porque é que me está a pôr um processo?
- Ó meu, não te estou a pôr nenhum processo! Ou melhor...pus-te um aí um processo em cima da mesa para fazeres uma notícia...
- Ah bem, ´tava a ver...fónix!
|| JPH, 21:55
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Envelheço...
...a olhos vistos. Sinto-o na pele também - quero a água do chuveiro cada vez mais quente, é um sinal evidente. E a barba vai ficando grisalha. Quanto ao cabelo, só consigo negar a evidência de que estou a perdê-lo porque o vou guardando numa caixa.
Estou mais velho, sim. Até me deram um casaco de lã grande e fofinho e há dois dias que não o largo. No próximo Natal quero ceroulas.
|| JPH, 16:56
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"Post" racional sobre futebol (II)
Há uma dúvida que me assalta, quanto ao Benfica-Sporting: o que terá a PJ feito a todas escutas telefónicas feitas ontem e em que o "derby" era o tema principal das conversas? Serão anexadas ao processo? Ou já não vão a tempo? Alguém disse "
tou-me cagando pró árbitro!" ou coisa parecida? Não se providencia aí uma fugazinha de informação...?
|| JPH, 14:22
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"Post" racional sobre futebol
Queria evitar o assunto. Mas não posso, não devo, não consigo - falta-me a coragem, assumo, para me manter de fora daquilo de que todos falam. E assim, tentarei resumir numa única sentença um único pensamento racional sobre o Benfica-Sporting de ontem. Ei-lo:
O Sporting jogou melhor do que o Benfica. Ponto final..
|| JPH, 14:15
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É hoje, é hoje
Finalmente chegou o grande dia!
A série "Sete Palmos de Terra" regressa esta noite!!! A partir das 22h00.
|| Anônimo, 13:58
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Fontes seguras garantem que...
...a rapaziada do "Inimigo Público" (suplemento de humor aqui do
farol da imprensa ocidental) está um bocadinho chateada. E outra vez por causa do "Expresso" (o primeiro aborrecimento foi com aquela do perú de plástico, em que o "Inimigo" se deixou ultrapassar pelo semanário de Balsemão).
Agora o problema é que o "Inimigo" acertou na história do advogado do Bibi na defesa do Saddam. E não é suposto! O "Inimigo" só diz mentiras. Rigorosas mentiras. Não foi inventado para acertar. Acho, sinceramente, que esta poderia muito bem ser a primeira matéria a ser abordada pelo novo Provedor dos Leitores aqui do
farol. Fica o recado dado. E que a brincadeira não se repita, ouviram?
|| JPH, 13:35
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domingo, janeiro 4
Não gosto deste silêncio
Ana, Nuno, João Pedro, escrevam alguma coisa!
Estou de férias e não é suposto ser eu a alimentar o Glória Fácil. Esta coisa de ser a única responsável durante o fim-de-semana não me agrada nada.
Vá lá… Digam qualquer coisa!
|| Anônimo, 01:55
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sábado, janeiro 3
vermelho moranguito
Primeira resolução do ano: pintar o cabelo de vermelho. Vermelho morango.
(antecipação de um post que o JPH queria escrever ontem à tarde sobre a nova cor do meu cabelo, "sem comentários", dizia ele)
P.S.: Ana, deixas-me continuar a trabalhar na Política ou o cabelo vai ser a gota-de-água para exigires o meu regresso à Cultura?
|| Anônimo, 01:24
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Escuta
—Sim?
—Olá, sou eu.
— Eu quem?
— Eu, o próprio.
— Ah, és tu. Não estava a reconhecer a tua voz
— O sitemeter está uma miséria!!!
— ….?
— Não temos audiências! Sabes quantas pessoas nos visitaram hoje???
—Bom ano também para ti…
— 73! Isto é uma miséria!
(excerto de conversa telefónica entre MJO e JPH no dia 01/01/04, às 18h00)
|| Anônimo, 00:48
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sexta-feira, janeiro 2
Feliz ano novo! (II)
Estamos em 2004? Não, mentira. Estamos, comprovadamente, no dia 33 de Dezembro de 2003. Amanhã é 34. Beijos.
|| JPH, 21:38
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Oiçam-me este blues
Para os nossos leitores, em particular à Maria (mande foto!) e ao Ricardo, segue esta estrofe do "
Blues da morte de amor"
Já ninguém morre de amor, eu uma vez
andei lá perto, estive mesmo quase,
era um tempo de humores bem sacudidos
depressões sincopadas, bem graves, minha querida
mas afinal não morri, como se vê, ah, não,
passava o tempo a ouvir deus e música de jazz,
emagreci bastante, mas safei-me à justa, oh yes,
ah, sim, pela noite dentro, minha querida.
Vasco Graça Moura
|| JPH, 12:52
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quinta-feira, janeiro 1
Pois, a "quadra"...
Vocês, caros(as) leitores(as) do Glória Fácil, já são tão poucos, tão poucos, tão poucos que eu até me atrevo ao seguinte: 'bora aí jantar malta!
It's on me!
|| JPH, 23:00
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Feliz ano novo!
Bom dia. Isto começa bem,
não é?
|| JPH, 16:20
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